O Don não pede duas vezes

Eu precisava me afastar. Respirar.

A presença dele grudava na minha pele como fogo e cada palavra dita me marcava feito lâmina.Mas antes que eu pudesse dar um passo para longe, ele falou outra vez:

Vitor - Vamos dançar.

Sua voz era baixa. Sem urgência, mas impossível de ignorar.Não era um pedido. Nunca seria.

Virei o rosto, surpresa.

Beatriz - Está brincando comigo?

Vitor - Estou marcando território — ele respondeu sem rodeios, os olhos fixos nos meus.

Vitor -E você vai dançar comigo, Beatriz. Agora.

Minha garganta secou.A raiva me invadiu. O orgulho gritou.Mas meu corpo? Meu corpo deu um passo à frente antes da minha consciência decidir.Eu estava prestes a aceitar mesmo contra todos os princípios que me formaram.

Foi quando ouvi a voz que menos queria ouvir naquela hora.

— Beatriz?

Me virei bruscamente.

Lorenzo.

Elegante. Impecável. Máscara de namorado perfeito colada ao rosto.

Ele caminhou até nós, ignorando Vitor como se ele não estivesse ali.

Erro grave.

Lorenzo - Estava te procurando, amor. — Ele segurou minha cintura como se me possuísse.

Lorenzo - Está tudo bem?

Vitor não se moveu.

Ficou parado. Observando. O olhar dele caiu sobre a mão de Lorenzo em mim, e foi como assistir uma bomba prestes a explodir.

Lorenzo - Acho que não nos apresentaram — Lorenzo disse, com um sorriso cínico.

Lorenzo- Lorenzo Moretti. Noivo da Beatriz.

Vitor ergueu uma sobrancelha.

Vitor - Vitor Mancini. Don dos Mancini.

O peso daquelas palavras caiu como pedra no ambiente.

Lorenzo engoliu em seco. Mas não recuou.

Lorenzo - Ah, claro. O famoso Don. — Fingiu charme.

Lorenzo - Que honra.

Vitor deu um passo adiante.

Vitor - Engraçado… a Beatriz acabou de aceitar dançar comigo.

Beatriz - Não aceitei nada — rebati, a voz mais baixa do que eu queria.

Vitor olhou para mim. Um aviso em forma de olhar.

Vitor - Não ainda — ele corrigiu, firme.

Vitor - Mas vai aceitar.

O silêncio entre os três era denso.

Lorenzo apertou minha cintura. Vitor estalou os dedos, chamando um garçom sem tirar os olhos de mim.

Vitor - Escolha, Beatriz — ele disse, calmo, mas cortante.

Vitor - Vai dançar com o homem que apenas carrega seu sobrenome… ou com aquele que vai te dominar por completo?

Meu coração batia descompassado.

Eu o odiava… Odiava os dois.

Mas só um deles… me fazia tremer com um único olhar.

O silêncio entre nós três podia ser cortado com uma faca.

Lorenzo me segurava pela cintura, firme. Seu maxilar travado, o olhar girando entre mim e Vitor como se estivesse prestes a perder o controle.Mas o Don?

Ele não parecia abalado. Só me encarava. Como se tivesse certeza da escolha que eu faria.

E o pior?

Ele tinha razão.

Engoli em seco, me virando um pouco para Lorenzo.

Betariz- Amor… é só uma dança. — Minha voz saiu baixa, quase suplicante.

Beatriz - Por favor, não transforme isso em uma guerra. Não agora.

Ele me olhou como se eu tivesse cravado uma faca em seu orgulho.

Lorenzo - Beatriz, ele é o Mancini.

Beatriz - Eu sei muito bem quem ele é. — Olhei de volta para Vitor.

Beatriz - E sei que às vezes, recuar evita algo maior.

Lorenzo respirou fundo, mas soltou minha cintura.

E naquele momento, percebi que talvez eu tivesse perdido algo com ele… e ganhado algo muito pior com o homem que me estendia a mão.

Vitor não disse uma palavra.

Apenas me puxou.

Com força… Com autoridade… Como se já fosse dono do que não lhe pertencia.

E antes que eu pudesse reagir, já estava em seus braços, no centro do salão, com as luzes baixas e todos os olhares em nós.

A mão dele pousou na minha cintura como ferro quente.A outra segurou minha mão com firmeza.

Nossos corpos se tocaram. Cada curva minha se encaixando no domínio dele.

Vitor - Está tremendo — ele murmurou junto ao meu ouvido.

Beatriz - É nojo. — menti.

Ele sorriu contra minha pele.

Vitor - É excitação. E você sabe.

Vitor conduzia a dança como se estivesse marcando território. Meus pés se moviam no compasso dele, mas meu coração batia no compasso do caos.

A mão dele subiu pelas minhas costas nuas até a nuca, cravando os dedos com leveza ameaçadora.

Beatriz- Todos estão olhando — sussurrei, tentando manter a respiração.

Vitor - Deixe olharem — ele devolveu.

Vitor - Quero que saibam. Que vejam.

Ele se inclinou mais, colando ainda mais nossos corpos.

Vitor -Você é minha, Beatriz. Ainda que lute. Ainda que sangre.

Levantei o rosto para encará-lo.

Meu olhar era de ódio. O dele, de posse.

E atrás de nós, parado, Lorenzo assistia tudo.

Travado. Quebrado.

E pela primeira vez… impotente.

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Comments

Salete Silva

Salete Silva

gostei do Vitor é bem direto kkkk

2025-05-19

1

Leoneide Alvez

Leoneide Alvez

eita o cabra é bom

2025-05-17

1

Fátima Lima

Fátima Lima

gostei do vitor

2025-05-19

1

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