Blake

Quando meus lábios tocam os dela suavemente sinto o pé dela no meio do meu peito me empurrar para longe. Atrevida igual uma gatinha selvagem.

— Não se aproxima de mim, não conheço você e não pertenço a você. Me deixe ir embora. — Ela se levanta e se afasta.

— Cometeu um grande erro, minha gatinha selvagem. Não deveria chutar seu futuro marido desse jeito, tenho todo direito de beijá-la. Assinei um contrato que diz que você me pertence. — Me aproximo dela que se encosta na parede.

— Não sou um objeto para ser vendida, não tenho culpa se o homem que me colocou no mundo é um maldito covarde.

Seguro ela pela nuca e beijo seus lábios enfim, mas ela me morde e me empurra novamente fazendo um enorme escândalo. Jogo ela no meu ombro e a levo para o banheiro colocando-a debaixo do chuveiro e ligando no frio.

— Seu grande imbecil, por que está fazendo isso?

— Para te acalmar! Não me morda novamente, gatinha selvagem. Se acostume comigo o mais rápido possível vamos nos casar em poucos dias.

Tremendo por causa da água fria ela empina o queixo e fica na ponta dos pés ao me encarar e dizer:

— Prefiro morrer pelas ruas da cidade do que me casar com você. — A petulância dela me desafia.

— Não vai me deixar viúvo antes de me dar um herdeiro.

Deixo ela ali com a água esfriando seu temperamento e volto para o quarto. Coloco mais uma dose de whisky para mim e espero ela voltar. Como eu pensei, ela sai usando um roupão e secando seu cabelo com uma toalha.

— Está mais calma, gatinha selvagem?

— Não me chame assim... — Ela se senta na cama de frente para mim — Por que eu? Por que me comprou? Não tenho nada para lhe oferecer, sou uma ninguém.

— Você é linda, atrevida, sexy e tem uma voz de anjo. Quero ter uma filha idêntica a você, quero me casar para ter meu herdeiro ou herdeira e... Quero uma mulher que me ame por quem sou não pelo que tenho.

Ela abaixa a cabeça, me levanto e vou até ela e com meu indicador em seu queixo levanto seu rosto para que olhe para mim.

— Apenas seja a minha dama e lhe darei o mundo se assim quiser.

— Não posso acreditar em você, me ensinaram que as pessoas são cruéis e mentirosas. Você só quer me usar e depois me deixar quando enjoar de mim. — Seus olhos carregam dor.

— Eu disse que vou me casar com você! Não é o suficiente? O que mais você quer?

— Ir embora daqui e nunca mais olhar na sua cara!

Confesso que feriu um pouquinho meu ego, nenhuma mulher me rejeitou como ela está fazendo. Vou me casar com ela, fazê-la desejar meu toque mais que o ar que respira.

— Você terá sua liberdade depois que se apaixonar por mim, antes disso serei sua sombra mais fiel. Vamos nos casar, mas não vou obriga-la a se entregar para mim vou fazê-la desejar isso mais que sua própria vida.

— Boa sorte, Blake Caspian. — Ela se afasta e encosta na cabeceira da cama abraçando suas pernas novamente.

Eu apenas me sento e volto a beber olhando para ela. O sono vence a vigilância dela, a deito na cama e me deito do lado. Terei muito trabalho para conquistar essa gatinha selvagem, mas vai ser muito excitante.

Desperto e ela não está ao meu lado, logo me levanto e a procuro por toda a mansão até que lembro da praia. Quando sai da mansão, vejo ela sentada na praia de roupão ainda olhando para o mar. Me sento ao lado dela.

— Você realmente pensou em tudo, não é mesmo? — Ela pergunta.

— Sou apenas um estranho para você, claro que iria tentar fugir de mim. Tive que ser esperto, pensar nas possibilidades que eu tinha nas mãos.

— Para sua sorte eu nunca vi uma praia antes, não sei nadar. Essa é a primeira vez que eu tenho contato com o mar.

O olhar dela parece o de uma criança que vê o mar pela primeira vez. Começo a me interessar por saber mais sobre ela.

— Pode me contar um pouco sobre sua vida?

— Não tem muito para saber sobre mim!

— Ainda assim eu quero saber mais sobre você.

— Minha mãe me abandonou com minha avó paterna depois do meu pai iludir ela e deixá-la grávida. Minha avó faleceu a poucos dias, não frequentei a escola apesar de saber escrever meu nome e ler muito pouco. Meu pai descobriu que eu estava sozinha no mundo e me vendeu... Essa é minha história.

Eu já não gostava do pai dela por tê-la vendido para o submundo, depois de descobrir o que ele fez com ela desde que foi gerada me faz querer tortura-lo.

— Você quer ter aulas em casa? Posso te dar o que seu pai lhe negou, comigo não vai passar por coisas ruins. Você aceita?

Me levanto e estico a minha mão para ela esperando sua resposta.

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