Steve chegou ao templo no deserto ao anoitecer. As dunas estavam instáveis, com partículas brilhando como se os blocos de areia estivessem desfazendo-se em poeira de dados. O templo, embora ainda de pé, já mostrava sinais do colapso: colunas tortas, escadas invisíveis, blocos piscando entre existência e ausência.
— Alex! — gritou Steve, a voz ecoando entre os corredores.
Um som de metal riscando pedra respondeu. Em segundos, uma figura de armadura de netherite apareceu no alto da escadaria, segurando uma espada encantada.
— Steve?! Eu achei que... pensei que você tivesse sumido como os outros.
— Ainda estou aqui. Mas o mundo... está morrendo, Alex.
Ela desceu rapidamente, os olhos cansados, como se não dormisse há dias.
— Eu sei. Eu estive monitorando os servidores com os comandos que sobraram. A integridade está piorando a cada hora. A maioria dos mundos multiplayer já caiu. Só restam alguns reinos solo... e mesmo esses estão instáveis.
Steve assentiu. — Eu vi coisas que não fazem sentido. Mobs travando no ar. Aldeões corrompidos. E hoje, vi um Enderman me encarar como se... me entendesse.
Alex franziu a testa.
— Um Enderman? Você tem certeza?
— Absoluta. Ele não me atacou. Só... olhou. Como se estivesse esperando algo.
Alex ficou em silêncio por um instante, como se ligasse peças antigas na cabeça.
— Isso pode ser... o começo.
— O começo do quê?
Ela o levou até a biblioteca do templo, onde livros mágicos flutuavam lentamente. Puxou um volume antigo, com uma capa de couro roxo e uma pedra vermelha incrustada no centro.
— A Lenda do Coração de Redstone — leu ela. — Um item mítico, criado antes mesmo da chegada dos primeiros jogadores. Dizem que foi gerado por uma combinação rara: o código puro do sistema e uma conexão emocional verdadeira entre dois seres de mundos diferentes.
Steve se aproximou.
— Código puro?
— Algo que existe além da programação comum. Emoções, vontades. Algumas linhas de código ganham "vida" quando o jogador investe sentimento no mundo. Amizade, amor, saudade... e até luto.
Steve olhou para o livro, tocando a pedra vermelha com cuidado.
— E o que isso tem a ver com a queda dos servidores?
Alex respondeu, firme:
— Dizem que se o Coração for ativado, ele pode restaurar a harmonia do mundo. Mas para isso, dois seres opostos devem se unir. Um da origem do jogador... e um do vazio.
Steve se afastou, surpreso.
— O Enderman...
— Talvez ele seja o elo perdido. E talvez... você seja o outro.
Um silêncio pesado caiu sobre os dois. Steve sentiu o peso da missão sobre seus ombros. Não se tratava apenas de salvar construções ou mobs. Era sobre salvar tudo que Minecraft representava: liberdade, criatividade, e agora... conexão.
— Onde está o Coração?
Alex hesitou.
— Ninguém sabe ao certo. Mas dizem que ele se fragmentou em três partes. Uma está no Fim. Outra no Nether. E a última... escondida dentro do próprio código, acessível apenas através de um vínculo profundo com outra entidade.
Steve fechou o livro.
— Então... é isso. Uma última missão.
Alex colocou a mão no ombro dele.
— E talvez a mais importante de todas.
Ao sair do templo, o céu já estava estrelado — ou pelo menos, o que restava das estrelas. Algumas sumiam e voltavam, como se piscassem um último adeus.
Steve sabia: o tempo estava acabando.
E no topo de uma colina próxima, observando de longe, estava Elyd, o Enderman de olhos roxos. Silencioso. Esperando.
Momento autora e o ???
A mesma noite. A AUTORA e ??? caminham até a cozinha ainda sorrindo. A euforia do lançamento do primeiro capítulo continua no ar. A ideia é comemorar com um jantar simples... mas o caos está prestes a começar.
AUTORA: (abrindo a geladeira e franzindo a testa)
Hmmm… a gente tem ovos, um queijo meio suspeito, pão amanhecido e… um cogumelo que parece de The Nether.
??? (olhando o cogumelo com desconfiança)
Isso não é um Nether Wart, né? Porque se for, melhor deixar quieto.
AUTORA:
Olha, se Steve sobrevive com carne podre e maçã dourada, a gente consegue fazer algo com isso aqui.
??? (abrindo o armário)
Aqui tem... farinha! E... ah. Um pote vazio de Nutella. Mas dá pra improvisar. Já escrevemos um Enderman romântico, o que é um jantar falhado?
AUTORA: (rindo enquanto acende o fogão)
A diferença é que o Elyd não ia incendiar a casa tentando fritar um ovo.
??? (pegando a frigideira toda empolgado)
Confia! Eu vi um vídeo. Era tipo… três passos fáceis. Ou cinco. Talvez oito. Enfim, bora!
(Minutos depois)
O cheiro de queijo queimado começa a tomar conta do ambiente. A AUTORA vira o pão com uma espátula torta enquanto ??? tenta salvar um ovo que estourou e grudou na frigideira como obsidiana no chão de lava.
AUTORA: (entre risadas)
Você tá fritando ou invocando um Wither?
??? (com a frigideira na mão como uma espada)
É estratégia de guerra! O ovo se rebelou, estou lidando com uma revolta culinária!
AUTORA:
Deixa que eu cuido. Vai buscar o pão. Acho que não dá pra errar pão.
??? (abrindo o saco de pão e derrubando metade no chão)
Droga! Tá tudo no modo criativo, voando longe!
(Depois de mais tropeços, risadas e um leve alarme de fumaça desligado a tempo, eles finalmente se sentam na mesa com dois pratos improvisados: sanduíches tortos, omelete despedaçado e uma salada de última hora.)
AUTORA: (erguendo a taça de suco com teatralidade)
Ao primeiro capítulo, ao Enderman apaixonado… e à nossa quase cozinha em chamas.
??? (tocando a taça na dela)
E à autora que escreve mundos incríveis, mas não sabe ligar o exaustor.
AUTORA: (fingindo indignação)
Ei! Se fosse uma fornalha do Minecraft, eu mandava bem.
???
Talvez… desde que não envolvesse cogumelos do Nether.
(Ambos caem na gargalhada, enquanto lá fora, uma estrela cadente risca o céu. No universo de Minecraft, Elyd talvez tenha sentido algo parecido… um calor leve e um riso distante.)
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Atualizado até capítulo 25
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