— O quarto fica em silêncio por um tempo.
Vitor - O QUÊ? De onde você tirou isso?
Alice - Pensa bem. Você…Eu… Completamente sozinhos…
Alice - Isso iria nos ajudar a dormir melhor, você não acha?
Vitor - Sra Gusmão!
Alice - O quê? Mais é verdade! Isso me ajudaria a pegar no sono facilmente.
Vitor - Nesse caso, sugiro que você conte ovelhinhas.
Vitor - Boa noite, Sra Nelson.
Alice - Boa noite, Vitor.
— Demora um pouco, mas uma hora eu caio num sono profundo…
— Quando acordei de manhã, o Vitor já tinha saído do quarto, o colchonete no chão tinha sido recolhido.
— Aproveitei a oportunidade para tomar um banho e curti a água morna pelo máximo de tempo.
— Agora, quando abro a cortina para sair do chuveiro, percebo que esqueci a minha calcinha… eu corro até o quarto para pegar…
— E vejo Vitor bastante chocado e bastante pelado diante de mim!
“Fecho os olhos imediatamente e dou um gritinho de surpresa”
Alice - Vitor!
Vitor - Porra, perdão Sra Gusmão! Eu não sabia que você estava tomando banho.
Vitor - Você poderia, ah, poderia me passar a toalha?
Alice - Toma!
Vitor - Ah… já coloquei a minha cueca.
— Espreito minha cabeça por trás da cortina e o vejo com uma mão sobre os olhos e outra estendida em minha direção, segurando a toalha.
— Eu rapidamente a pego, seco o meu corpo e visto meu roupão.
Alice - Já pode abrir os olhos.
— Vitor cuidadosamente afasta a mão do rosto, como se não acreditasse em mim. Quando ele percebe que estou vestindo um roupão, seu corpo relaxa um pouco.
Vitor - Bom.
— Só então percebo que ele não está usando uma camisa. Seus músculos são incrivelmente definidos, como se ele estivesse acabado de fazer mil flexões.
Alice - Você viu alguma coisa?
Vitor - Ah, não não!
Alice - Ah, Hum… Ainda bem!
“Ele parece desconfortável”
Vitor - Eu ouvir um barulho estranho e vim me certificar que estava tudo bem.
Alice - Um barulho? Eu não escutei nada.
Vitor - Teve um barulho.
— Percebo que seus olhos me vigiam secretamente e eu sorrio pra ele.
Alice - Viu algo que gostou?
“….”
Alice - Bom, agora que você investigou minuciosamente o recinto, acho que é seguro você tomar banho.
— Quando ele não se mexe, dou um pequeno sorriso.
— Posso aproveitar e me divertir um pouco.
Alice - Se você insiste em ficar aí olhando o dia todo, quem sabe não tira uma foto? Vai poder guardar de recordação.
— Com isso saio do quarto, sabendo muito bem que Vitor está observando todos os meus movimentos.
— Enquanto o Vitor está tomando banho, sento no sofá e ligo a televisão. O canal do tempo é a primeira coisa a aparecer.
— Então começo a trocar de canal até que, de repente… eu vejo o meu rosto na tela.
Alice - MAS QUE PORRA É ESSA?
— As imagens da cena do tiroteio piscam diante dos meus olhos, mas desaparecem assim que Bruno aparece na tela.
Bruno - Ao tornar minha esposa uma pessoa pública, acabei colocando a vida dela em perigo também, ela acabou sofrendo uma tentativa de homicídio dentro de nossa casa…
Bruno - Se alguém tiver qualquer informação sobre o atirador ou atiradores envolvidos, eu imploro que se pronunciem. Essa tentativa brutal de tirar uma vida inocente, não pode ficar impune
Bruno - Por enquanto, minha esposa foi enviada para um esconderijo até que a ameace acabe, mas…
— Ele funga e enxuga as lágrimas de crocodilo do rosto seco e enrugado.
Bruno - Eu só quero ela em casa pra que a gente possa finalmente voltar ao normal e nos concentrar em tornar a vida de vocês melhor ao me reeleger.
— Desligo a televisão e quase jogo o controle remoto pela sala.
“Que safado!”
— Quem ele pensa que é pra usar essa situação pra aumentar os índices de aprovação dele! Será que ele não tem alma? Será que ele se importa?
— Tento me controlar, quando escuto Vitor saindo do banheiro… mas ele se dirige para a cozinha, sem me perceber.
— Escuta os armários sendo abertos e fechados antes que ele chegue à sala de estar.
Vitor - Parece que não tem nada pra comer aqui, a gente vai ter que ir até a cidade pra fazer compras.
Alice - A gente?
— Meu humor melhora um pouco com a ideia de passar um tempo fora.
— Depois de ver as notícias, preciso de algo para desligar minha cabeça.
Vitor - Claro! A gente pode até comer alguma coisa se você quiser. Um dos meus amigos é dono de um restaurante que serve petiscos.
Alice - Você acha que é seguro eu sair em público?
Vitor - Eu conheço essa cidade e pode confiar em mim quando digo que ninguém vai te reconhecer!
Alice - Tem certeza?
Vitor - As pessoas aqui não se preocupam com coisas como política ou com o tipo de drama que notícias causam.
Vitor - Você vai ficar segura enquanto estiver comigo!
“Ele me lança um sorriso tímido e meu coração derrete ”
Alice - Eu sei!
Vitor - Mas se você quiser ficar aqui…
— Vitor coça a nuca e olha ao redor da sala
Vitor - Mesmo que eu prefira que você venha comigo, eu iria ficar só algumas horas fora e essa cabana é isolada. Como eu disse, você decide!
Alice - Eu adoraria ir com você!
“Eu sorrio e ele sorri de volta pra mim”
Alice - Sabe de uma coisa? Você deveria sorrir com mais frequência. Você tem um sorriso tão bonito, mas esconde ele atrás dessa cara de mau que está sempre usando.
Vitor - Eu não faço cara de mau.
“Eu sigo em direção a ele e chego bem perto”
Alice - Sim, você faz sim!
Vitor - Minha expressão facial é sempre profissional.
Alice - Um profissional mau, então?
— Eu ouço ele resmungar atrás de mim e esconder uma risada.
“Por que ele é tão fofo?”
Vitor - E eu não sorrio.
Alice - Claro que não.
— Uma hora depois, estamos mergulhados na comida e na nossa conversa.
Alice - Ainda acho que você está usando seu trabalho como desculpa.
Vitor - Não mesmo.
Alice - Ah, fala sério. Quando foi a última vez que você saiu de férias?
Vitor - Eu não tiro férias. Sou o chefe de segurança por um motivo.
Alice - Não sei como você consegue
Vitor - O quê? Salvar a vida das pessoas?
Alice - E a sua própria vida? Você não quer aquela casa com cerca branca, que todos os casais sonham em ter?
Vitor - Não é isso que todo mundo sonha.
Alice - Tá, tenho que concordar. Mas não entendo como você ainda não se cansou.
Vitor - É simples… eu sou bom no que faço.
Alice - Eu ficaria exausta no seu lugar.
Vitor - Então acho que não estar é uma boa.
“Ele sorri”
Alice - Além de ser casado com o seu trabalho, você se interessa por mais alguma coisa?
Vitor - Eu não sou casado com meu trabalho.
Alice - Não fuja da pergunta.
Vitor - Tá bom, eu gosto de ler!
Alice - Olha só, agora fiquei intrigada. Que tipo de coisas você lê?
— Por um segundo, quase parece que o Vitor ficou envergonhado
Vitor - Livros.
Alice - Certo… que tipo de livro você lê?
Vitor - Normalmente os longos.
Alice - Você se acha o engraçadão né?
Vitor - Eu nunca brinco.
“Ele dá um gole no café”
— Eu resmungo e pego uma água pra beber.
Vitor - Tá bem, tá bem. Eu gosto de ler histórias de romance.
— Eu quase me engasgo com a água.
Vitor - Viu? É por isso que eu não queria te contar.
Alice - Eu não estava rindo.
— Ele me dá uma olhada sem expressão.
Vitor - Claro que estava.
Alice - Eu nunca que ia rir. Tá, eu ia.
Alice - Mas prometo que eu não estava rindo. Só me surpreendeu, eu acho.
Vitor - O que tem de tão surpreendente num homem que lê romances?
Alice - Você é sempre tão sério e desapegado, eu não esperava que você fosse do tipo romântico.
Vitor - Só porque estou solteiro não significa que nunca me apaixonei.
— A resposta dele me surpreende.
Alice - Então você estava apaixonado ou ainda está?
Vitor - Passado! Foi a muito tempo. A gente ficou junto por quase quatro anos.
Alice - É bastante tempo.
Vitor - É! Agora, o único romance que me encontro é de Marias-uniformes.
Vitor - Eu não tive nenhuma boa experiência com elas. Elas conseguem ser… implacáveis.
— Vitor estremece de nojo e eu não posso deixar de rir.
Alice - Ah, para com isso, elas não podem ser tão ruins assim.
— Ele estreita os olhos pra mim, mas um sorriso brincalhão ilumina seu rosto.
Vitor - Você não faz ideia.
Alice - Quer dizer que eu devia sentir pena do pobre Vitor Garcia por ter mulheres praticamente se jogando nele?
Alice - O Bruno parece gostar da atenção feminina que ele ganha por ser Senador. Então não vejo porque você também não ia gostar.
— Um olhar sombrio cruza o rosto de Vitor.
Vitor - Eu não sou como seu marido, Alice.
Vitor - Quando me envolvo com alguém, é sério. Não tem mais ninguém pra mim.
Alice - São palavras bonitas, mas o Bruno me disse a mesma coisa antes da gente se casar.
“Eu mexo o canudo em volta da minha bebida”
Alice - Com o tempo, as coisas mudam.
Alice - Com o tempo, ele fica mais tarde no trabalho ou nem volta pra casa todas as noites.
Alice - Com o tempo, você simplesmente para de se importar.
Vitor - É assim que você se sente, Alice?
“Assustada, olho pra ele”
Alice - O quê?
Alice - Ai meu Deus, eu não quis dizer isso.
“É tão fácil me abrir com ele, é tão bom estar com ele, aaah Vitor!”
— Eu tento rir disso, mas mesmo pra os meus próprios ouvidos, a risada sai vazia.
— Quando olho pra cima vejo o Vitor me olhando com gentileza.
Vitor - É tão ruim assim?
“Eu encolho os ombros”
Alice - No inicio não era assim, eu acho. Mas se eu olhar pra trás, acho que não existia paixão entre o Bruno e eu.
Alice - Talvez nós dois tivéssemos metas parecidas na vida, mas numa certa altura as metas dele se tornaram minhas, enquanto eu esquecia de mim.
Alice - Eu estudei em Harvard, sabia? Eu estava estudando pra ser advogada, até me formei com grandes honras.
Vitor - O que aconteceu?
“Dou a ele um sorriso irônico”
Alice - Você já tentou discutir com meu marido? Ele é bastante político, o Bruno tem um jeito de convencer as pessoas a fazer o que ele quer e depois faz elas acreditarem que foi tudo ideia dela.
Alice - Ele manda muito bem nisso, é serio!
Vitor - Não entendo porque você ainda não terminou com ele. Você merece muito mais, Alice!
— Vitor parece surpreso com suas próprias palavras e rapidamente tenta mudar de assunto.
Vitor - Terminou de comer?
“….”
Vitor - Vou pagar a conta e depois vamos indo.
— Vitor se levanta e se afasta da mesa, me deixando completamente atordoada.
“Que porra foi que acabou de acontecer?”
— Quando voltamos pra cabana o sol já estava quase se pondo. Eu não tinha percebido a quanto tempo a gente tinha saído, mas gostei de ter voltado
— A caminhada até a cabana foi silenciosa, para dizer o mínimo.
— Tentei fazer mais perguntas ao Vitor sobre sua vida, mas ele só me dava respostas curtas ou desviava das perguntas.
— Quando chegamos na varanda, noto uma moto estacionada ao lado da cabana.
Alice - De quem é aquela moto?
Vitor - Que moto?
Alice - Como assim “que moto?” Aquela ali do lado da cabana.
Vitor - Ah, aquela moto.
— Vitor vai até a cabana e eu sigo logo atrás dele.
Vitor - É minha!
Alice - Mas quando você teve tempo de colocar ela aqui? Espera, como foi que você trouxe ela até aqui, pra começo de conversa?
— Vitor hesita, antes de responder com relutância.
Vitor - Essa cabana na verdade, é minha!
Alice - Ah! Porque você me trouxe pra sua cabana?
Vitor - Você com certeza faz muitas perguntas.
Alice - E você com certeza não me dar uma resposta direta.
Vitor - Eu achei que esse fosse o lugar mais seguro pra cuidar de você.
Alice - Então acho que você tinha razão.
Vitor - Sobre o que?
Alice - Eu me sinto segura aqui! Com você!
— Vitor se prepara pra responder, mas de repente escutamos um barulho na rua.
Vitor - TEM ALGUÉM LÁ FORA!
— Ele me agarra e me empurra pra trás dele.
“Tem alguém aqui? Mas como?”
— Ah, não… e se for a mesma pessoa que não conseguiu me matar naquele dia?
— E se voltaram pra terminar o serviço?
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Olá leitores!
Estão gostando da historia? Deixem seu feedback, vai me ajudar muito e posso ver os pontos em que posso melhorar!
Continuem aqui comigo, vou postar atualização de capítulos todos os dias!
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Atualizado até capítulo 41
Comments
Himura Kenshin
A história está tão boa, atualiza mais, por favor! 🙏
2025-04-18
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Renata
olha para mim e o marido dela que quer mata ela ou alguma amante dele
2025-05-03
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