Melody

Melody

       Naquela manhã, o nobre que não havia dormido quase nada, levantou-se e foi providenciar tudo que sua Rainha precisaria.  Procurou e encontrou o sofisticado berço, o acomodou no quarto e foi comunicar a Richard que precisariam de empregados bem como de uma moça para ser dama de companhia, babá, ama e parteira.

       Richard perguntou se Anna conhecia uma jovem confiável para indicar.  A menina após pensar um pouco respondeu:

       — Conheço uma moça, ela é enfermeira e é muito cuidadosa com todos... até com os desenganados pela peste.  Cuidou várias vezes de mim, enquanto eu morava na rua.

       Albert então solicitou que Anna fosse procurá-la e pedir que viesse ao castelo, para ouvir a proposta de trabalho.  O Duque também escreveu uma carta a Ioana, sua fiel governanta, solicitando que ela contratasse cerca de sete empregados para trabalhar no castelo de Richard.

       — Albert... não preciso de nada disso...

       — Precisa sim!  Como vai conquistar sua dama misteriosa vivendo em meio a poeira e com os punhos das camisas manchados de sangue?

       Richard se calou, pois em seu íntimo sabia que seu irmão tinha razão.

       Anna foi até o vilarejo e depois de algumas horas retornou com a enfermeira, uma moça jovem que atingiu a maioridade a pouco mais de dois meses, de pele clara, sorriso encantador, cabelos longos, lisos, olhos castanhos, brilhantes como topázios.

       — Boa tarde minha jovem. — Disse Albert beijando sua mão.

       — Boa tarde. — Respondeu a moça tímida.

       — Sou o Duque Albert Drummond e minha amada esposa está gravida de gêmeos... eles logo nascerão e precisaremos de seus serviços.... Quanto deseja receber? — Prosseguiu.

       A moça surpresa com a abordagem direta não conseguiu falar uma única palavra.

       — Qual seu nome? — Pergunta Albert no intuito de tranquilizá-la e estreitar laços.

       — Me-Melody... Melody Kalitch.

       — Bem senhorita Kalitch, escreverei um valor nesse pedaço de papel e você me dirá se está de acordo...

       Albert então entregou o papel a moça que não podia acreditar no que seus olhos estavam vendo... nunca havia sequer imaginado que existisse tamanha quantidade de dinheiro.  Não ganharia ao menos nem um décimo daquele valor trabalhando a vida inteira em seu atual emprego.  Em resposta, conseguiu dizer apenas uma única palavra:

        — A-aceito.

        — Ótimo! — Respondeu Albert satisfeito.

        — Vou lhe apresentar minha esposa.  Tem só mais uma coisa....  Somos vampiros, mas Anna não sabe....  Isso é um problema para você? — Indagou o Duque indo direto ao ponto.

        — Na-não. — Gaguejou.

        — Perfeito!  Venha conhecer minha Wynnie!

        Melody se levantou para acompanhá-lo, neste breve instante seu olhar cruzou com o olhar de Albert... o Duque aproveitou o contato visual para fazer outra coisa da qual precisava... segurou Melody no pulso e com seu penetrante olhar de safira invadiu a alma da jovem enfermeira.   Em seguida com muita serenidade lhe disse:

        — Fique calma... está tudo bem... eu vou precisar de um pequeno favor...

        Albert levou Melody aos aposentos de Wynnie que já estava acordada.

        — Minha bela, essa é Melody... será sua parteira e ajudará a cuidar dos gêmeos.

        — Albert... que moça estranha...

        — Ela não é estranha Wynnie... ela está hipnotizada.

        — Mas porquê?

        — Ela será sua “doadora” e ajudará a aplacar sua sede.

        — E por isso a hipnotizou?  Por que não pediu?

        — Por que é melhor pedir perdão do que pedir permissão.

        Bem minha bela... não se preocupe com os detalhes.... Sirva-se, ela é toda sua...

        — E como faço?

        — Morda aqui... no pescoço.

        — Eu... eu... não consigo...

        — Permita-me mostrar, minha amada Duquesa. — Disse Albert se transformando e mordendo a jovem em seguida.

        Wynnie ficou abalada e ao mesmo tempo enciumada, ver Albert morder e se alimentar de outra mulher que não seja ela, sem nenhuma cerimônia e bem na sua frente... isso a deixou muito desconfortável.

       O Sr. Drummond se alimentou por alguns segundos e logo cedeu a vez a amada... estava ainda um pouco alterado, pois fazia algum tempo que não consumia sangue humano.  Finalmente ele disse ofegante e com a voz lasciva.

      — Aqui minha Rainha... onde estão as marcas...

      Melody estava ajoelhada no tapete, Wynnie fez o mesmo e a mordeu.  Albert ficou assistindo e sentiu uma certa excitação com a cena, distraído sorriu maliciosamente, mordendo o lábio inferior.  Quando finalmente se deu por conta, percebeu que deveria interromper Wynnie, pois logo ela alcançaria um ponto onde não mais seria possível regressar.

      — Minha bela.... Já basta...

      Wynnie levantou a cabeça, passou o dedo médio pela lateral da boca, por fim, lambeu os lábios sensualmente dizendo:

      — Eu quero mais! Muito mais!

      Albert não pode acreditar... aquele gesto... aquela voz... que por décadas atormentaram seus piores pesadelos.  Jamais imaginou que a ouviria novamente... era Tessália Badream.  A presença maligna da herege fez as rosas dos vasos murcharem.

      Sem conseguir entender como aquilo era possível, ainda atordoado, tratou logo de agir o mais rápido que pode.    Ele então empurrou a esposa, soltando a jovem de suas garras, tirando Melody dali a acomodou em um dos muitos quartos vazios. O Duque deitou a moça na cama e mordeu seu próprio pulso na intensão de dar a ela um pouco do seu sangue para curá-la.

      — Durma senhorita Melody... e quando acordar não se lembrará de nada... só lembrará que aceitou o emprego e desmaiou ao ser informada do valor salarial.

      Albert chaveou a porta e retornou afoito aos aposentos da amada, sem conseguir acreditar no que estava acontecendo, bem diante de seus olhos, questionou engolindo seco:

      — Tessa?  É você?

      — Albert querido... sentiu a minha falta? — Perguntou com requinte de crueldade e ironia.

      — Claro, maldita... como um leproso sente falta de um espelho! — Respondeu irônico.

      — Sempre com seus comentários ácidos não é mesmo Sr. Drummond?  Então meu estimado Duque... essa sonsa da sua esposa... está gravida... que oportuno... tratou logo de te amarrar no primeiro ano de casamento.

      — Ao contrário de você, Wynnie não precisou me amarrar... pois eu a amo! — Respondeu tomado pela ira.

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Comments

Sílvia Nastaro

Sílvia Nastaro

AI, MEUS SAIS, AI, MEUS SAIS. AI, MEUS SAIS !!! HOJE não é seu dia, Albert !!! Primeiro: Wynnie encontrou aquela carta, que você escondeu muito mal mesmo, o que gerou sua primeira discussão séria sobre confiança (embora aquela bobinha derreta todinha por você muito depressa !!!). Segundo: você teve que reequipar aquele castelo de seu irmão caçula com criadagem, enquanto procurava por berço e enfermeira, encontrando ambos de um jeito torto levemente, para suprir loucura de seu irmão. Terceiro: você ouviu voz e viu gesto de Tessália incorporada de um jeito maldito em sua esposa amada grávida de gêmeos, sem ter idéia de que houve, sequer como resolver. KATZU !!! Meu palpite tem a ver com feitiçaria por meio de objeto pertencente à bruxa falecida deixado em terra: aqueles vestidos de Tessália usados por Wynnie !!! NUNCA é bom mexer com pertences de uma bruxa !!! Coitadinha de Wynnie e seus bebês !!! Você vu como pedir permissão é importante, duque ?! BAITA salada !!!

2025-06-17

1

Rafaela Serra

Rafaela Serra

Albert sendo rico , mas pra ele “ alegria de pobre dura pouco “

2025-04-23

2

Rosária 234 Fonseca

Rosária 234 Fonseca

nossa que situação complicada ela tomou conta do corpo dela dessa forma e agora o que vai acontecer

2025-04-22

2

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