Amor e Croissants na Sombra e Sabor
O segredo de Fantasma I
Fantasma começou a agir de forma ainda mais estranha do que o habitual. Desaparecia por horas, às vezes até dias, e quando voltava, sua pelagem parecia mais eriçada, os olhos mais humanos...
Numa noite silenciosa, enquanto folheava um livro antigo na poltrona da sala, Verônica viu algo inacreditável...
De relance, no reflexo da janela, jurou ter visto o corpo esguio do gato se contorcer e se alongar até se transformar em um homem alto de feições afiadas.
Verônica tentou limpar rapidamente seus olhos e quando se virou, Fantasma estava lá novamente, como se nada tivesse acontecido.
Confusa e assustada, ela procurou Luciano no dia seguinte...
Depois de muita hesitação, contou-lhe tudo. Luciano, cético a princípio, percebeu que havia verdade no olhar inquieto de Verônica.
Luciano
Se ele realmente está se transformando… a gente precisa descobrir o que ele é de verdade.
Disse ele, a voz baixa, mas decidida.
Nos dias seguintes, os dois começaram a seguir Fantasma discretamente.
Descobriram que ele desaparecia sempre no mesmo horário — pouco antes do pôr do sol — e que às vezes parecia guiado por um propósito, indo sempre na mesma direção: uma antiga estufa abandonada nos fundos do bairro, coberta por heras e esquecida pelo tempo.
Na noite em que decidiram segui-lo até o fim, o que encontraram mudou tudo...
A estufa abandonada parecia um relicário do tempo, onde o passado sussurrava entre as folhas secas e os vidros embaçados.
Verônica e Luciano, movidos por uma curiosidade que beirava o temor, seguiram os passos silenciosos de Fantasma até aquele lugar...
Ao entrarem, foram envolvidos por um aroma de terra molhada e flores há muito desbotadas.
No centro, sob a luz filtrada pela poeira, Fantasma se sentou, encarando-os com olhos que pareciam conter séculos de segredos.
De repente, uma brisa percorreu o ambiente, e o corpo do gato começou a se contorcer, alongando-se até assumir a forma de um homem — o mesmo que Verônica jurava ter visto naquela noite.
Verônica e Luciano, atônitos, olhavam...
Ambos sem voz. As palavras pairando no ar.
Se entreolharam, tentando confimar o que acabaram de ver.
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