Lucas: A salvação de beatriz

Beatriz ficou olhando para a página amarelada do livro, como se a resposta fosse saltar das entrelinhas da receita. Fechou os olhos por um momento, tentando pensar em alguém — qualquer um — que pudesse salvá-la do desastre açucarado que sua vida amorosa estava se tornando.
E então, como uma lembrança inconveniente que o coração finge esquecer, surgiu o nome: Lucas.
Lucas, seu ex-namorado. O garoto dos olhos tranquilos, das mãos firmes e da risada fácil. Ele era o tipo de pessoa que não precisava de popularidade para chamar atenção. Bastava vê-lo preparar algo na cozinha — cada movimento seguro, cada medida exata — e parecia que o mundo ao redor desacelerava só para assistir. Ele fazia mágica com farinha e manteiga, como se cada receita fosse um feitiço.
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Eles tinham terminado há quase um ano.
Foi um término pacífico, sem brigas ou mágoas explícitas, mas cheio de palavras não ditas. Beatriz não sabia ao certo por que tinham se afastado. Talvez fosse o fato dela se sentir invisível demais ao lado dele — não por culpa dele, mas por uma insegurança que vinha de dentro.
Lucas sempre foi intenso, cuidadoso. Amoroso demais, talvez, para o momento em que ela ainda não sabia o que queria. E agora, ironicamente, ele era justamente o que ela precisava.
Engolindo o orgulho, pegou o celular e mandou uma mensagem:
Beatriz
Beatriz
Oi. Preciso de ajuda com um bolo. Urgente. Topa?
A resposta veio quase instantaneamente...
Lucas
Lucas
Sempre. Me diz quando e onde.
Beatriz não respondeu de imediato...se arrumou e foi dar uma olhadinha no treino do time de futebol da escola...
Enquanto isso, em um canto ensolarado do campo, Gabriel ria alto cercado por seus colegas do time. O som da sua gargalhada era como um alarme que disparava o coração de Beatriz sempre que o ouvia.
Mas, ao observá-lo de longe, algo começou a mudar em sua percepção. Sim, ele era bonito. Os cabelos cuidadosamente bagunçados, os olhos cor do céu que pareciam captar a luz como vidro, o sorriso de comercial de pasta de dente.
À medida que Beatriz o observava, começou a notar o que antes ignorava: as conversas sempre giravam em torno dele, as piadas que ele ria eram, quase sempre, às custas de alguém, e ele raramente olhava nos olhos das pessoas quando falava.
E pela primeira vez, ela se perguntou: Será que eu gosto dele...
Seu momento de lucidez durou pouco...
Beatriz, finalmente respondeu Lucas...
Beatriz
Beatriz
Sábado. Vou aí na sua casa...
Lucas
Lucas
Perfeito. Combinado.
No sábado, Beatriz foi até a casa de Lucas. A cozinha era do mesmo jeito que ela lembrava — cheia de potes etiquetados, utensílios organizados com precisão cirúrgica e o cheiro constante de algo assando no forno.
Lucas a recebeu com um sorriso tímido, mas caloroso.
Lucas
Lucas
Você veio armada de paciência ou de farinha?
Ele brincou
Beatriz
Beatriz
Só com esperança... e um pouco de desespero. (Ela respondeu rindo)
Enquanto começavam a preparar a massa, algo curioso aconteceu...
A tensão foi se desfazendo. O silêncio entre eles não era desconfortável, mas cheio de lembranças.
Lucas era paciente, didático e, a cada gesto, parecia tentar reconstruir uma ponte entre eles — uma colherada de cada vez.
Mas o universo, é claro, não deixaria as coisas simples.

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