03

“Quem ele ama, mesmo que tenha demorado muito para tirar a cabeça da bunda.”

Louis não tinha esse problema com seu companheiro. Ele não se importava que Jerome fosse humano. O único problema que ele teve foi ter conhecido Jerome tão jovem, mas isso já tinha acabado. Jerome estava na universidade e era um homem, um adulto, alguém que Louis agora podia conhecer e conversar.

Jerome se lembraria dele?

Terminando a cerveja, Louis se levantou, espreguiçou-se, despediu-se de Hugo e pensou em Jerome. Um segundo depois, estava do lado de fora da casa do amigo, observando-o ir embora. "Vou ficar bem, pai."

“Certifique-se de que você está e leve coisas com você.”

Levar coisas com você? Para onde o amigo dele estava indo? "Vou sair com amigos. Por que preciso levar coisas? Não vou a baladas, sabe."

"Sério? Como se eu não tivesse a sua idade. Tome cuidado."

Jerome acenou e entrou no carro. Louis estava perto o suficiente para ouvir o nome de uma boate. Então, seu amigo estava indo para a balada. Talvez fosse a hora de se apresentar.

Jerome viu seu mais recente e agora ex-namorado ir embora e suspirou de alívio. Não sabia por que não conseguia ir além dos beijos com os homens com quem estava, mas assim que eles queriam mais, ele começou a suar frio e se afastou. Eles geralmente iam embora quando ele não queria mais, e Den era o último de uma fila que parecia longa. Eram três, na verdade, mas ainda assim.

Talvez fosse por causa dele. O homem que conhecera quando era mais jovem, aquele que o salvara. Havia algo nele. Algo que fizera Jerome sonhar com ele, com os dois. Nus, debaixo dos lençóis, beijando e tocando, lambendo e transando.

Ele nunca tinha feito sexo, nunca tinha feito uma punheta, mas queria tudo isso com sua misteriosa salvadora. Conhecer alguém por alguns minutos poderia fazer você evitar todos os homens? Jerome acreditava que sim. O homem que ele conhecera, aquele que ele tinha certeza de que o confortara quando sua mãe faleceu, era o único que Jerome queria. Ele tentou com homens, mas nada funcionava, mesmo quando ele estava desesperado por algo. Uma faísca de tesão, de excitação, mas nada acontecia.

Lá estava ele. Solteiro. De novo.

Ele não se importava, nem tanto.

De pé, Jerome saiu do dormitório e bateu na porta do quarto ao lado. Seu amigo Sage dormia ali e odiava Stan, seu colega de quarto. Odiava-o tanto que fingiu uma invasão para poder destruir o trabalho de Stan.

Jerome não concordou, principalmente porque sabia quanto tempo e esforço eram investidos em cada tarefa. Sage não se arrependeu, e foi então que descobriu que seu colega de quarto o havia abordado certa noite e que Sage teve que lutar fisicamente contra ele. Um chute no saco resolveu o problema. Sage pediu para ser transferido, mas não havia para onde ir, então ele estava preso.

Sage abriu a porta, olhou para cima e para baixo no corredor. "Entre."

Jerome entrou e estremeceu. O lado do quarto de Sage estava limpo e arrumado. O outro lado... nem tanto. Havia comida por todo o chão, roupas sujas, papéis, bilhetes, livros, copos usados, xícaras e muito mais. Jerome contornou a destruição e sentou-se na cama de Sage.

“Tem alguma coisa viva aí?”

"Ouvi um farfalhar na outra noite, então quem sabe? Aquele desgraçado imundo."

“Ainda está lhe dando problemas?”

Jerome se recostou na cama até chegar à parede e se encostou nela enquanto Sage respondia: "Ele gosta de andar pelado, e não me pergunte como eu sei que ele não limpa a bunda depois de cagar."

"Sage, você precisa falar com alguém."

"Você não acha que eu já não tentei isso umas mil vezes? Não tem outro lugar para eu ir. Eu até disse que dormiria no chão, mas não. Regras, regulamentos, saúde e segurança. Blá blá blá." Sage se jogou na cama ao lado dele, o cabelo loiro caindo sobre a testa. Ele o afastou e encarou a bagunça à sua frente, com os olhos azuis congelando. "Espero que ele caia e quebre as pernas."

"Sábio-"

"Não me venha com essa de 'não seja mau'. Você não precisa viver aqui. Tirei fotos e mostrei a eles como é. Tudo o que eles fizeram foi dar um aviso. Tenho quase certeza de que vi uma barata outro dia, mas se eu reclamar demais eles vão ter uma conversinha comigo." Sage chutou um pouco da merda no chão. "Cadê a cara dele?"

Jerome suspirou porque sabia o porquê. "Nós terminamos."

"Não é nenhuma surpresa." Sage lançou um olhar penetrante para Jerome. "É ele. O seu homem misterioso."

"Eu nem sei quem ele é", murmurou Jerome, e então se afastou ao ouvir um farfalhar do outro lado do quarto. "Sabe de uma coisa? Pegue algumas coisas e fique aqui com a gente. O Alan não vai se importar."

"Sim, ele é bom, sabia, e acho que ele odeia babacas tanto quanto nós."

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