A quela tarde fria

A mensagem de Christian ainda estava fresca na mente de Theo quando ele decidiu agir. Era uma tarde fria de sexta-feira, o fim de semana se aproximava, e Theo sentia uma mistura de ansiedade e esperança, como se estivesse prestes a dar o passo mais importante de sua vida. A ideia de ver Christian novamente, de encarar tudo o que ainda sentiam um pelo outro, era aterrorizante, mas também emocionante.

Theo respirou fundo antes de pegar o celular e enviar uma mensagem simples, mas cheia de significado: "Você quer sair amanhã?" Ele não sabia o que Christian diria, mas tinha a sensação de que aquilo poderia ser o começo de algo novo, algo que os dois precisavam, mas que até então não tinham tido coragem de enfrentar.

O celular de Theo vibrou poucos segundos depois. A resposta foi rápida.

"Claro. Onde você quer ir?"

Theo sorriu. Era o início de algo que ele esperava há muito tempo. Então, com um toque nervoso nos dedos, ele sugeriu um lugar simples, mas especial: "Que tal aquele parque perto da nossa escola? Eu lembro que sempre foi o nosso lugar."

A resposta de Christian foi quase imediata: "Perfeito. Estarei lá às 4."

O coração de Theo disparou. Quatro horas. Apenas quatro horas até vê-lo de novo. Ele sabia que as palavras não seriam suficientes para tudo o que queria dizer, então, talvez os gestos, o simples fato de estar ali com Christian, seriam o que mais importava.

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O dia seguinte chegou rápido. O sol estava começando a se pôr quando Theo chegou ao parque. Ele se sentou em um banco, tentando disfarçar o nervosismo que sentia. Aquele lugar, cheio de memórias e risos, agora parecia tão diferente, mais carregado de significado. Ele observava o movimento das folhas caindo das árvores, tentando controlar a ansiedade.

Quando finalmente viu Christian se aproximando, seu coração deu um salto. Christian estava mais maduro, com o olhar tranquilo, mas ao mesmo tempo carregado de uma intensidade que Theo reconhecia imediatamente. Ele se aproximou devagar, com aquele sorriso tímido que sempre fez Theo sentir borboletas no estômago.

"Oi," disse Christian, com um sorriso suave, os olhos brilhando com uma mistura de saudade e felicidade.

"Oi," respondeu Theo, tentando esconder o nervosismo na sua voz. "Você está bem?"

"Estou agora. Estava morrendo de saudades, Theo." A sinceridade em sua voz fez Theo sentir uma onda de calor atravessar seu peito. Eles ficaram em silêncio por um momento, apenas observando um ao outro, como se tentassem decifrar o que o futuro traria.

"Eu também senti sua falta. Muito," disse Theo, finalmente quebrando o silêncio. "Sabe, eu pensei que talvez... talvez nunca mais fosse te ver assim, mas agora que você está aqui... é como se nada tivesse mudado."

"Eu também pensei a mesma coisa. Como se o tempo tivesse parado. Mas, ao mesmo tempo, eu sabia que, se a gente tivesse se encontrado antes, as coisas não seriam como deveriam ser. Eu precisava crescer. Precisávamos crescer." Christian disse, olhando para Theo com um olhar sincero, como se estivesse tentando explicar algo que ele mesmo ainda estava tentando entender.

Theo assentiu, sentindo uma mistura de alívio e confiança invadir seu coração. "Eu também... eu precisei de tempo. Mas agora eu entendo. Eu só quero aproveitar o que a gente tem, sem medo."

Christian sorriu, se aproximando ainda mais. "Eu também quero isso. Sem mais incertezas, sem mais medo."

Eles se olharam por um momento, como se ambos estivessem esperando por aquele sinal, aquele momento exato para finalmente cederem ao que sentiam. E então, sem mais palavras, Theo deu o passo que faltava. Ele se aproximou de Christian e, com o coração acelerado, tomou sua mão.

Christian, com um sorriso sincero e tranquilo, segurou a mão de Theo, e naquele gesto simples, mas cheio de significado, ambos souberam que estavam prontos para começar algo novo. Algo que, desta vez, seria sem medos, sem dúvidas, mas cheio de amor e promessas.

"Eu quero estar com você, Christian. Para sempre, se você também quiser," disse Theo, com a voz suave, mas firme.

"Eu também quero, Theo. Para sempre," respondeu Christian, antes de puxá-lo suavemente para um abraço apertado. E, naquele momento, tudo parecia perfeito.

Continua...

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