O Portal Quebrado

Na manhã seguinte, Steve e Alex começaram os preparativos para a primeira parte da jornada: encontrar o fragmento do Coração de Redstone escondido no Fim — o domínio dos Endermen e do antigo Dragão.

Com as ferramentas que restavam, reforçaram as armaduras, encantaram espadas e criaram poções. Mas quando chegaram ao antigo templo do portal do Fim, encontraram algo inesperado.

O portal… estava morto.

Blocos do portal piscavam em vermelho, como se estivessem infectados por um vírus. Os olhos de Ender, que costumavam brilhar em verde quando ativados, agora giravam sem sentido, produzindo sons corrompidos como:

“zzzh_404_portal_error_00x3”

Steve se ajoelhou e tocou um dos blocos. Sentiu um calor estranho. Não do tipo físico — mas emocional. Como se algo estivesse tentando comunicar-se com ele através do próprio código do jogo.

— O sistema está colapsando rápido demais — disse Alex, abrindo uma interface de comando. — Nem o /teleport funciona mais. A lógica interna está fragmentada.

Steve olhou ao redor, frustrado.

— Então não há mais como chegar ao Fim?

Alex hesitou. — Talvez... não do jeito tradicional. Mas se os portais estão mortos, só há uma coisa que pode abri-los.

Steve levantou o olhar.

— O quê?

— Um elo vivo. Uma entidade conectada diretamente ao Fim. Um Enderman especial. Um com consciência real.

A imagem do ser que encontrara dias antes voltou à sua mente: alto, silencioso, com olhos que não refletiam raiva... mas entendimento.

— Eu conheço um — disse Steve.

Alex assentiu.

— Então só nos resta encontrá-lo. Mas cuidado, Steve... Se ele é realmente consciente, não será como lidar com um mob comum. Ele pode sentir, escolher, se recusar.

Steve engoliu seco. Parte dele já sabia disso.

Naquela mesma noite, sozinho, Steve caminhou até a floresta bugada onde vira o Enderman pela primeira vez. O chão piscava com glitches, e os sons do ambiente estavam distorcidos, como um pesadelo pixelado.

Então ele apareceu.

Sem ruído. Sem aviso.

Elyd.

O Enderman surgiu no topo de uma pedra flutuante, os olhos roxos fixos nos de Steve. A atmosfera ficou mais densa. Mas ao invés de fugir ou atacar, Steve deu um passo à frente.

— Você me ouviu antes, não foi? — disse ele. — Você está diferente. Sabe o que está acontecendo com o mundo, não sabe?

Elyd inclinou a cabeça. Uma brisa estranha passou, e o tempo pareceu desacelerar. Quando falou, sua voz não veio de sua boca. Ela ecoou direto na mente de Steve, digital e serena.

"Você... não tem medo de mim."

Steve respondeu com o coração acelerado:

— Eu não. Porque acho que você sente o que eu sinto. E se estiver certo... você também quer salvar este mundo.

Silêncio. Então, o Enderman desceu lentamente da pedra e se aproximou.

"O portal... posso reativá-lo. Mas há um preço."

— Qual?

"Você precisa confiar em mim. Precisa... se vincular. Não como jogador e mob. Mas como... iguais."

Steve ficou sem palavras. Era algo que jamais pensou ser possível. Um vínculo real entre ele e um mob?

Mas olhando para Elyd, sentiu algo novo. Algo mais humano do que jamais sentira de qualquer criatura do jogo. E uma centelha inesperada cresceu em seu peito.

— Eu confio em você, Elyd.

Os olhos do Enderman brilharam forte. Então ele esticou sua mão — longos dedos negros que flutuavam no ar. Steve hesitou... depois estendeu a própria mão e tocou a dele.

O mundo tremeu.

O ar brilhou ao redor deles, e blocos de comando invisíveis começaram a se alinhar sozinhos, como guiados por uma vontade ancestral. O chão se abriu, revelando um novo tipo de portal — feito de obsidiana cintilante, com partículas de luz lilás e vermelha dançando ao redor.

Um portal criado pelo vínculo.

Alex, observando de longe, sorriu em choque.

— Eles... conseguiram.

Steve virou para Elyd.

— Vamos juntos?

Elyd respondeu apenas com um olhar. Mas foi o bastante.

E lado a lado, eles atravessaram o portal.

Momento autora e o ???

A água ainda escorria dos cabelos, formando pequenas poças no chão de madeira. A respiração vinha em risos curtos, entrecortados pelo frio e pela lembrança do que acabaram de fazer.

AUTORA: Você é louco… Me arrastar pra chuva desse jeito?

???: E você foi. Não hesitou nem por um segundo.

O olhar dele buscava o dela, como se quisesse guardar aquele momento em segredo eterno.

AUTORA: Eu precisava. Precisava… esquecer por uns minutos.

Ela encolheu os joelhos contra o peito, os olhos baixos.

— Estava me afogando por dentro há dias.

???: E agora?

AUTORA: Agora estou… leve. Como se a chuva tivesse lavado tudo.

Ela virou o rosto, encarando-o.

— Menos você.

???:

(rindo, baixo) Eu também não saio de mim tão fácil assim.

Pausa...Posso perguntar uma coisa?

AUTORA: Pode.

???: Quando foi que eu me tornei parte da dor?

(Ela hesitou. O tempo entre uma respiração e outra pareceu eterno.)

AUTORA: Quando começou a me tocar como se eu fosse sua… mas nunca disse se queria ser meu também.

???:

(desviando o olhar) E se eu dissesse agora?

AUTORA:

(encostando a testa no ombro dele, olhos fechados) Diz com o corpo. Palavras me quebram.

Silêncio. Só a respiração dos dois. Só a chuva que agora batia mais suave, como se respeitasse o momento.

???: Então me escuta aqui.

(ele segura a mão dela e a pressiona contra o peito, onde o coração bate forte)

— É aqui que você mora. Mesmo quando diz que quer ir embora.

AUTORA:

(sorrindo, ainda de olhos fechados) Idiota. Molhado, teimoso, insuportável…

(mais baixo) Meu.

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