Eu lembro daquela noite como se tivesse sido ontem.
O casamento da Alana estava perfeito. Música boa, gente rindo, a felicidade transbordando pelas paredes da mansão. E ela…
Giulia.
Meu Deus, como ela estava linda.
Vestido colado, olhos brilhando, cabelo solto.
Ela desfilava pela festa como se não soubesse o efeito que causava.
E eu… eu a observava. Como sempre.
Noah ciente do que acontecia me perguntou se eu gostava dela, deixei claro que a nossa relação era de amizade, nem eu acreditava naquilo, mas quando me alertou sobre os olhares que ela ganhava que percebi o quanto outros homens a admiravam, voei até ela, afastei o cara arrancando dela uma reação diferente.
— Se somos só amigos, você tem que me deixar viver minha vida, não acha?
Mal sabia ela o quanto aquilo doía.
Meu beijo a mostrou que não era assim, que ela era minha, e ali a paz reinou.
Mas naquela noite... tudo mudou.
Vi quando ela se afastou, o celular vibrando em sua mão. Vi seu rosto mudar. A expressão se apagar, ela se despediu e saiu correndo, não quis que eu a levasse.
Fui atrás sem pensar.
— Giulia?
Ela estava parada no jardim, imóvel. Olhos arregalados.
— Quem era? — perguntei, a voz baixa.
Ela hesitou. Guardou o celular no bolso como se quisesse esconder o próprio medo.
— Eu... eu preciso sair por um tempo.
— Agora? Que porra é essa? O que aconteceu?
— Me prometeram respostas. Coisas... sobre minha mãe. E eu preciso ir.
Cheguei mais perto, a voz firme:
— Então vamos. Eu levo você.
Ela recuou um passo, os olhos cheios de algo que eu não conhecia: pavor.
— Não, Enzo. Eu tenho que ir sozinha.
— Giulia... — me aproximei mais. — Você tá tremendo. Me diz o que tá acontecendo.
— Se eu contar, ele mata ela. Ele disse que tá com a minha mãe. Que se eu abrir a boca, ela morre.
A fúria que nasceu em mim foi instantânea. Cerrei os punhos, minha mente já passando por todas as possibilidades, todos os nomes, todas as ameaças.
E eu, querendo respeitar o maldito espaço dela, aceitei.
Mas algo dentro de mim gritava.
Então assim que ela saiu eu também saí.
Graças a Deus, eu fui atrás.
Aquela casa…
O cheiro, o silêncio, o pressentimento.
Entrei pronto para matar. E matei.
O desgraçado estava em cima dela. Sangue, lágrimas, dor, queria ressuscitar ele e matar novamente.
A Giulia, minha Giulia, quase sem forças.
Eu o matei sem pensar. Dois tiros. Um por cada grito que ela deu.
A peguei nos braços, ela mal respirava. Levei direto para o hospital.
Enquanto ela era atendida, eu queria destruir o mundo.
Chamei meus homens. Exigi informações.
— Quem era ele?
Silêncio.
— FALEM, PORRA!
Foi Thiago quem falou, engolindo seco:
— Um atravessador russo, senhor. Trabalhou com o pai da Giulia anos atrás. Parece que o cara tentou cobrar uma dívida antiga... usando ela.
Meu sangue ferveu.
O ar me queimava os pulmões.
A raiva era tanta que tremi.
Ele tentou tocar nela como moeda de troca.
Quando ela acordou, no hospital, eu estava sentado ao lado dela.
Olhos vermelhos, punhos fechados, mas o coração inteiro ali.
— Ei… você tá bem, — murmurei, me inclinando, a mão segurando a dela com força e cuidado ao mesmo tempo.
— Acabou, Giulia. Eu te trouxe de volta. Agora a gente vai para casa.
Ela me olhou, frágil. Ainda assustada.
Mas viva.
Hoje, ela dorme.
Estamos no quarto, só nós dois.
Ela respira devagar, o corpo encolhido sob o lençol. O rosto não carrega mais marcas daquela noite.
Ela está aqui. Comigo.
Sento na beira da cama. Passo os dedos com leveza pelos fios do cabelo dela.
— Você nunca mais vai passar por aquilo, — sussurro, como uma promessa que sangra.
— Não enquanto eu respirar. Juro por tudo que sou, Giulia…
Quem tentar tocar em você de novo, eu vou atrás até o inferno, e volto com a cabeça do filho da puta nas mãos.
Ela se mexe, como se sentisse. Como se soubesse.
E eu beijo sua testa com delicadeza, porque mesmo sendo feito de guerra… com ela, eu só quero paz.
O quarto ainda estava escuro, cortinas pesadas filtrando a luz tímida da manhã.
Tudo ali era silêncio — exceto o som tranquilo da respiração dela contra o meu peito.
E então, devagar, senti seu corpo se mover.
Aquele gesto suave, quase imperceptível… mas que eu conheço tão bem.
Giulia acordava. E como sempre fazia quando queria me encontrar ainda no meio do sonho, ela se enroscou em mim. Os braços ao redor da minha cintura, o rosto escondido no meu pescoço.
— Bom dia, — ela murmurou com a voz arrastada de sono.
— Bom dia, amor.
Beijei o alto da cabeça dela, meu corpo inteiro reagindo àquele toque, àquele calor.
Foi inevitável.
Ela percebeu.
Fez um leve sorriso se formar em seus lábios enquanto se aninhava mais.
— Ah, então você sentiu minha falta enquanto eu dormia? — ela sussurrou, provocando, os dedos já explorando o caminho entre a camiseta e minha pele.
— Você não tem ideia.
Ela ergueu o olhar, os olhos azuis-escuros brilhando de malícia suave e carinho profundo. E então, com a confiança de quem sabe exatamente o lugar que ocupa no meu mundo, Giulia se ergueu e, sem cerimônia, montou em mim, uma perna de cada lado do meu quadril.
— Então deixa eu te lembrar...
A voz era baixa, firme, carregada daquela doçura que só ela sabe usar para desarmar até o homem mais letal.
Ela se inclinou e me beijou. Devagar. Explorando, provocando, me queimando de dentro para fora.
Cada movimento dela sobre mim era sensual, mas carregado de entrega.
Nada urgente.
Nada impaciente.
Era como se estivéssemos dançando uma música que só nós dois ouvimos.
Minhas mãos subiram por suas coxas, até a cintura. Ela fechou os olhos e se moveu lentamente, o corpo inteiro se encaixando no meu como uma promessa.
Ela cavalgava com controle, com graça, com amor.
A respiração entrecortada, os olhos fixos nos meus, os lábios entreabertos.
E mesmo ali, naquele momento de prazer, o que me arrebatava era o sentimento.
A forma como ela confiava em mim. Como se entregava por completo.
— Você é tudo para mim, Giulia, — eu sussurrei contra sua boca, as mãos firmes na curva das costas dela.
Ela sorriu.
Um sorriso pequeno, mas real.
— E você é meu lar.
Os movimentos dela aumentaram, intensos e suaves ao mesmo tempo, e juntos, fomos levados àquele lugar onde nada mais existia além de nós dois.
Quando finalmente colapsamos no abraço, corações disparados, respiração descompassada, não houve palavras por um tempo.
Só toque.
Só presença.
Só certeza.
Ela deitou sobre mim, e eu a envolvi como se o mundo inteiro dependesse daquilo.
E talvez dependa mesmo.
Porque quando Giulia está nos meus braços... nada pode me tocar.
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Atualizado até capítulo 26
Comments
Simone Silva
parabéns autora pelo seu livro ❤️
2025-04-30
0
Matilde Nacimento
👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏❤️❤️❤️
2025-05-05
0
Ioneide Martins
está maguinifica história lindo
2025-05-04
0