Capítulo 05 (É bom estar com ele)

— O quarto fica em silêncio por um tempo.

Vitor - O QUÊ? De onde você tirou isso?

Alice - Pensa bem. Você…Eu… Completamente sozinhos…

Alice - Isso iria nos ajudar a dormir melhor, você não acha?

Vitor - Sra Gusmão!

Alice - O quê? Mais é verdade! Isso me ajudaria a pegar no sono facilmente.

Vitor - Nesse caso, sugiro que você conte ovelhinhas.

Vitor - Boa noite, Sra Nelson.

Alice - Boa noite, Vitor.

— Demora um pouco, mas uma hora eu caio num sono profundo…

— Quando acordei de manhã, o Vitor já tinha saído do quarto, o colchonete no chão tinha sido recolhido.

— Aproveitei a oportunidade para tomar um banho e curti a água morna pelo máximo de tempo.

— Agora, quando abro a cortina para sair do chuveiro, percebo que esqueci a minha calcinha… eu corro até o quarto para pegar…

— E vejo Vitor bastante chocado e bastante pelado diante de mim!

“Fecho os olhos imediatamente e dou um gritinho de surpresa”

Alice - Vitor!

Vitor - Porra, perdão Sra Gusmão! Eu não sabia que você estava tomando banho.

Vitor - Você poderia, ah, poderia me passar a toalha?

Alice - Toma!

Vitor - Ah… já coloquei a minha cueca.

— Espreito minha cabeça por trás da cortina e o vejo com uma mão sobre os olhos e outra estendida em minha direção, segurando a toalha.

— Eu rapidamente a pego, seco o meu corpo e visto meu roupão.

Alice - Já pode abrir os olhos.

— Vitor cuidadosamente afasta a mão do rosto, como se não acreditasse em mim. Quando ele percebe que estou vestindo um roupão, seu corpo relaxa um pouco.

Vitor - Bom.

— Só então percebo que ele não está usando uma camisa. Seus músculos são incrivelmente definidos, como se ele estivesse acabado de fazer mil flexões.

Alice - Você viu alguma coisa?

Vitor - Ah, não não!

Alice - Ah, Hum… Ainda bem!

“Ele parece desconfortável”

Vitor - Eu ouvir um barulho estranho e vim me certificar que estava tudo bem.

Alice - Um barulho? Eu não escutei nada.

Vitor - Teve um barulho.

— Percebo que seus olhos me vigiam secretamente e eu sorrio pra ele.

Alice - Viu algo que gostou?

“….”

Alice - Bom, agora que você investigou minuciosamente o recinto, acho que é seguro você tomar banho.

— Quando ele não se mexe, dou um pequeno sorriso.

— Posso aproveitar e me divertir um pouco.

Alice - Se você insiste em ficar aí olhando o dia todo, quem sabe não tira uma foto? Vai poder guardar de recordação.

— Com isso saio do quarto, sabendo muito bem que Vitor está observando todos os meus movimentos.

— Enquanto o Vitor está tomando banho, sento no sofá e ligo a televisão. O canal do tempo é a primeira coisa a aparecer.

— Então começo a trocar de canal até que, de repente… eu vejo o meu rosto na tela.

Alice - MAS QUE PORRA É ESSA?

— As imagens da cena do tiroteio piscam diante dos meus olhos, mas desaparecem assim que Bruno aparece na tela.

Bruno - Ao tornar minha esposa uma pessoa pública, acabei colocando a vida dela em perigo também, ela acabou sofrendo uma tentativa de homicídio dentro de nossa casa…

Bruno - Se alguém tiver qualquer informação sobre o atirador ou atiradores envolvidos, eu imploro que se pronunciem. Essa tentativa brutal de tirar uma vida inocente, não pode ficar impune

Bruno - Por enquanto, minha esposa foi enviada para um esconderijo até que a ameace acabe, mas…

— Ele funga e enxuga as lágrimas de crocodilo do rosto seco e enrugado.

Bruno - Eu só quero ela em casa pra que a gente possa finalmente voltar ao normal e nos concentrar em tornar a vida de vocês melhor ao me reeleger.

— Desligo a televisão e quase jogo o controle remoto pela sala.

“Que safado!”

— Quem ele pensa que é pra usar essa situação pra aumentar os índices de aprovação dele! Será que ele não tem alma? Será que ele se importa?

— Tento me controlar, quando escuto Vitor saindo do banheiro… mas ele se dirige para a cozinha, sem me perceber.

— Escuta os armários sendo abertos e fechados antes que ele chegue à sala de estar.

Vitor - Parece que não tem nada pra comer aqui, a gente vai ter que ir até a cidade pra fazer compras.

Alice - A gente?

— Meu humor melhora um pouco com a ideia de passar um tempo fora.

— Depois de ver as notícias, preciso de algo para desligar minha cabeça.

Vitor - Claro! A gente pode até comer alguma coisa se você quiser. Um dos meus amigos é dono de um restaurante que serve petiscos.

Alice - Você acha que é seguro eu sair em público?

Vitor - Eu conheço essa cidade e pode confiar em mim quando digo que ninguém vai te reconhecer!

Alice - Tem certeza?

Vitor - As pessoas aqui não se preocupam com coisas como política ou com o tipo de drama que notícias causam.

Vitor - Você vai ficar segura enquanto estiver comigo!

“Ele me lança um sorriso tímido e meu coração derrete ”

Alice - Eu sei!

Vitor - Mas se você quiser ficar aqui…

— Vitor coça a nuca e olha ao redor da sala

Vitor - Mesmo que eu prefira que você venha comigo, eu iria ficar só algumas horas fora e essa cabana é isolada. Como eu disse, você decide!

Alice - Eu adoraria ir com você!

“Eu sorrio e ele sorri de volta pra mim”

Alice - Sabe de uma coisa? Você deveria sorrir com mais frequência. Você tem um sorriso tão bonito, mas esconde ele atrás dessa cara de mau que está sempre usando.

Vitor - Eu não faço cara de mau.

“Eu sigo em direção a ele e chego bem perto”

Alice - Sim, você faz sim!

Vitor - Minha expressão facial é sempre profissional.

Alice - Um profissional mau, então?

— Eu ouço ele resmungar atrás de mim e esconder uma risada.

“Por que ele é tão fofo?”

Vitor - E eu não sorrio.

Alice - Claro que não.

— Uma hora depois, estamos mergulhados na comida e na nossa conversa.

Alice - Ainda acho que você está usando seu trabalho como desculpa.

Vitor - Não mesmo.

Alice - Ah, fala sério. Quando foi a última vez que você saiu de férias?

Vitor - Eu não tiro férias. Sou o chefe de segurança por um motivo.

Alice - Não sei como você consegue

Vitor - O quê? Salvar a vida das pessoas?

Alice - E a sua própria vida? Você não quer aquela casa com cerca branca, que todos os casais sonham em ter?

Vitor - Não é isso que todo mundo sonha.

Alice - Tá, tenho que concordar. Mas não entendo como você ainda não se cansou.

Vitor - É simples… eu sou bom no que faço.

Alice - Eu ficaria exausta no seu lugar.

Vitor - Então acho que não estar é uma boa.

“Ele sorri”

Alice - Além de ser casado com o seu trabalho, você se interessa por mais alguma coisa?

Vitor - Eu não sou casado com meu trabalho.

Alice - Não fuja da pergunta.

Vitor - Tá bom, eu gosto de ler!

Alice - Olha só, agora fiquei intrigada. Que tipo de coisas você lê?

— Por um segundo, quase parece que o Vitor ficou envergonhado

Vitor - Livros.

Alice - Certo… que tipo de livro você lê?

Vitor - Normalmente os longos.

Alice - Você se acha o engraçadão né?

Vitor - Eu nunca brinco.

“Ele dá um gole no café”

— Eu resmungo e pego uma água pra beber.

Vitor - Tá bem, tá bem. Eu gosto de ler histórias de romance.

— Eu quase me engasgo com a água.

Vitor - Viu? É por isso que eu não queria te contar.

Alice - Eu não estava rindo.

— Ele me dá uma olhada sem expressão.

Vitor - Claro que estava.

Alice - Eu nunca que ia rir. Tá, eu ia.

Alice - Mas prometo que eu não estava rindo. Só me surpreendeu, eu acho.

Vitor - O que tem de tão surpreendente num homem que lê romances?

Alice - Você é sempre tão sério e desapegado, eu não esperava que você fosse do tipo romântico.

Vitor - Só porque estou solteiro não significa que nunca me apaixonei.

— A resposta dele me surpreende.

Alice - Então você estava apaixonado ou ainda está?

Vitor - Passado! Foi a muito tempo. A gente ficou junto por quase quatro anos.

Alice - É bastante tempo.

Vitor - É! Agora, o único romance que me encontro é de Marias-uniformes.

Vitor - Eu não tive nenhuma boa experiência com elas. Elas conseguem ser… implacáveis.

— Vitor estremece de nojo e eu não posso deixar de rir.

Alice - Ah, para com isso, elas não podem ser tão ruins assim.

— Ele estreita os olhos pra mim, mas um sorriso brincalhão ilumina seu rosto.

Vitor - Você não faz ideia.

Alice - Quer dizer que eu devia sentir pena do pobre Vitor Garcia por ter mulheres praticamente se jogando nele?

Alice - O Bruno parece gostar da atenção feminina que ele ganha por ser Senador. Então não vejo porque você também não ia gostar.

— Um olhar sombrio cruza o rosto de Vitor.

Vitor - Eu não sou como seu marido, Alice.

Vitor - Quando me envolvo com alguém, é sério. Não tem mais ninguém pra mim.

Alice - São palavras bonitas, mas o Bruno me disse a mesma coisa antes da gente se casar.

“Eu mexo o canudo em volta da minha bebida”

Alice - Com o tempo, as coisas mudam.

Alice - Com o tempo, ele fica mais tarde no trabalho ou nem volta pra casa todas as noites.

Alice - Com o tempo, você simplesmente para de se importar.

Vitor - É assim que você se sente, Alice?

“Assustada, olho pra ele”

Alice - O quê?

Alice - Ai meu Deus, eu não quis dizer isso.

“É tão fácil me abrir com ele, é tão bom estar com ele, aaah Vitor!”

— Eu tento rir disso, mas mesmo pra os meus próprios ouvidos, a risada sai vazia.

— Quando olho pra cima vejo o Vitor me olhando com gentileza.

Vitor - É tão ruim assim?

“Eu encolho os ombros”

Alice - No inicio não era assim, eu acho. Mas se eu olhar pra trás, acho que não existia paixão entre o Bruno e eu.

Alice - Talvez nós dois tivéssemos metas parecidas na vida, mas numa certa altura as metas dele se tornaram minhas, enquanto eu esquecia de mim.

Alice - Eu estudei em Harvard, sabia? Eu estava estudando pra ser advogada, até me formei com grandes honras.

Vitor - O que aconteceu?

“Dou a ele um sorriso irônico”

Alice - Você já tentou discutir com meu marido? Ele é bastante político, o Bruno tem um jeito de convencer as pessoas a fazer o que ele quer e depois faz elas acreditarem que foi tudo ideia dela.

Alice - Ele manda muito bem nisso, é serio!

Vitor - Não entendo porque você ainda não terminou com ele. Você merece muito mais, Alice!

— Vitor parece surpreso com suas próprias palavras e rapidamente tenta mudar de assunto.

Vitor - Terminou de comer?

“….”

Vitor - Vou pagar a conta e depois vamos indo.

— Vitor se levanta e se afasta da mesa, me deixando completamente atordoada.

“Que porra foi que acabou de acontecer?”

— Quando voltamos pra cabana o sol já estava quase se pondo. Eu não tinha percebido a quanto tempo a gente tinha saído, mas gostei de ter voltado

— A caminhada até a cabana foi silenciosa, para dizer o mínimo.

— Tentei fazer mais perguntas ao Vitor sobre sua vida, mas ele só me dava respostas curtas ou desviava das perguntas.

— Quando chegamos na varanda, noto uma moto estacionada ao lado da cabana.

Alice - De quem é aquela moto?

Vitor - Que moto?

Alice - Como assim “que moto?” Aquela ali do lado da cabana.

Vitor - Ah, aquela moto.

— Vitor vai até a cabana e eu sigo logo atrás dele.

Vitor - É minha!

Alice - Mas quando você teve tempo de colocar ela aqui? Espera, como foi que você trouxe ela até aqui, pra começo de conversa?

— Vitor hesita, antes de responder com relutância.

Vitor - Essa cabana na verdade, é minha!

Alice - Ah! Porque você me trouxe pra sua cabana?

Vitor - Você com certeza faz muitas perguntas.

Alice - E você com certeza não me dar uma resposta direta.

Vitor - Eu achei que esse fosse o lugar mais seguro pra cuidar de você.

Alice - Então acho que você tinha razão.

Vitor - Sobre o que?

Alice - Eu me sinto segura aqui! Com você!

— Vitor se prepara pra responder, mas de repente escutamos um barulho na rua.

Vitor - TEM ALGUÉM LÁ FORA!

— Ele me agarra e me empurra pra trás dele.

“Tem alguém aqui? Mas como?”

— Ah, não… e se for a mesma pessoa que não conseguiu me matar naquele dia?

— E se voltaram pra terminar o serviço?

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Olá leitores!

Estão gostando da historia? Deixem seu feedback, vai me ajudar muito e posso ver os pontos em que posso melhorar!

Continuem aqui comigo, vou postar atualização de capítulos todos os dias!

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Comments

Himura Kenshin

Himura Kenshin

A história está tão boa, atualiza mais, por favor! 🙏

2025-04-18

1

Renata

Renata

olha para mim e o marido dela que quer mata ela ou alguma amante dele

2025-05-03

1

Ver todos

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