Gabriel era o tipo de homem que, quando queria algo, fazia acontecer. E naquele momento, ele queria Heloise completamente. Por isso, mandou uma mensagem direta e sem rodeios:
“Arrume uma mala pequena. Vamos sair da cidade por dois dias. Sem desculpas.”
Heloise leu a mensagem com as sobrancelhas arqueadas. Estava no hospital, entre um plantão e outro, mas não conseguiu conter o sorriso.
“Você sempre sequestra as pessoas assim?” ela respondeu.
“Apenas as que me tiram do eixo.”
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Lucas teve a mesma ideia. Ou talvez fosse só a competição silenciosa com o irmão. De qualquer forma, ligou para Heloisa com um tom mandão:
— Estamos saindo da cidade. Eu, você e a sua teimosia. Aceita ou inventa uma desculpa qualquer?
— Isso é um convite ou um sequestro?
— Os dois. Me encontre em trinta minutos. Estou indo te buscar.
— Lucas…
— Sem drama, brasileira. Eu prometo me comportar. Ou não.
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Duas horas depois, os casais estavam em caminhos diferentes, mas com destinos parecidos: um resort afastado da cidade, com vista para um lago congelado, lareiras e suítes privativas.
Gabriel e Heloise chegaram primeiro. O carro preto estacionou em frente ao chalé reservado por ele — privacidade total, longe dos hóspedes, com vista direta para a floresta coberta de neve.
— Isso aqui é lindo demais — disse Heloise, tirando os óculos de sol. — Achei que você só gostasse de concreto e vidro.
— Eu gosto do que me dá controle. Mas com você, estou aprendendo a apreciar o imprevisível.
Ela virou-se para ele, divertida.
— Está poético hoje, CEO.
— Estou inspirado.
E antes que ela pudesse se afastar, Gabriel a puxou pela cintura e a beijou com intensidade. A porta ainda estava aberta quando ele a pressionou contra a parede de madeira, as mãos deslizando por suas coxas.
— Vamos começar esse fim de semana do jeito certo — sussurrou entre beijos, a respiração quente contra o pescoço dela.
Ela gemeu baixinho, sentindo o calor dele invadir cada centímetro do seu corpo.
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Enquanto isso, no chalé ao lado, Lucas e Heloisa discutiam… como sempre.
— Você dirigiu rápido demais! — ela reclamou, tirando o casaco.
— Porque você não cala a boca quando estou concentrado!
— Porque você é um inconsequente!
— E você é insuportavelmente linda quando está irritada.
Ela parou, bufando, mas sorriu apesar de si mesma.
— Idiota.
— Heloisa…
Ele se aproximou devagar, olhando nos olhos dela. Ela não recuou. As mãos dele seguraram seu rosto com firmeza.
— Você me provoca de um jeito que eu não sei lidar.
— E você me tira do sério como ninguém.
— Então vamos parar de resistir.
O beijo veio forte, quente, cheio de tensão acumulada. Ele a ergueu pela cintura e a levou até a cama sem tirar os olhos dos dela. Quando a deitou, o corpo de Lucas já estava queimando por ela.
A noite caiu devagar sobre os dois chalés. Entre beijos, toques, suspiros e gemidos abafados pela madeira grossa, quatro corações se perdiam em prazer e desejo.
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Na manhã seguinte, Gabriel acordou com Heloise deitada sobre seu peito, traçando círculos com o dedo sobre sua pele.
— Isso está começando a parecer um relacionamento.
— Está com medo?
— Não. Estou curiosa.
Ele virou o rosto e beijou sua testa.
— Então continua comigo. Sem pressa. Sem regras. Só a gente.
— Só a gente?
— E algumas discussões quentes no meio do caminho.
Ela sorriu e o beijou de novo, deixando o cobertor escorregar, revelando seu corpo nu sob a luz suave da manhã.
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No outro chalé, Heloisa tomava café enrolada em um dos cobertores, sentada na varanda. Lucas apareceu com uma xícara na mão, só de calça de moletom, os cabelos bagunçados.
— Está fugindo de mim?
— Estou digerindo a noite passada.
— Arrependida?
Ela o encarou.
— Assustada. Você mexe comigo mais do que deveria.
Lucas se aproximou e sentou ao lado dela.
— E se a gente parar de lutar contra?
— E se não der certo?
— Então a gente briga, se odeia por algumas horas e volta a se beijar. Tipo agora.
Ele tomou a xícara da mão dela e a puxou para um beijo calmo, íntimo. Um beijo que dizia “a gente vai dar um jeito”.
**
O fim de semana passou rápido demais. Entre banhos de banheira, caminhadas na neve, jantares à luz de velas e conversas profundas, os quatro se permitiram algo raro: sentir.
Mas havia uma certeza entre eles ao voltarem para Moscou: aquele não era o fim. Era apenas o começo do caos que amar alguém podia trazer.
E nem Gabriel, nem Lucas estavam dispostos a abrir mão das brasileiras que viraram seus mundos de cabeça para baixo.
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Atualizado até capítulo 47
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