invasão

Era uma tarde de sexta-feira quando Trace acordou com batidas na porta. Ele abriu os olhos com dificuldade, sentindo a ressaca pulsando em sua cabeça. O relógio na parede mostrava já passar de 13h da tarde. Ele não lembrava como havia ido parar na cama. Olhou para o apartamento, ainda imerso no escuro. As garrafas de bebida estavam espalhadas pelo chão, e a fumaça de cigarro se misturava com o ar pesado.

Ele se arrastou até a porta e a abriu. Dante, Edward e Faruck estavam lá, com expressões sérias e preocupadas.

— Vocês vão vir todo dia? — Trace perguntou, tentando disfarçar a irritação.

Dante olhou para ele, não se deixando afetar pela atitude de Trace.

— Elle mandou comida — respondeu Dante com firmeza. — Ela disse que você não deveria estar se alimentando assim.

Faruck entrou no apartamento, seu olhar severo vasculhando a bagunça.

— E ela tem razão, olha o estado desse lugar — disse Faruck, apontando para as garrafas e para o que restava da noite anterior.

Trace não se importava. Ele se sentou no sofá, fechando os olhos enquanto passava a mão pelo cabelo.

— Eu tô bem. Não se preocupem. — Sua voz soou mais baixa do que ele gostaria.

Edward entrou na cozinha e começou a arrumar a comida que Dante havia trazido.

— Não estamos aqui só pela comida, Trace — Edward disse, colocando um prato na mesa. — Você tá se afundando, cara. Já passou da hora de parar com isso.

Trace bufou, olhando para os três.

— Eu sei o que estou fazendo — ele respondeu, mas a verdade era que ele não sabia mais. Não sabia se estava tentando fugir da dor ou apenas esperando que algo ou alguém o acordasse.

Dante se aproximou, observando seu amigo com atenção.

— Você não tá sozinho, sabe disso, né? — disse ele, com um tom mais suave. — A gente tá aqui por você.

Faruck, que estava ajudando Edward na cozinha, deu uma risada baixa.

— Se você não se cuidar, vamos começar a invadir essas festas de novo, Trace — ele brincou, tentando aliviar o clima. — E não vai ser só comida e bebida que vamos trazer, viu?

Trace deu um sorriso pequeno, mas sentiu uma onda de gratidão pelos amigos. Eles estavam ali, mesmo que ele não estivesse fazendo questão de ser ajudado. Talvez fosse hora de parar de lutar sozinho.

Mas ainda havia a dor, o vazio… A sensação de que ele jamais conseguiria se libertar de Sophia... Ele realmente a amava

Trace pegou o prato que Edward havia preparado e, com um suspiro pesado, se sentou à mesa. Seus amigos estavam lá, mas, no fundo, ele sabia que precisaria de mais tempo para se encontrar. O processo seria longo, mas, pelo menos, não estaria mais sozinho nessa jornada. E, por enquanto, isso era o suficiente.

—temos algo que pode te animar. — Edward disse

—que seria?

—vamos em uma reunião com os hammes.— Faruck sorri

—vai se vestir ... não vai escapar —dante diz

A fumaça dos tiros ainda pairava no ar quando Dante se abaixou atrás do carro capotado, os olhos varrendo a área.

— Se alguém me disser que isso tava nos planos, eu juro que vou rir. — Ele resmungou, recarregando a arma.

Faruck, ao lado dele, limpou o sangue de um corte na testa e olhou para Edward, que estava debruçado sobre o capô, analisando a situação com aquele olhar calculista de sempre.

— Tá esperando o quê? Um sinal divino? — Faruck provocou.

— Tô pensando, seu imbecil. — Edward rebateu, sem desviar os olhos.

— Se for pra pensar, melhor fazer rápido. — Trace apareceu por trás, limpando a jaqueta manchada de poeira. — Porque tem uns cinco caras vindo naquela direção e eu não trouxe balas o suficiente pra todos.

Dante soltou um riso curto.

— Como assim não trouxe balas suficientes?

Trace deu de ombros.

— Achei que ia ser uma reunião tranquila.

Faruck revirou os olhos.

— E eu achei que você tinha aprendido a não confiar em reuniões tranquilas.

Edward finalmente se moveu, pegando algo no bolso interno do casaco.

— Certo, já que ninguém aqui tem um plano brilhante, vamos fazer do jeito clássico.

Dante arqueou a sobrancelha.

— Atirar até acabar a munição e depois correr?

— Exatamente.

Faruck riu.

— Sabia que eu gostava de você por um motivo.

Os quatro se prepararam, trocando olhares como se estivessem prestes a entrar em um jogo de criança, e não em um tiroteio contra uma gangue rival.

— Por sinal, alguém viu onde minha faca caiu? — Trace perguntou casualmente.

Dante bufou.

— Prioridades, irmão.

— Minha faca é uma prioridade.

Edward ignorou a discussão e contou mentalmente.

— Três, dois... um.

Eles saíram da cobertura ao mesmo tempo, disparando com precisão, se protegendo e cobrindo uns aos outros sem precisar de palavras. Era uma dança bem ensaiada, um reflexo da confiança que tinham entre si.

Faruck derrubou um dos inimigos e jogou um olhar para Trace.

— Vai lá pegar sua faca, antes que você chore.

Trace sorriu de canto.

— Finalmente, alguém com coração.

Ele avançou, recuperando sua faca no meio da confusão, e voltou ao lado dos amigos no momento exato em que o último inimigo caiu.

O silêncio se instalou.

Dante limpou as mãos na calça.

— Bom, isso foi divertido.

Edward o olhou de soslaio.

— Só você acha divertido quase morrer.

Faruck deu um tapinha no ombro de Edward.

— Relaxa. A gente sobreviveu de novo.

Trace girou a faca nos dedos e sorriu.

— E olha pelo lado bom... ninguém saiu com um tiro na bunda dessa vez.

Dante riu.

— Verdade. Faruck, isso significa que você quebrou sua tradição.

Faruck rosnou.

— Cala a boca.

Edward suspirou.

— Vamos logo sair daqui antes que o reforço deles chegue.

Os quatro se entreolharam, cúmplices, sabendo que aquela não seria a última vez que se metiam em confusão juntos.

Eles não eram só amigos.

Eram irmãos de sangue.

O carro preto deslizava pela estrada escura, longe da confusão que haviam deixado para trás. Dentro, o clima era uma mistura de adrenalina e exaustão.

Dante dirigia com uma expressão satisfeita, batendo os dedos no volante ao ritmo de uma música que só ele parecia estar ouvindo.

Edward, no banco do passageiro, olhava pelo retrovisor com a testa franzida.

— Temos certeza de que ninguém nos seguiu?

Faruck, sentado atrás, reclinou o banco com um suspiro exagerado.

— Relaxa, gênio. Eu verifiquei três vezes. A gente tá limpo.

Trace, ao lado de Faruck, estava ocupado afiando sua preciosa faca.

— Ele sempre desconfia. É o trauma de ser o mais paranoico do grupo.

Edward lançou um olhar afiado.

— Eu prefiro chamar de inteligência.

Dante sorriu de canto.

— E eu chamo de chatice.

Edward suspirou, sem paciência.

— Só estou tentando garantir que ninguém vai invadir nossas casas no meio da noite.

Faruck riu baixo.

— Ah, relaxa. Se invadirem, é só a gente usar o velho plano B.

Dante e Trace responderam em uníssono:

— Atirar primeiro, perguntar depois.

Edward massageou as têmporas.

— Por que ainda ando com vocês?

Trace deu um leve empurrão em Faruck antes de responder:

— Porque sem a gente você não teria com quem compartilhar sua chatice.

Dante riu, mas então diminuiu a velocidade do carro ao entrar no território seguro deles.

— Bom, missão cumprida. Agora só falta outra parte importante.

Faruck arqueou uma sobrancelha.

— Qual parte?

Dante sorriu de lado.

— Comer. Tô morrendo de fome.

Trace concordou.

— Eu também. Mas não quero ouvir o Edward reclamando sobre nossa alimentação de novo.

Edward, sem paciência, revirou os olhos.

— Não é minha culpa se vocês comem como crianças de cinco anos.

Faruck bateu nas costas dele.

— Vamos resolver isso no restaurante. Sua primeira rodada de bebida é por minha conta.

Edward bufou, mas não conseguiu esconder o leve sorriso.

— Então eu escolho o restaurante.

Dante piscou.

— Contanto que tenha carne, você pode escolher até um restaurante de comida de coelho.

Faruck franziu o cenho.

— Você realmente acha que coelhos têm restaurantes?

Dante apenas acelerou o carro, enquanto os três atrás gargalhavam.

Aquela era a essência deles. Brigas, caos, tiros e sarcasmo.

Mas, acima de tudo, eram uma família

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Comments

Charlotte Peson

Charlotte Peson

Eu achei que trace era mais novo tipo ums 23 anos,eu até achei que depôs de anos e charlotte adulta eles iam ter um romance!

2025-03-26

6

Juliana Sousa

Juliana Sousa

só não foi dito que ele já havia achado a irmã dele

2025-04-01

1

Maria Do Socorro Bezerra

Maria Do Socorro Bezerra

A amizade entre esses quatro é linda, eles são hilários até nos momentos de perigo kkkkkk

2025-03-27

1

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