Ana Júlia -
Era sexta-feira, fim de tarde. Ana Júlia estava de frente para o espelho, com três looks jogados na cama, o secador ligado de um lado, e o celular preso em um tripé improvisado feito com livros de direito e um porta-lápis. Na tela, suas amigas observavam cada passo com o foco de estilistas preparando uma noiva.
— O macacão preto tá um luxo. Mas e se ele for de camisa social? Vocês vão parecer um casal saído de um comercial de banco! — opinou Letícia.
— Tá perfeita com esse. Se ele não desmaiar quando te ver, eu mesma apareço lá pra perguntar se ele precisa de óculos. — disse Mariana, com sua sinceridade habitual.
— Maquiagem leve, tá? Nada de glitter, você quer parecer encantadora, não uma constelação. — Thaís riu, enquanto tomava um suco calmamente, como se ela não estivesse tão nervosa quanto Ana.
— Eu nem sei por que tô nervosa assim… é só um café — disse Ana Júlia, tentando parecer calma, mas com as mãos suadas e o coração dançando um samba enredo.
— Amiga. É O CAFÉ. — todas disseram juntas.
Finalmente pronta — O macacão preto elegante, um salto alto branco e o cabelo solto com ondas leves, um batom vermelho discreto e perfume favorito —, Ana Júlia pegou a bolsa, olhou o espelho uma última vez e mandou uma selfie pro grupo.
Roupa da Ana Júlia:
Letícia:
não somos mães mas estamos emocionadas
Mariana:
Destrua com charme.
Thaís:
E lembra: nada de deixar a colher de café cair no pires de nervoso. Aconteceu comigo uma vez, nunca superei.
—
Ana Júlia chegou na cafeteria quinze minutos antes (por precaução e também porque não aguentava mais esperar). O lugar era aconchegante, com mesinhas de madeira e um aroma de café moído na hora que abraçava quem entrava.
Ela escolheu uma mesa perto da janela, tentando parecer casual enquanto checava a respiração a cada cinco segundos.
E então, ele chegou.
Camisa azul clara, mangas dobradas até os cotovelos, sorriso tranquilo e o mesmo olhar do elevador — aquele que parecia enxergar até o pensamento mais escondido.
Roupa do Lorenzo:
— Oi — disse ele, sorrindo.
— Oi — respondeu Ana, sentindo o coração dar um pulo. — Trouxe o sorriso?
— Trouxe. E ainda tô tentando entender como ele ficou preso em mim desde terça.
Ela riu, relaxando aos poucos.
— Eu tô aqui só por causa da sinceridade, lembra?
— E eu tô aqui porque desde o elevador eu soube que queria muito te conhecer melhor.
Sentaram-se. Dois cafés fortes, algumas risadas tímidas e logo estavam conversando como velhos amigos: sobre o trabalho dela, as pizzarias dele, os livros que gostavam, as viagens dos sonhos.
Em determinado momento, ele disse:
— O que você acha de um segundo encontro?
Ela olhou nos olhos dele, sorrindo.
— Eu acho… que nem terminei esse ainda, e já quero repetir.
Ele riu, encantado.
E assim, o que começou com uma troca de olhares e um nome dito no elevador, agora ganhava forma — entre goles de café, palavras sinceras e uma conexão que só crescia.
O tempo voou. Quando Ana Júlia e Lorenzo perceberam, já tinham passado duas horas e meia conversando. Os cafés esfriaram, as xícaras foram substituídas por água com gás, e as risadas foram ficando mais soltas.
— Eu nem vi a hora passar… — disse Ana, surpresa ao olhar o relógio.
— Isso é um bom sinal, né? — Lorenzo respondeu, com aquele sorriso leve. — Quer uma carona até sua casa?
Ela hesitou por um segundo, mas algo no jeito dele passar confiança a fez aceitar.
— Pode ser. Mas só se você prometer não ligar funk alto no carro e dizer que é “só pra quebrar o gelo”.
— Prometo. Vai ser jazz suave. Ou Taylor Swift, se você quiser.
Ela riu. O homem era perigoso — no melhor sentido.
—
O caminho até o prédio dela foi tranquilo. Eles conversaram mais um pouco, até Lorenzo estacionar e virar para ela com aquele olhar sincero:
— Ana Júlia… foi especial. Você é especial.
Ela sorriu, sentindo um calor bom no peito.
— Obrigada por hoje. Sério. Eu tava precisando lembrar como é leve gostar de alguém no primeiro olhar.
Ele hesitou por um instante e, respeitosamente, perguntou:
— Posso te dar um beijo na bochecha?
Ela assentiu, e ele se aproximou com calma. O beijo foi leve, mas cheio de significado — e o olhar que trocaram depois dizia tudo.
— Boa noite, Ana Júlia.
— Boa noite, Lorenzo.
Ela saiu do carro com o coração disparado e um sorriso bobo impossível de esconder.
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Atualizado até capítulo 57
Comments
Rosângela Dias Lopes
Adorei o romantismo e a sutileza ao expressar intensão de um outro encontro
2025-04-29
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Dulce Gama
nossa senhora das virgens estou amando cada vez mais lindaaaaaaa sua história está divina parabéns 😃😃😃🌟🌟🌟🌟🌟❤️❤️❤️❤️❤️👍👍👍👍👍🌹🌹🌹🌹🌹🎁🎁🎁🎁🎁
2025-04-28
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