O estúdio estava em frenesi. Câmeras, luzes e assistentes corriam de um lado para o outro organizando o cenário para a sessão oficial de fotos do casal do momento: Clara Antunes e Gabriel Monteiro.
Clara entrou vestindo um vestido elegante, mas simples — exatamente o oposto do que Gabriel escolheria para ela. Ela queria mostrar que não era uma mulher dominada, mesmo que estivesse sendo usada para uma fachada. O cabelo preso em um coque impecável e a maquiagem discreta destacavam seus olhos fortes e cheios de fogo.
Gabriel apareceu logo atrás dela, impecável no seu terno preto sob medida. O olhar dele se fixou em Clara com intensidade quase palpável, e, pela primeira vez desde que se conheceram, Clara sentiu o impacto do domínio dele não só em palavras, mas no silêncio pesado que pairava entre eles.
— Vamos lá, pessoal! — A voz do fotógrafo quebrou o clima por um instante, mas não diminuiu a tensão no ar. — Quero olhar de casal apaixonado, tá? Clara, Gabriel, aproximem-se.
Clara manteve a postura rígida, cruzando levemente os braços, enquanto Gabriel se aproximou com a confiança de sempre, quase como se eles fossem realmente um casal apaixonado.
— Vamos começar com um sorriso leve — o fotógrafo pediu, e a câmera clicou.
Gabriel olhou para Clara com aquele sorriso torto, o mesmo que usava para desarmar seus inimigos nos negócios. Ela, no entanto, respondeu com um olhar desafiador que fez o sorriso dele vacilar.
— Menos formal, Clara — o fotógrafo insistiu. — Quero ver o lado de vocês que ninguém conhece.
Ela piscou para ele e virou o rosto para o lado, ignorando o pedido.
Gabriel, impaciente, deu um passo mais perto, segurando a cintura dela com uma mão firme.
— Confie em mim — sussurrou, a voz baixa e carregada de promessa.
Clara sentiu o corpo reagir contra a própria vontade. A tensão entre eles era quase elétrica.
— Gabriel... — começou a dizer, mas foi interrompida por um assistente que se aproximou com uma bandeja de café.
O momento se quebrou, e os dois se afastaram um do outro quase ao mesmo tempo, como se estivessem conscientes do perigo daquela proximidade.
— Isso, mais perto! — o fotógrafo gesticulava, animado. — Braços ao redor dela, Gabriel. Clara, inclina um pouco o queixo, olhe pra ele... como se fosse o amor da sua vida.
Clara quase riu. Amor da minha vida? Só se fosse da vida passada... ou do inferno, pensou, mantendo o rosto impassível.
Gabriel, no entanto, deslizou as mãos até a cintura dela, apertando com firmeza, obrigando-a a se aproximar. O toque dele era quente, sólido, impossível de ignorar.
Ela inspirou fundo, mantendo o queixo erguido e os olhos nos dele.
— Isso, perfeito! — o fotógrafo vibrou. — Gabriel, incline um pouco a cabeça, como se fosse beijá-la.
As mãos de Gabriel apertaram ainda mais a cintura dela, e ele levou uma das mãos até a nuca de Clara, segurando-a com uma delicadeza que contrastava com a força dos dedos. O rosto dele se inclinou, lentamente, até que os lábios ficaram perigosamente próximos aos dela.
— Só encenação, Clara — ele sussurrou, a voz rouca, grave, carregada de algo que ela não soube decifrar. — Fique tranquila.
— Eu estou muito tranquila — respondeu, mantendo o olhar firme, embora seu corpo inteiro gritasse o contrário.
O clique das câmeras parecia ecoar no espaço silencioso entre eles. Os olhares se prenderam, mais do que deviam, mais do que era necessário. Por um segundo, Clara esqueceu onde estava, quem era, e por que estavam ali.
Ele também.
A respiração de Gabriel ficou mais pesada, os olhos desceram lentamente para a boca dela, e por um breve, perigosíssimo instante, pareceu que ele realmente a beijaria.
— Maravilhoso! — exclamou o fotógrafo. — Perfeito, podem relaxar!
O encanto se quebrou de forma brusca. Gabriel se afastou primeiro, passando a mão no próprio queixo, como se precisasse se recompor. Clara respirou fundo, cruzando os braços, tentando ignorar o fato de que seus batimentos estavam completamente fora de controle.
Uma das assessoras se aproximou, sorrindo.
— Temos agora as fotos externas, no jardim suspenso do prédio. Vai ser algo mais descontraído, menos formal. Roupa casual, tá? — explicou, entregando uma arara com opções de roupas.
Clara olhou as peças e revirou os olhos.
— É sério? — segurou uma blusa branca com decote ombro a ombro e uma saia midi justa demais para o seu gosto.
— Reclame com seu marido — respondeu a assessora, sorrindo de canto. — Foi ele quem escolheu.
Ela se virou imediatamente, fuzilando Gabriel com os olhos.
— Isso é algum tipo de provocação?
Ele deu aquele sorriso que ela já estava começando a odiar... e, de alguma forma, também a temer.
— Claro que não. — Deu um passo, aproximando-se. — Só estou garantindo que todos vejam que você é uma mulher... inesquecível.
Clara apertou os olhos.
— Continue assim, Gabriel. E eu garanto que você vai descobrir exatamente o que significa brincar com fogo.
Ele a encarou, com aquele olhar escuro, intenso, carregado de desejo e desafio.
— Clara... — a voz dele saiu mais baixa, quase um sussurro rouco. — O problema... é que eu adoro fogo.
O olhar dos dois permaneceu preso por alguns segundos, até que a coordenadora gritou, chamando-os para o próximo cenário.
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Atualizado até capítulo 27
Comments
Fabiana De Jesus
mais é só saber Aida
2025-05-27
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Dulce Gama
gostaria de saber qual dos dois vai se apaixonar primeiro porque no caminhar da história não vai demorar muito pra um dos dois pedir arrego 😀😀🌟🌟🌟🌟🌟🎁🎁🎁🎁🎁🌹🌹🌹🌹🌹👍👍👍👍👍♥️♥️♥️♥️♥️
2025-05-26
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