Bernardo, conhece Cassandra...

Bernardo saiu de casa, sentindo a necessidade de um pouco de ar fresco e de um espaço para organizar seus pensamentos.

A tensão na casa estava sufocante, e ele precisava de um tempo para processar tudo o que havia acontecido. Ele acabou indo parar em um barzinho próximo, um lugar pequeno e aconchegante, com iluminação suave e música baixa. O aroma de café e de alguma bebida alcoólica suave pairava no ar, misturado ao cheiro de madeira velha. Havia algumas pessoas conversando em mesas pequenas e alguns poucos no balcão, bebendo e observando a rua.

Enquanto tomava um gole de café, seus olhos se fixaram em diogo sentado em um canto. Bernardo hesitou por um instante, mas decidiu se aproximar. Ele precisava conversar com Diogo, precisava que ele entendesse a gravidade da situação.

Bernardo se aproximou da mesa, sentando-se em frente a Diogo. Diogo o olhou, surpreso.

Bernardo: Diogo, podemos conversar?

Diogo: (Resmungando) O que você quer?

Bernardo: Eu quero que você me diga por que você trata a Yara daquela maneira. Eu sei que vocês brigam, mas o que aconteceu hoje… Yara chegou em casa chorando, completamente devastada.

Diogo: (Suspirando) Ela é dramática. Sempre exagera nas coisas.

Bernardo: Não, Diogo. Ela não exagera. Eu vi o estado dela. E eu sei que você não é um anjo. Eu sei que vocês brigam, mas isso não justifica o que você faz. Yara merece respeito, Diogo. Ela merece ser tratada com carinho e consideração. Não com violência e humilhação.

Diogo: Eu não a humilhei.

Bernardo: Não minta para mim, Diogo. Eu vi o estado dela. E se eu descobrir que você levantou a mão para ela, eu juro que vou quebrar a sua cara. Yara é minha irmã, e eu não vou permitir que ninguém a maltrate. Respeite-a, Diogo. Trate-a bem. Ou você vai se arrepender amargamente, se não dá certo é melhor separar.

Diogo ficou em silêncio por um longo momento, olhando para Bernardo. A expressão em seu rosto era indecifrável, uma mistura de surpresa e talvez… medo.

O silêncio entre Bernardo e Diogo era tenso, quebrado apenas pelo som baixo da música e das conversas abafadas dos outros frequentadores do bar. Diogo olhava para baixo, mexendo no copo de cerveja sem beber.

Diogo: (Em voz baixa) Eu… eu não queria machucá-la.

Bernardo: Não importa o que você queria, Diogo. O que importa é o que você fez. Você a magoou, a deixou devastada. E isso não está certo.

Diogo: Nós brigamos… às vezes as coisas escapam do controle…

Bernardo: Não, Diogo. Não é assim que funciona. Não existe desculpa para o que você fez. Vocês precisam aprender a resolver os conflitos de outra maneira, sem violência, sem humilhações.

Bernardo saiu do barzinho, sentindo o ar fresco da noite lhe trazer um pouco de alívio. Ele decidiu caminhar até a praça próxima, buscando um pouco de tranquilidade antes de voltar para casa.

Ao se aproximar da praça, iluminada por lampiões suaves, ele viu uma mulher sentada em um banco, observando as estrelas. Ela tinha cabelos longos e escuros, e um olhar pensativo. Era uma mulher bonita, com uma aura de mistério que o atraiu. Ele se aproximou, hesitando por um instante antes de se sentar no banco ao lado dela.

Bernardo: Boa noite. Linda noite, não é?

A mulher sorriu, um sorriso discreto, quase tímido.

Cassandra: Sim, é. As estrelas estão lindas hoje.

Bernardo: Eu sou Bernardo.

Cassandra: Cassandra.

Um silêncio confortável se instalou entre eles, quebrado apenas pelo som suave dos grilos e pelo movimento leve das árvores na brisa noturna.

Bernardo: Você vem aqui com frequência?

Cassandra: Às vezes. Gosto de observar as estrelas. Elas me trazem paz.

Bernardo: Eu entendo. Às vezes, precisamos de um pouco de paz. De um pouco de silêncio para organizar os pensamentos.

Cassandra: Você parece preocupado.

Bernardo: Estou. Tenho passado por alguns problemas familiares. Coisas complicadas.

Cassandra: Todos nós temos nossos problemas. A vida é assim.

Bernardo: Sim, mas… às vezes parece que as coisas estão fora de controle.

Cassandra: Mas não estão. Sempre há uma solução. Às vezes, só precisamos encontrar a perspectiva certa.

Bernardo: Você tem razão. É difícil ver a perspectiva certa quando estamos no meio da tempestade.

Cassandra: Mas a tempestade passa. E depois do temporal, vem a calma. E as estrelas continuam brilhando.

Bernardo sorriu, sentindo-se um pouco mais calmo.Bernardo: Você tem uma forma… peculiar de ver as coisas. Mas… reconfortante.

Cassandra: A vida nos ensina a encontrar beleza nos lugares mais inesperados. Às vezes, é preciso apenas mudar a perspectiva. Olhar para o céu estrelado, por exemplo, em vez de se concentrar nas nuvens escuras.

Bernardo: Você tem razão. Eu estava tão focado nos problemas, que esqueci de olhar para o lado bom das coisas.

Cassandra: A vida é como um jardim, Bernardo. Às vezes, ele parece seco, sem vida, cheio de ervas daninhas. Mas com um pouco de cuidado, com um pouco de carinho, ele pode florescer novamente. Basta plantar algumas flores.

Bernardo: Flores… uma bela metáfora.

Cassandra: As flores representam a alegria, a esperança, a beleza que existe em cada um de nós, mesmo nos momentos mais difíceis. Às vezes, é preciso apenas encontrar as flores certas para plantar em nosso jardim interior.

Bernardo: E como encontramos essas flores?

Cassandra: Observando a beleza ao nosso redor. Cultivando os bons momentos. Aprendendo a apreciar as pequenas coisas. E, principalmente, acreditando que um dia, tudo ficará bem. A vida tem seus ciclos, Bernardo. Há momentos de escuridão, mas também há momentos de luz. E a luz sempre volta.

Bernardo ficou em silêncio, absorvendo as palavras de Cassandra. Ele pensou em sua família.

Cassandra: problemas com a esposa e filhos?

Bernardo: não, não sou casado e nem tenho filhos, o problema é meu irmão que está bebendo muito e trazendo sofrimentos.

Cassandra: o melhor caminho é o amor, ter paciência e conversar muito com ele.

Bernardo: momentos difíceis, já fizemos isso e ele só piora, desculpa está te falando essas coisas, acabamos de nos conhecer, deve estar me achando muito chato.

Cassandra: não! você só mostra que é preocupado com seu irmão, um gesto muito bonito Bernardo!

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