Capítulo 2 –
Sophie tentou esquecer o incidente da manhã anterior. Tentou mesmo. Afinal, Dante Moretti não passava de um CEO arrogante, dono de uma beleza gelada e inacessível, o tipo de homem que não olharia duas vezes para alguém como ela. Ou pelo menos não deveria.
Mas o problema era que ele tinha olhado. E aquele olhar, firme e intenso, teimava em se repetir na mente dela como um filme maldito. Sophie odiava isso. Odiava como um simples esbarrão tinha mexido com o seu controle.
Naquela noite, sentada na minúscula mesa do seu apartamento, ela dividia um miojo improvisado com Isabela — sua melhor amiga, quase irmã, e recepcionista da empresa. Entre risadas e reclamações da rotina, Isabela percebeu que Sophie estava diferente.
— Tá com a cabeça longe. Aconteceu alguma coisa na empresa?
Sophie bufou, mexendo o macarrão no prato.
— Só um esbarrão... com o próprio Dante Moretti.
Isabela arregalou os olhos, quase engasgando com a água.
— Você tá brincando! Com o Dante? O homem que parece saído de um romance sombrio?
— É. Ele mesmo. E não foi nada demais, mas... sei lá. Ele me olhou de um jeito estranho.
— Estranho como? Tipo: "você vai ser demitida", ou "vou te levar pra minha mansão"?
— Isabela!
Sophie riu, corando.
— Você é impossível.
— Só tô dizendo o que todas pensam. Ele é bonito, poderoso, e misterioso. Mas... você sabe. Meio perigoso também.
Sophie assentiu. Sabia que não podia se deixar levar. Ela não era como as outras mulheres da empresa. Tinha metas, dívidas, aulas à noite e nenhuma intenção de se envolver com alguém tão fora da sua realidade.
Mas por que, então, aquele olhar continuava martelando sua cabeça?
Do outro lado da cidade, no último andar de um dos prédios mais caros da cidade, Dante Moretti olhava para os documentos da nova fusão da empresa. Mas sua mente estava longe, presa em algo muito menos lógico: o olhar firme de uma faxineira que ousou desafiá-lo.
Sophie Valente.
Ele jamais esqueceria aquele nome. Ela era diferente. Não havia bajulação, medo ou desejo explícito. Havia resistência. Havia força. E isso o intrigava.
Dante não era do tipo que se deixava distrair facilmente. As mulheres se jogavam aos seus pés, mas ele não se envolvia. Não por arrogância,mas porque simplesmente ninguém o interessava o suficiente para romper a frieza que ele cultivava com orgulho.
Até agora.
— Senhor Moretti?
Luca, seu braço direito, entrou na sala, interrompendo os pensamentos do chefe.
— A diretoria aprovou o novo projeto. Quer que eu envie os relatórios para a análise final?
— Envie.
Dante respondeu automático, voltando os olhos para os papéis. Mas sua mente já não estava nos números. Estava em Sophie Valente. E ele sabia, no fundo, que aquele não seria o último encontro entre eles.
Sophie chegou à empresa no dia seguinte mais determinada. Ela não ia se distrair com Dante Moretti. Ia trabalhar, estudar e vencer.
Mas ao dobrar o corredor, lá estava ele. Saindo de uma reunião. Sozinho. E vindo na direção oposta.
Os olhos dos dois se cruzaram. O coração de Sophie disparou, mas ela não parou. Nem ele. Quando passaram um pelo outro, ela manteve o queixo erguido.
Ele lançou um leve sorriso, sutil, provocador. Como se dissesse:
"Você também está pensando nisso"
E estava.
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Atualizado até capítulo 66
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