Cecília estava sentada em sua cama, com os olhos fechados, imersa em um mundo de fantasia que só ela conseguia enxergar. Ao seu lado, estava Lucas, seu namorado imaginário, um jovem alto e de sorriso cativante.
Enquanto Cecília dormia profundamente, Lucas observava-a com carinho, sabendo que em breve ela despertaria para a realidade tediosa do dia a dia.
E foi exatamente isso que aconteceu. Cecília abriu os olhos lentamente, esperando encontrar novamente o rosto sorridente de Lucas ao seu lado. No entanto, para sua surpresa, tudo havia desaparecido. O quarto estava silencioso e vazio.
Desanimada, Cecília levantou-se da cama e se arrumou para ir à faculdade.
Ela tinha aula de psicologia naquele dia, e tentava ignorar a sensação de vazio que a acompanhava desde que acordara. Ao chegar à sala de aula, sentou-se em sua carteira e aguardou o início da prova.
Enquanto fazia a prova, Cecília começou a sentir uma estranha sensação de desconexão com a realidade.
As palavras no papel pareciam dançar à sua frente, e as perguntas se misturavam em sua mente. De repente, ela se viu cercada por vozes sussurrantes, que a acusavam de ser fraca e incompetente. As lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto, e ela não conseguiu mais segurar o choro.
Os colegas ao seu redor começaram a cochichar e apontar para Cecília, que tentava em vão conter as lágrimas. Alguns riam abertamente, enquanto outros apenas observavam, sem saber como reagir. A professora tentou acalmar Cecília, mas foi em vão. A jovem sentia um sufocamento dentro de si, uma sensação avassaladora de solidão e desespero.
Descontrolada, Cecília levantou-se da carteira e correu para fora da sala, ignorando os olhares curiosos dos colegas. Ela entrou rapidamente no banheiro feminino e se trancou em uma das cabines. Ali, sozinha e encolhida, ela deixou que as lágrimas fluíssem livremente, enquanto soluçava baixinho.
A mente de Cecília estava tomada por pensamentos confusos e perturbadores. Ela se via dividida entre a realidade e a fantasia, entre o mundo sólido e previsível da faculdade e o mundo encantado que ela havia criado em sua mente. A sensação de estar perdida e desamparada era avassaladora, e Cecília se perguntava se algum dia conseguiria encontrar o equilíbrio entre esses dois universos tão distintos.
Enquanto isso, os colegas de sala comentavam sobre o episódio vergonhoso de Cecília, rindo e fazendo piadas à sua custa. Para eles, a jovem era apenas mais uma louca que tivera um surto em público. Mas para Cecília, aquela era uma batalha interna que ela travava todos os dias, sem o apoio ou compreensão de ninguém.
Depois de um longo tempo chorando no banheiro, Cecília finalmente conseguiu se acalmar. Ela olhou para o espelho embaçado à sua frente e viu o reflexo de uma jovem abatida e fragilizada. Foi nesse momento que ela tomou uma decisão: buscar ajuda profissional para lidar com sua saúde mental, antes que fosse tarde demais.
Com passos hesitantes, Cecília saiu do banheiro e enfrentou os olhares curiosos e zombeteiros dos colegas. Ela sabia que o caminho seria difícil e cheio de obstáculos, mas estava determinada a não desistir. Pois sabia que, no fundo de sua alma, ainda existia uma pequena chama de esperança que a guiaria de volta à luz.
Cecília aprendeu que não importa quão sombria seja a tempestade que a assola, sempre haverá um raio de sol esperando por ela do outro lado.
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Atualizado até capítulo 44
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