Capítulo 3 –
O corredor voltou ao silêncio assim que os dois passaram um pelo outro. Sophie seguiu em frente como se nada tivesse acontecido, mas seu coração ainda batia rápido, como se tivesse corrido uma maratona. Aquela troca de olhares... aquele maldito sorriso. Por que ele mexia tanto com ela?
Na sala de descanso, Sophie tentou focar na limpeza da bancada, esfregando com mais força do que o necessário. Precisava ocupar a mente. Mas claro, Isabela entrou no cômodo na pior hora possível.
— Você viu ele de novo, não viu?
Sophie nem precisou responder. A amiga já conhecia cada uma de suas expressões.
— Isabela, ele só sorriu. Nada demais.
— Pra você talvez. Mas Dante Moretti não sorri pra ninguém, Soph. Isso é "demais", sim.
— Para com isso. Não vou criar expectativa por um esbarrão e um sorriso cínico. Eu sei quem ele é. E sei quem eu sou.
— Então tá... mas posso só dizer uma coisa?
— Lá vem.
— Cuidado. Um homem como ele... te engole inteira se você não tomar as rédeas.
Sophie respirou fundo. Ela não era o tipo que se deixava iludir. Mas havia algo em Dante que ativava seus instintos. Algo perigoso e... inevitável.
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Enquanto isso, Dante revisava documentos na sala de reuniões, até Luca se aproximar.
— Preciso te mostrar algo do projeto da unidade de Milão.
— Fale.
Luca hesitou um segundo.
— Antes... posso perguntar uma coisa?
Dante ergueu os olhos com calma, sem paciência.
— Desde quando você precisa de permissão pra isso?
— Quem é a moça da faxina?
Dante encarou Luca em silêncio. Por dentro, algo se moveu. Ele sabia que não poderia demonstrar nada, mas só o fato de Luca ter percebido já o incomodava.
— Uma funcionária. Por quê?
— Porque você olhou pra ela como nunca olhou pra ninguém aqui. E você me conhece... eu observo tudo.
Dante se recostou na cadeira.
— Não é nada. E não quero distrações no ambiente de trabalho. Nem especulações.
— Entendido. Mas se não for nada, por que ela ainda está na sua cabeça?
Dante não respondeu. Porque não sabia. Sophie era só mais uma entre centenas de funcionários. Mas tinha algo nela que desafiava sua lógica. Algo que o fazia lembrar que, por baixo da rigidez e da frieza, ainda existia um homem. E isso o irritava.
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No fim do dia, Sophie limpava o saguão principal quando ouviu passos firmes se aproximando. Não precisou olhar pra saber quem era.
Dante parou a poucos metros dela. Ela podia sentir sua presença, como uma onda de tensão no ar. Por fim, ele falou:
— Sophie Valente...
Ela se virou devagar, o esfregão ainda nas mãos, sem demonstrar surpresa.
— Então você lembra.
— Raramente esqueço o que me intriga.
E então, ele simplesmente foi embora, deixando-a ali, congelada, com a respiração presa.
Isabela surgiu segundos depois, quase sem fôlego.
— EU VI! Sophie, pelo amor de Deus, o que foi isso?
— Eu não sei... mas seja lá o que for... acabou de começar.
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Atualizado até capítulo 66
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