Os dias seguintes à publicação da foto foram um turbilhão de sentimentos e reações. Théo e Christian perceberam rapidamente que, mesmo com o apoio que recebiam, o mundo ao seu redor ainda estava se ajustando à verdade que haviam compartilhado. Enquanto o medo e a insegurança os visitavam em certos momentos, havia também uma sensação de alívio, como se um peso invisível tivesse sido levantado de seus ombros.
Beatriz, surpreendendo a ambos, propôs uma conversa. Ela enviou uma mensagem sugerindo que se encontrassem em um café local para conversar sobre tudo o que havia acontecido. Théo ficou hesitante, mas sabia que aquilo poderia ser uma oportunidade de curar as feridas e reconstruir a amizade que ambos haviam compartilhado por tanto tempo.
Na tarde marcada, os dois se encontraram no café. Beatriz estava visivelmente nervosa, mexendo nas mãos e evitando olhar diretamente para Théo. Quando ele se sentou à mesa, ela respirou fundo e começou:
“Eu sei que errei com você, Théo. Eu queria te proteger, mas percebo agora que estava apenas tentando me proteger das minhas próprias inseguranças. O que vocês têm é real, e eu vejo isso agora. Eu queria pedir desculpas por ter sugerido que vocês escondessem o que sentem. Isso não é justo.”
Théo observou a sinceridade em seu olhar e, com um sorriso suave, respondeu: “Eu sei que não foi fácil para você, Beatriz. Mas é importante que as pessoas aceitem que nem todos podem seguir os mesmos caminhos. O que nós temos é verdade, e, no final, é isso que importa. Mas eu entendo que não é fácil para quem não vive o que vivemos. O que importa agora é que estamos prontos para seguir em frente, com ou sem a aceitação de todos.”
Beatriz sorriu de volta, mais aliviada. “Eu respeito isso, Théo. E, sinceramente, espero que você e o Christian encontrem a felicidade que merecem. E se precisar de algo, estarei aqui. Só me desculpe por ter sido tão cega antes.”
A conversa foi um ponto de virada. A amizade que parecia perdida começou a ser reconstruída, e, para Théo e Christian, isso foi um sinal de que, mesmo nas situações mais difíceis, havia sempre espaço para a compreensão e para a mudança.
Enquanto a cidade começava a reagir de maneira mais mista – alguns começando a se afastar, outros a se aproximar – Théo e Christian sentiram, mais uma vez, a força de sua conexão. Eles ainda enfrentavam olhares furtivos e, em algumas situações, sussurros, mas também estavam começando a perceber uma leve mudança no comportamento das pessoas ao redor. Havia aqueles que, silenciosamente, os apoiavam, e esses gestos pequenos, mas significativos, eram o que mais importava.
Em casa, Théo e Christian começaram a planejar os próximos passos para a vida deles. Sabiam que a jornada ainda seria longa, mas agora estavam mais fortes do que nunca. Conversaram sobre viajar, explorar novos lugares, e talvez até mudar de cidade, caso sentissem que precisavam de um ambiente onde pudessem viver mais plenamente sua verdade.
Naquela noite, enquanto a lua brilhava forte no céu, Théo virou-se para Christian, com um sorriso tranquilo no rosto. “Você já pensou em como nossa vida vai ser daqui para frente?”
Christian olhou para ele, seus olhos brilhando de confiança. “Eu sei que vai ser difícil, mas também sei que, enquanto estivermos juntos, podemos fazer qualquer coisa. O que mais importa agora é que estamos sendo quem realmente somos.”
Théo sorriu, apertando a mão de Christian, com uma certeza profunda no coração. “Isso mesmo. Juntos, podemos enfrentar tudo. E, no fim, vamos conquistar o que é nosso.”
E com essas palavras, o futuro, embora incerto, parecia um pouco menos assustador. O amor deles já não era mais um segredo, e, por mais que o mundo ao redor ainda demorasse para entender, eles sabiam que estavam no caminho certo. O mais importante era que, agora, estavam livres para ser quem eram, e isso, no final, era a maior conquista de todas.
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Atualizado até capítulo 61
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