Vitor Mancini

Vitor narrando ..

O salão estava cheio de homens que acham que mandam em alguma coisa. Líderes. Aliados. Traidores disfarçados de diplomatas.

Esse jantar de “trégua” era uma farsa. Um jogo de aparências entre famílias mafiosas que se odiavam há gerações. Mas como Don, minha presença era obrigatória.

Não para fazer amigos.

Mas para lembrar a todos quem ainda manda nessa merda de mundo.

E foi então… que eu a vi.

Ela entrou como se o relógio tivesse parado pra esperá-la.

Atrasada, claro. Arrogante. Vestido preto colado ao corpo, cabelo loiro em ondas perfeitas, olhos claros demais para quem nasceu de um sangue tão podre.

Beatriz De Luca.

A filha do homem que eu jurei destruir.

Ela não me viu de imediato. Estava ocupada cumprimentando parasitas com sorrisos forçados e palavras afiadas.

Mas eu não conseguia tirar os olhos dela.

Tinha algo naquela mulher… algo que provocava. Que desafiava. Que me puxava pra beira de um abismo perigoso.

Era bonita. Mas não era só isso.

Era feita de veneno e fogo. E eu queria beber até a última gota.

Quando nossos olhares finalmente se encontraram, o mundo silenciou.

Ela me encarou com surpresa. Depois, com desprezo.

Como se soubesse quem eu era. Como se não tivesse medo.

Eu sorri.

Lento. Letal.

Ela desviou o olhar. Mas ali, naquele instante, eu já sabia.

Ela era minha.

Não por sedução.

Não por acaso.

Mas por destino.

E quando um Mancini deseja… ele toma.

Esperei ela se afastar dos vermes bajuladores.

Ela foi até a varanda do salão, sozinha, como se precisasse de ar. Como se tivesse controle da situação.

Não tinha.

Me movi sem pressa. Cada passo meu era calculado, silencioso, letal.

Ela apoiava as mãos no parapeito, olhando a noite como se estivesse entediada. Estava linda. Tão perto do perigo — e ainda assim, achando que era intocável.

Vitor - Decepcionada com a paz? — minha voz cortou o silêncio.

Ela se virou devagar. Me olhou.

Sem susto. Sem medo.

Como se tivesse acabado de cruzar com o próprio diabo e estivesse disposta a dançar com ele.

Beatriz -Decepcionada com a presença. — rebateu. — Esperava algo mais… perigoso vindo de um Mancini.

Sorri. Ela estava brincando com fogo. E eu adorava.

Vitor - Você não viu nada ainda, princesa.

Ela cruzou os braços, me desafiando com o olhar.

Beatriz - Me chame assim de novo, e eu te acerto uma taça na cara.

Vitor - Faz isso, e eu te arrasto pelo cabelo pra fora desse salão. — falei baixo, aproximando meu rosto do dela. — E te mostro exatamente o tipo de homem que você provocou.

Ela ficou imóvel. Mas eu vi o arrepio subir pela pele exposta do pescoço.

Ela sentia. Mesmo tentando negar.

Beatriz - Você é um animal.

Vitor - E você é corajosa… ou estúpida.

Me inclinei ainda mais. Nossos rostos a centímetros.

Vitor - Mas sabe o que mais me fascina, Beatriz? — sussurrei em seu ouvido. — É que mesmo odiando o meu nome… você está aqui, parada, me ouvindo. Sem correr.

Ela fechou os olhos por um segundo, tentando recuperar o controle.

Tarde demais.

Aquela mulher já era minha.

Nem que eu precisasse levá-la arranhando, gritando… ou implorando.

Beatriz narrando ..

Eu precisava de ar.

Aquela sala sufocava.

Cheia de homens que se achavam deuses por carregarem sangue sujo nas mãos.

Inclusive ele.

Vitor Mancini.

Sabia que estaria ali. Sabia que iria me encarar. O homem mais temido da máfia europeia. E por alguma razão, desde que o vi naquela noite, meu corpo inteiro entrou em alerta.

Mas não de medo.

De algo pior. Algo que eu não conseguia nomear.

Encostei no parapeito da varanda, respirei fundo, me obriguei a lembrar de quem eu era.

Filha de Ricardo De Luca. Herdeira de um império. Nascida para odiar aquele homem.

Mas quando ouvi a voz dele atrás de mim, baixa e carregada de veneno, minha espinha congelou.

Vitor -Decepcionada com a paz?

Me virei devagar.

Ele estava ali. Alto. Intenso.

Olhos escuros fixos em mim como se lessem cada parte da minha alma.

Beatriz Decepcionada com a presença. Esperava algo mais… perigoso vindo de um Mancini.

Eu queria irritá-lo.

Queria fazer ele sentir que não me intimidava.

Mas quando ele se aproximou, falando sobre me arrastar pelos cabelos, meu corpo inteiro respondeu antes da minha razão.

Meu coração acelerou. Minhas mãos suaram.

Mas continuei firme. Não recuei.

Ele era um monstro. Mas um monstro com poder.

E respeito era obrigatório.

Beatriz Você é um animal — sussurrei entre os dentes.

Ele sorriu. Um sorriso lento, cruel.

O tipo de sorriso que avisa: você já entrou na minha mira.

E então ele chegou tão perto que senti seu perfume. Amadeirado. Quente. Perigoso.

Vitor -Mas sabe o que mais me fascina, Beatriz? — ele disse junto ao meu ouvido. — É que mesmo odiando o meu nome… você está aqui, parada, me ouvindo. Sem correr.

Fechei os olhos.

Maldito.

Don maldito.

Não havia como negar.

O ar ao redor dele pesava. A presença dele dominava.

E eu odiava o fato de… respeitá-lo.

Não por medo.

Mas porque ele carregava o poder com naturalidade.

Era o tipo de homem que não pedia — tomava.

E por mais que eu me prometesse lutar, naquele instante… eu soube: ele não iria parar.

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Leoneide Alvez

Leoneide Alvez

atração e foda

2025-05-17

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