A Carta Escondida
Os dias seguintes foram um misto de felicidade e tensão.
Helena e Enrico se aproximavam cada vez mais — olhares demorados, toques que não eram mais "acidentais", beijos roubados em corredores silenciosos.
Mas dentro de Helena, uma guerra silenciosa se travava.
Ela queria acreditar naquele amor nascente, queria confiar de olhos fechados.
Mas, no fundo, algo ainda a prendia: o medo de ser apenas uma peça em mais um plano de negócios de Enrico.
O conflito interno crescia, sufocando-a.
Numa tarde chuvosa, enquanto arrumava algumas coisas antigas no escritório, Helena encontrou algo que mudaria tudo.
Uma carta.
Amarelada pelo tempo, esquecida entre papéis de negócios e contratos antigos, a carta tinha a caligrafia trêmula de uma mulher... e estava endereçada a Enrico.
Com o coração acelerado, Helena leu:
"Meu querido filho,
Se um dia você encontrar alguém que faça seu mundo parar, mesmo quando tudo parecer desmoronar, não deixe que o medo o afaste.
O amor não é uma fraqueza. O amor é a única força que realmente importa.
Prometa a si mesmo que não viverá apenas para os negócios, para o dinheiro, para as vitórias vazias.
Prometa que, quando encontrar esse amor... você irá lutar por ele.
Com todo o seu coração."
A assinatura era de sua mãe.
A mulher que Enrico perdera ainda criança.
Helena sentiu as lágrimas rolarem silenciosas pelo rosto.
Ali, naquela carta esquecida, estava a verdadeira essência de Enrico.
Ele não era frio por escolha. Era um homem quebrado, tentando se proteger do que mais queria e mais temia ao mesmo tempo: o amor.
E então veio a maior surpresa.
Enrico entrou no escritório e a encontrou segurando a carta.
Seus olhos, ao ver o papel nas mãos dela, encheram-se de pânico.
— Você não deveria ter lido isso — ele disse, a voz tensa, quase desesperada.
Helena, ainda emocionada, levantou os olhos para ele.
— Enrico... por que escondeu isso até de você mesmo?
Ele passou a mão pelos cabelos, agitado.
— Porque se eu acreditasse nisso, teria que admitir que tudo o que eu construí... não significaria nada sem alguém para dividir. — Sua voz falhou. — E eu não queria ser fraco. Não queria perder de novo.
Helena se levantou e caminhou até ele, devagar.
— Você não está perdendo nada — sussurrou. — Está ganhando.
Ela colocou a mão no peito dele, sentindo o coração disparado.
— Está ganhando a chance de ser feliz. E eu... — sua voz falhou por um instante — eu quero ser essa chance.
Enrico a puxou para um abraço apertado, como se temesse que, se soltasse, ela desapareceria.
E naquele abraço, toda a dor, o medo, o orgulho... começaram a se desfazer.
Helena sabia que a jornada deles ainda seria cheia de desafios.
Mas agora, eles tinham algo verdadeiro para lutar.
Algo que nenhum contrato poderia obrigar.
Algo que nascia do mais puro e corajoso dos sentimentos: o amor.
Nota da autora: lembrando que esse é minha primeira história, então cuidado com os julgamentos, vou tentar fazer o meu melhor para vocês.
Se tiver algum erros de português, me desculpa
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Atualizado até capítulo 55
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