O despertar de Kan

A tensão no ar era quase palpável. O olhar de Lichtenberger transbordava arrogância enquanto ele encarava Kan com desdém.

Lichtenberger: Um lixo como você não deveria nem se dirigir à nossa nobreza.

Sem esperar resposta, ele segurou Irina pelo braço, tentando puxá-la para si.

Irina: Me solte!

A cena fez algo estalar dentro de Kan. Sua visão escureceu por um momento, e uma energia densa começou a fluir de seu corpo. O chão sob seus pés tremeu levemente, e uma pressão invisível tomou conta do ambiente. O ar ficou pesado, e alguns alunos próximos sentiram um calafrio subir pela espinha.

Kan: …Solta. Ela. Agora.

Sua voz soou mais grave, carregada de uma fúria silenciosa. Um brilho violáceo começou a envolver seu corpo, crescendo em intensidade.

Lichtenberger, sentindo a mudança no ambiente, finalmente soltou Irina e recuou, surpreso. Mas Kan não parecia satisfeito. Seus punhos se cerraram, e um pequeno arco de energia crepitou ao redor de seu braço. Quando ele deu um passo à frente, pronto para atacar—

Instrutora Iris: Chega!

A professora apareceu em um piscar de olhos, se colocando entre os dois e segurando o ombro de Kan. O toque, no entanto, fez um chiado ecoar pelo ar.

Iris: Ah…!

Ela rapidamente afastou a mão, olhando para sua palma, agora marcada por uma leve queimadura.

Kan, vendo aquilo, despertou do seu transe de raiva e olhou para Iris com culpa. A energia ao seu redor desapareceu lentamente, e ele voltou ao normal.

Kan: P-professora… Eu…

Iris: Está tudo bem. Você só precisa aprender a controlar melhor suas emoções.

Ela sorriu gentilmente, mesmo com a dor visível em sua mão.

Icelo: Caramba, Kan… Que diabos foi isso?

Kan: Eu… não sei.

Lichtenberger se afastou, tentando disfarçar o incômodo que sentiu com aquela demonstração de poder.

Iris: Bom, antes que vocês resolvam suas diferenças de um jeito mais destrutivo, tenho um anúncio para todos.

A sala, que estava tensa até então, ficou em silêncio enquanto a professora se dirigia aos alunos.

Iris: Dentro de três dias, daremos início ao Torneio das Dungeons!

Houve um burburinho animado entre os estudantes.

Iris: O torneio será uma competição entre equipes de cinco pessoas. Cada grupo terá que se aventurar por uma dungeon e derrotar o chefe dentro do tempo limite. A equipe mais eficiente receberá um prêmio especial!

Kan: Um torneio… de dungeons?

Icelo: Agora sim, algo emocionante!

Iris: Eu já organizei as equipes. A primeira será composta por Kan, Icelo, Irina, Gow e Nero.

Kan olhou para os companheiros de equipe. Gow era um jovem robusto e animado, famoso por sua força física impressionante. Nero, por outro lado, era o estudante misterioso sempre visto com um grimório em mãos, raramente interagindo com os outros.

Gow: Isso vai ser incrível! Finalmente, uma chance de mostrar do que sou capaz!

Nero: …Contanto que não me atrapalhem, não tenho objeções.

Kan sorriu, sentindo a empolgação crescer. Ele ainda não sabia o que havia acontecido com ele antes, mas algo dentro dele dizia que esse torneio traria respostas.

Mais Tarde – Reunião dos Professores

A noite caiu sobre a Academia. Em uma sala reservada, alguns professores estavam reunidos, discutindo os alunos promissores deste ano.

Iris, com a mão enfaixada, suspirou antes de se pronunciar.

Iris: Precisamos falar sobre Kan.

Os outros professores se entreolharam.

Professor 1: Sim… Aquele garoto… Ele não é como os outros.

Professor 2: O que exatamente aconteceu com ele hoje?

Iris: Ele expandiu energia de maneira completamente inconsciente. Mas o estranho foi o que senti ao tocá-lo… Sua mana não era normal.

Professor 3: Normal como?

Iris: Era como se estivesse… viva. Selvagem.

Os professores ficaram em silêncio por um momento.

Professor 1: Isso pode ser perigoso.

Iris: Eu não acho que ele tenha más intenções. Mas se não aprender a controlar isso, pode acabar se tornando um problema.

Professor 2: O torneio será uma boa oportunidade para testá-lo.

Iris: Sim… Vamos ver do que Kan realmente é capaz.

Enquanto isso, em seu dormitório, Kan encarava suas próprias mãos, ainda tentando entender o que havia acontecido mais cedo.

Kan: O que foi aquilo…?

Sem saber, ele estava prestes a embarcar na experiência mais desafiadora de sua vida.

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