Nunca Foi Por Acaso Cap 5

Continuação...

Naquela noite, Taylane não conseguiu dormir de novo.

Ficou encarando o teto por horas, lembrando de cada detalhe que o faxineiro disse.

"Alunos que sonhavam com ele... uma garota que desapareceu...”

E o pior? Tudo parecia familiar. Como se ela já tivesse escutado aquela história antes... em algum lugar dentro dela.

Quando o sono finalmente chegou, ele veio denso, pesado.

sonho on

Ela estava de novo no colégio. Mas era diferente.

As paredes eram antigas, a tinta gasta.

Os corredores tinham luzes amareladas, e os armários estavam enferrujados. Era o mesmo lugar... em outra época.

Taylane andava pelos corredores, sozinha, ouvindo passos distantes, risos abafados e vozes que sussurravam seu nome como uma canção triste.

Parou diante da sala de Educação Física. A porta estava entreaberta.

Dentro, ela viu... ela mesma. Sentada no chão, com um uniforme diferente, mais antigo.

Chorando. E Mateus ao lado dela, agachado, tocando sua mão com cuidado.

Mateus

Você não devia ter lembrado (ele dizia com voz rouca) Isso te prende aqui comigo. De novo.

A Taylane do sonho levantou os olhos, e quando seus olhares se encontraram, a Taylane “real” acordou com um grito preso na garganta, suando frio.

sonho off

O despertador ainda não tinha tocado, mas ela se levantou, foi até o espelho e percebeu algo em seu braço.

Três marcas finas, como arranhões, que não estavam ali no dia anterior.

No colégio, tudo parecia igual — exceto por ela. Tudo ao redor parecia mais lento, distante.

Como se ela estivesse vendo tudo através de um vidro. Na aula de História, enquanto todos copiavam da lousa, ela piscou por um segundo...

E quando abriu os olhos de novo, estava sozinha na sala.

Sem saber como..Correu até a porta, e quando abriu, o corredor estava escuro. Passos ecoavam lá no fundo. Ela seguiu, assustada.

Mateus

Taylane.

A voz veio atrás dela. Ela se virou. Mateus. Mas não era o de sempre.

Os olhos dele estavam sombrios, tristes. Havia algo desesperado naquele olhar.

Mateus

Você começou a lembrar... Não devia

Taylane

O que eu sou pra você? (ela perguntou, sem conseguir controlar a raiva e o medo) O que tá acontecendo comigo?

Ele não respondeu. Apenas se aproximou, e sussurrou:

Mateus

A verdade é que isso tudo... nunca foi por acaso. Nem a primeira vez. Nem agora.

E com um piscar de olhos... ela estava de volta à sala de aula. Cheia. Professora falando, alunos rindo, tudo normal. Como se nada tivesse acontecido.

Mas as marcas no braço... ainda estavam lá.

Continua...