Capítulo 4 – Olhares em Chamas

O salão de eventos da Volkov Corporation estava impecável. Luzes estrategicamente posicionadas destacavam a decoração luxuosa com detalhes em preto e dourado, enquanto garçons elegantemente vestidos circulavam com taças de champanhe. Era a noite de celebração de um novo contrato internacional, e todos os olhos estavam voltados para os irmãos Volkov, os homens mais poderosos da Rússia naquele momento.

Gabriel ajustava a abotoadura do paletó com um leve sorriso satisfeito. Seu terno preto sob medida destacava a postura firme e imponente. Ao seu lado, Lucas mexia no colarinho com certa impaciência.

— Acha que elas vêm? — perguntou Lucas, sem olhar para o irmão.

— Heloise confirmou. Aposto que Heloisa não resistirá à chance de te provocar.

— Ótimo. Estou precisando mesmo de uma briga disfarçada de flerte.

Gabriel riu de leve.

— Só tente não fazer um escândalo hoje.

— Escândalos deixam tudo mais divertido.

**

Heloise e Heloisa chegaram juntas. Ambas usavam vestidos longos e elegantes, mas com estilos diferentes. Heloise optara por um modelo vermelho justo com decote profundo nas costas. Seu cabelo estava solto, com ondas suaves, e os olhos delineados destacavam o olhar marcante.

Já Heloisa usava um vestido azul-marinho de fenda lateral e mangas longas. Mais séria, com coque alto e brincos discretos, ela exalava uma elegância poderosa.

Ao entrarem, o salão pareceu parar por um instante. Os irmãos Volkov as viram imediatamente, e o mundo ao redor desapareceu.

Gabriel caminhou até Heloise com passos lentos, olhos fixos nos dela.

— Você está… — ele parou, observando-a de cima a baixo — inacreditável.

— Você diz isso pra todas?

— Não. Só pra quem me tira o ar.

Ela mordeu o lábio, lutando contra o sorriso.

— E você está abusando da sua autoridade de CEO.

— Só estou abusando do meu direito de querer você.

Antes que ela pudesse responder, ele estendeu a mão.

— Me dá essa dança.

**

Do outro lado do salão, Lucas aproximou-se de Heloisa com aquele sorriso irritantemente charmoso.

— Achei que não viria.

— Pensei em recusar. Mas lembrei que ver sua cara arrogante pode ser… interessante.

— E você veio linda desse jeito só pra me provocar?

— Vim linda porque sou. O fato de te provocar é um bônus.

Lucas soltou uma risada baixa, oferecendo o braço.

— Vamos fingir que somos civilizados e dançar?

Ela revirou os olhos, mas aceitou. E, assim, os dois casais foram ao centro do salão, atraindo todos os olhares.

**

A dança entre Gabriel e Heloise era carregada de tensão. Ele mantinha a mão firme na cintura dela, os olhos cravados nos seus.

— Está gostando da festa?

— Estou me perguntando se isso tudo é pela empresa… ou pra impressionar alguém.

— Se for pelos dois, tudo bem?

Ela riu.

— Você realmente acredita que pode ter tudo o que quiser, né?

— Só quando o que eu quero está olhando pra mim com esse brilho nos olhos.

Ela sentiu o coração acelerar. Ele era demais. Intenso demais.

**

Enquanto isso, Lucas e Heloisa pareciam mais em uma batalha silenciosa do que numa dança.

— Vai continuar fingindo que não sente nada quando estou perto?

— Não estou fingindo. Eu realmente não sinto nada.

— Então por que sua mão está tremendo?

Ela o encarou, séria.

— Porque dançar com você é como andar descalça num campo minado.

— E ainda assim você escolheu vir.

— Talvez porque eu esteja entediada.

— Ou talvez porque você esteja tão envolvida quanto eu.

O silêncio entre eles gritou mais do que qualquer resposta.

**

Depois da dança, Gabriel levou Heloise até a varanda do salão. O frio cortante da noite os envolveu, mas ele não se importou.

— Sabe o que eu pensei quando você entrou?

— Que estava irresistível?

— Que você é problema. E eu sempre gostei de problemas.

Ela o empurrou de leve, rindo.

— Você está me seduzindo ou tentando me assustar?

— Os dois. Porque se você ficar, Heloise… vai ser tudo ou nada comigo.

Ela parou de rir. A seriedade na voz dele a atingiu de forma direta.

— E se eu disser que tenho medo?

— Eu seguro sua mão. E a gente pula junto.

Por um momento, o mundo ficou em silêncio. E então ele se aproximou, os rostos colados.

— Posso te beijar?

Ela olhou para os lábios dele, depois para os olhos.

— Pode.

O beijo foi lento no início, mas carregado de desejo contido. As mãos dele seguraram sua cintura com força, enquanto a língua explorava sua boca com firmeza e precisão. Ela gemeu baixinho, agarrando a nuca dele. O mundo girou e parou ali.

**

Dentro do salão, Lucas encostou-se a uma das colunas enquanto observava Heloisa conversar com um grupo de convidados. Um homem estrangeiro se aproximou dela e tocou seu braço de maneira amigável — amigável demais, na opinião de Lucas.

Sem pensar, ele foi até lá e interrompeu:

— Heloisa, querida, preciso falar com você. Agora.

Ela arqueou a sobrancelha, surpresa e irritada.

— Estamos conversando, Lucas.

— Sim, e já conversaram o suficiente.

Ela se despediu rapidamente e o seguiu, furiosa.

— Perdeu o juízo?

— Perdi a paciência. Ninguém encosta em você daquele jeito.

— Você não é meu namorado, Lucas!

— Ainda não. Mas estou trabalhando nisso.

Ela ficou sem palavras. E ele aproveitou o momento para se aproximar, colando os corpos.

— Se eu te beijar agora, você vai me bater?

— Talvez. Mas vale o risco.

Ele a beijou. Com fúria, desejo e emoção. E ela respondeu. Com a mesma intensidade.

**

Naquela noite, dois casais deixaram o evento em silêncio, mas com os corações em chamas.

Gabriel levou Heloise para casa com a mão entrelaçada à dela. No carro, o silêncio era confortável.

— Você mexe comigo — ela sussurrou, já na porta de casa.

— E eu não pretendo parar de fazer isso tão cedo.

**

Lucas, por outro lado, deixou Heloisa em casa com um sorriso de vitória.

— Boa noite, doutora.

— Não fique tão convencido, Volkov. Ainda não te perdoei.

— Mas já me beijou. Isso é meio caminho.

E antes que ela respondesse, ele desapareceu na noite.

**

As coisas estavam longe de serem simples. Mas uma coisa era certa: os quatro estavam presos em uma teia de desejo, provocação e sentimentos crescentes. E nada seria como antes.

 

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Comments

Andréa Debossan

Andréa Debossan

Eiiiita que isso vai ser uma briga de foice /Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm/

2025-04-25

1

Ver todos
Capítulos
1 capítulo 01
2 Capítulo 2 – Olhares que Queimam
3 Capítulo 3 – Provocações e Promessas
4 Capítulo 4 – Olhares em Chamas
5 Capítulo 5 – Fim de Semana Perigoso
6 Capítulo 6 – O Mundo Está Observando
7 Capítulo 7 – Entre Olhares e Confissões
8 Capítulo 8 – Paraíso Particular
9 Capítulo 9 – Ciúmes, Brigas e uma Surpresa
10 Capítulo 10 – De Volta à Realidade... Ou Quase
11 Capítulo 11 – O Início da Convivência (E do Caos)
12 Capítulo 12 – "Desejo Selvagem em Santorini"
13 Capítulo 13 – "Ciúmes em Santorini"
14 Capítulo 14 – "De volta à realidade"
15 Capítulo 15 – "Sombras do passado"
16 Capítulo 16 – "Primeiro embate"
17 Capítulo 17 – "Explosão de desejo"
18 Capítulo 18 – "Montanhas de Desejo"
19 Capítulo 19 – "Crise à Vista"
20 Capítulo 20 – "Na Rota do Inimigo"
21 Capítulo 21 - Silêncio Perigoso
22 Capítulo 22 – Explosão de Desejo
23 Capítulo 23 – Verdades à Superfície
24 Capítulo 25 – A Verdade dos Volkov
25 Capítulo 26 – Ardentes Retornos
26 Capítulo 27 – Conflitos em Chamas
27 Capítulo 28 – Entre Sombras e Segredos
28 Capítulo 29 – Juntos na Tempestade
29 Capítulo 30 – Fortes Juntos
30 Capítulo 31 – Jantar de Alianças e Tempestades
31 Capítulo 32 – Revelações e Redenção
32 Capítulo 33 – Um Novo Ciclo
33 Capítulo 34 – Entre promessas e novos caminhos
34 Capítulo 35 – Laços Selados
35 Capítulo 36 – Desejos à Flor da Pele
36 Capítulo 37 – Prontos para um Novo Começo
37 Capítulo 38 – O Pedido
38 Capítulo 39 – Preparativos e Planos
39 Capítulo 40 – O Grande Dia
40 Parte 2 – Do Capítulo 40 – Brasil, sol e novos sabores
41 capítulo 41- Grávides
42 Capitulo 42 -Reações em Família
43 Capítulo 43 – O Chá Revelação
44 Capítulo 44 – O Encontro do Destino
45 Capítulo 45: A Chegada de Nikolai
46 Capítulo 46 – Nosso pequeno mundo
47 epílogo
Capítulos

Atualizado até capítulo 47

1
capítulo 01
2
Capítulo 2 – Olhares que Queimam
3
Capítulo 3 – Provocações e Promessas
4
Capítulo 4 – Olhares em Chamas
5
Capítulo 5 – Fim de Semana Perigoso
6
Capítulo 6 – O Mundo Está Observando
7
Capítulo 7 – Entre Olhares e Confissões
8
Capítulo 8 – Paraíso Particular
9
Capítulo 9 – Ciúmes, Brigas e uma Surpresa
10
Capítulo 10 – De Volta à Realidade... Ou Quase
11
Capítulo 11 – O Início da Convivência (E do Caos)
12
Capítulo 12 – "Desejo Selvagem em Santorini"
13
Capítulo 13 – "Ciúmes em Santorini"
14
Capítulo 14 – "De volta à realidade"
15
Capítulo 15 – "Sombras do passado"
16
Capítulo 16 – "Primeiro embate"
17
Capítulo 17 – "Explosão de desejo"
18
Capítulo 18 – "Montanhas de Desejo"
19
Capítulo 19 – "Crise à Vista"
20
Capítulo 20 – "Na Rota do Inimigo"
21
Capítulo 21 - Silêncio Perigoso
22
Capítulo 22 – Explosão de Desejo
23
Capítulo 23 – Verdades à Superfície
24
Capítulo 25 – A Verdade dos Volkov
25
Capítulo 26 – Ardentes Retornos
26
Capítulo 27 – Conflitos em Chamas
27
Capítulo 28 – Entre Sombras e Segredos
28
Capítulo 29 – Juntos na Tempestade
29
Capítulo 30 – Fortes Juntos
30
Capítulo 31 – Jantar de Alianças e Tempestades
31
Capítulo 32 – Revelações e Redenção
32
Capítulo 33 – Um Novo Ciclo
33
Capítulo 34 – Entre promessas e novos caminhos
34
Capítulo 35 – Laços Selados
35
Capítulo 36 – Desejos à Flor da Pele
36
Capítulo 37 – Prontos para um Novo Começo
37
Capítulo 38 – O Pedido
38
Capítulo 39 – Preparativos e Planos
39
Capítulo 40 – O Grande Dia
40
Parte 2 – Do Capítulo 40 – Brasil, sol e novos sabores
41
capítulo 41- Grávides
42
Capitulo 42 -Reações em Família
43
Capítulo 43 – O Chá Revelação
44
Capítulo 44 – O Encontro do Destino
45
Capítulo 45: A Chegada de Nikolai
46
Capítulo 46 – Nosso pequeno mundo
47
epílogo

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