olhos vermelhos

Senti o frescor da noite tocar minha pele enquanto a luz da lua cheia dançava entre as árvores, um espetáculo quase mágico. Cada sombra parecia viva, movendo-se em uma sedutora coreografia. Caminhei lentamente, a brisa fria beijando meu rosto, mas um arrepio percorreu minha espinha, uma sensação estranha que não consegui ignorar. Havia algo no ar, uma persistência no olhar que me fazia hesitar, ponderando sobre quem poderia estar por trás daquela quietude. Enquanto minhas incertezas cresciam, a beleza lunar iluminava a floresta, tornando-a ainda mais encantadora, quase hipnotizante.

De repente, senti um peso alguém me observando. Lorde Louis. Ele estava ali, um observador silencioso mergulhado na minha figura, espreitando-me de alguma forma. Era sempre reservado, um vampiro que evitava qualquer interação com humanos, mas seu comportamento despertou em mim uma curiosidade incontrolável. Senti sua presença marcante nas minhas costas, suas mãos roçando a minha cintura.

— Você me intriga, pois nunca vi ninguém assim; mesmo me deixa intrigado,

sua voz murmurou, carregada de uma sedução palpável. A audácia de Louis era palpável, dividindo para mim entre a atração e uma resistência que crescia em meu peito.

Senti a tensão no ar se adensar, e instintivamente me afastei um pouco, pedindo a Louis com o olhar para que não parecesse tão intimidativo.

— Você tenta ser muito sutil, e ao mesmo tempo é bem estressado... Gosto de coisas difíceis

Ele comentou, com um sorriso de canto que deixava claro seu interesse em brincar com a resistência que sentia em mim.

Surpreendi ele quando afirmou com firmeza:

— Não sou um brinquedo para você.

O vácuo entre nós dois se tornou carregado mais uma vez, cada palavra funcionando como uma faísca que poderia acender uma chama inesperada.

A atração entre nós era inegável, quase palpável, mas também complexa, carregada de camadas que talvez nem Louis compreendesse totalmente. Eu, tinha plena ciência do que significava, como vampira, uma interação com humanos, das possíveis e perigosas consequências que poderiam nos assombrar. Me questionava sobre os tormentos que se envolviam com alguém como Louis, cuja linhagem era marcada por um acordo sombrio com o Senhor das Armas e os Delmonts.

— O que você quer?

eu perguntei, com a voz carregada de uma cautela que parecia estudada, mas seus olhos brilhavam com uma curiosidade que me desarmava. Louis, com aquele sorriso travesso, declarou:

— Não nos ligamos para coisas carnais e desde que fechamos o acordo, não nos importamos em interagir com outras raças mas você é diferente.

Essa troca carregava novas implicações, mostrando que ambos estávamos prontos para explorar os limites do que significava a atração e a intriga que surgia entre nós.

Com um sorriso sutil que percorreu seus lábios finos, Louis quebrou o breve silêncio que se instalara, mencionando como podia ouvir os batimentos acelerados do meu coração.

— É por minha causa que seu coração acelera?

ele perguntou, e o tom de sua voz provocou arrepios na minha espinha. Corei, sentindo o rubor quente subir pelo meu pescoço, e relutante, tentei justificar que era apenas o estresse do trabalho que o deixava assim, mesmo que meu coração não tivesse a certeza daquele argumento que eu tentava desesperadamente vender. Louis, com seu olhar penetrante, questionou a minha sinceridade, afirmando com uma certeza quase cruel que um vampiro não podia ser enganado tão facilmente. Senti meu coração pulsar mais rápido a cada vez que Louis se aproximava, invadindo meu espaço pessoal com uma desenvoltura perturbadora.

A atmosfera entre nós dois tornou-se elétrica, quase palpável. Louis inclinou-se, me puxando pela cintura e aproximando os lábios, fazendo com que a respiração do vampiro se misturasse à minha, me deixando sem palavras e mais confuso do que nunca. Um impulso incontrolável fez com que eu empurrasse Louis para longe, tentando recuperar a clareza de meus pensamentos que pareciam fugir diante daquela proximidade avassaladora.

— Desculpe, tenho coisas para fazer. Com licença, meu lorde

Consegui dizer, as palavras saindo em um sussurro hesitante, e afastei-me rapidamente pela floresta, mas sentia a presença de Louis em meu encalço, como uma marca indelével em meu coração, uma promessa silenciosa de que aquele encontro não seria o último.

Enquanto me afastava, sentia o olhar de Louis queimar em minhas costas. Virei brevemente o rosto e vi aquele sorriso sedutor e um leve brilho nos olhos que insinuava segredos ainda não revelados. Aquela tensão pulsante no ar me fascinava, admito, e ele decidira que era hora de descobrir o que realmente me atraía em Louis. Com os olhos fixos em mim, Louis sussurrou para si mesmo, mas eu ouvi, meu coração tão acelerado que parecia querer escapar do meu peito. A floresta parecia respirar ao meu redor com a promessa de novos começos e mistérios a serem revelados sob a luz prateada da lua.

Decidi ir direto ao senhor das armas, precisava de um momento de clareza, longe daquela perturbação que Louis causava. Avistei meu irmão no gabinete de Malura. Hesitei por um instante, mas a necessidade de respostas falou mais alto. Ele deve estar ao lado de nossa irmã, pensei. Entrei na sala e perguntei, tentando manter a voz firme apesar da agitação interna:

— O que eu perdi para vocês estarem reunidos?

Celina se aproximou de mim, depositando um beijo leve em meu rosto, um gesto que sempre me acalmava, e disse com um sorriso enigmático:

— Como você está? Por que está tão animado assim?

Tentei disfarçar minha confusão e o turbilhão de emoções que Louis havia despertado.

— Não sei do que você está falando — respondi, tentando soar casual — não estou animado com nada.

Senti o olhar perspicaz de Malura sobre mim enquanto ele observava Celina e comentava com um tom divertido:

—Tem algo te incomodando, e Maru estamos aqui porque Edgar convocou — ela suspira e fala novamente — todos e estávamos analisando alguns documentos.

Senti uma ponta de irritação com a insistência de Celina, mas tentei manter a compostura.

— Nada me incomoda — disse desviando o olhar — eu estava apenas refletindo sobre algo do passado.

A verdade é que o passado recente, a intensidade do encontro com Louis, ainda ecoava em meus sentidos.

Makamaura olhava para os papéis em silêncio, absorto na leitura das missões programadas para o mês. Logo depois, Edgar entrou na sala acompanhado de Wiki e perguntou, com um tom nostálgico que me surpreendeu:

— Vamos relembrar os velhos tempos?

Malura observou Edgar com uma sobrancelha erguida, curiosa.

— Como assim, Edgar? O que você tem em mente?

A tensão na sala mudou, tomando um novo rumo, mas a imagem de Louis e a estranha eletricidade entre nós ainda persistiam em minha mente, um enigma que eu precisava desvendar.

Edgar respondeu com um sorriso nostálgico:

— Bem, realizar missões juntos como fazíamos quando estávamos na mesma equipe.

Malura revirou os olhos, claramente achando a ideia absurda.

— Você está ficando louco! Nem conseguimos deixar nossos postos direito.

Edgar insistiu, com um tom de voz que não admitia discussão:

— Eu sei é verdade para todos, mas eu posso já que não sou o único responsável por assuntos do estado.

Observei a conversa deles se desenrolar animadamente, mas meus pensamentos ainda estavam presos em Louis. Aquele rosto tão próximo do meu, aqueles olhos vermelhos que pareciam me escanear a alma... Imaginei Louis falando sobre seus pensamentos mais íntimos, enquanto seus cabelos vermelhos dançavam com o vento da noite. Tudo em Louis me deixava intrigado, uma sensação perigosa e excitante ao mesmo tempo. Nesse momento, Hend se aproximou de mim, percebendo meu olhar distante e minha mente absorta em reflexões que nada tinham a ver com a conversa. Ele sacudiu o braço em frente ao meu rosto e disse, com um sorriso divertido:

— Ei, Izamura! Terra chamando, tá tudo bem?

Retornei à realidade um pouco confuso, piscando algumas vezes para focar em Hend.

— Ah, não é nada... — murmurei, tentando parecer despreocupado — eu só estava pensando em algo bobo.

Hend se inclinou para ficar mais próximo, seu olhar curioso e penetrante.

— Alguém conseguiu te fazer pensar, né? Você gostou de alguém ou esse alguém te intriga?

Senti meu rosto corar levemente com a pergunta direta. Respondi com uma timidez forçada, tentando desviar o assunto:

— Não tem ninguém nos meus pensamentos nem nada que me incomode... E não tem por que você ficar me atormentando.

Hend comentou de maneira provocativa, um sorriso malicioso dançando em seus lábios:

— Parece que alguém está estressadinho hoje!

Nesse instante, Yui chegou acompanhada de Mireles e Midgar. Mireles exclamou em alto e bom som, sua energia contagiante:

— Estou aqui para trazer brilho para essa sala!

A chegada deles trouxe uma nova dinâmica ao ambiente, mas a imagem de Louis e a intensidade de nosso breve encontro ainda pairavam em minha mente, como uma sombra vermelha intrigante.

Continua....(⁠◕⁠ᴗ⁠◕⁠✿⁠)

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