Esses Malditos Olhos Castanhos 1. PRÓLOGO

Os olhos dele sempre foram um problema. Castanhos demais, intensos demais. Como se carregassem segredos que ele nunca quis desvendar. Desde o primeiro dia, ele era um incómodo. Aquele categoria de pessoa que chega, bagunça tudo e ainda sorri, satisfeito com o caos que deixou para trás. E ele odiava isso. Odiava o jeito que ele sempre parecia ter uma resposta pronta, o jeito que a desafiava sem nem precisar abrir a boca. Odiava o fato de que, por mais que tentasse ignorá-lo, sempre acabava cruzando seu caminho. Como se o universo se divertisse jogando os dois no mesmo espaço, na mesma teimosia. Mas o que começou como uma briga constante logo virou algo mais. Algo que queimava. Algo que, no fundo, assustava. Porque por trás dos insultos havia noites em que ele era o único que ficava. Havia silêncios que diziam mais do que qualquer discussão. Havia a constatação sufocante de que, por mais que tentassem, nenhum dos dois conseguia ir embora de verdade. Então, quando tudo desabou—quando o que antes era rotina tornou-se sobrevivência—ele viu-se preso à única coisa que sempre tentou negar. Aos olhos castanhos dele. Aos olhos que, mesmo sendo um problema, eram a única coisa que ainda o fazia sentir que estava em casa.

E, que no final, aquele ódio que Ricky sentia, na verdade era um amor.

Um amor intenso, como o fogo.

O amor deles nunca foi calmo. Nunca foi aquele tipo de sentimento que chega de mansinho, aquece o peito e traz paz. Não—o que existia entre eles era um incêndio. Um fogo que começou como faísca no meio das brigas, no olhar desafiador trocado no calor das discussões, e que, sem aviso, se espalhou, consumindo tudo no caminho. Eles não souberam dizer quando começou. Talvez tenha sido nas palavras cortantes que usavam sempre um contra o outro, cada provocação uma desculpa para continuar próximos. Ou talvez tenha sido nos silêncios, nos momentos em que nenhum dos dois precisava dizer nada, porque o olhar já falava por si só. E era sempre assim. O desejo e a raiva caminhando lado a lado, o orgulho lutando contra a necessidade de se tocarem. Mas a verdade é que, por mais que tentassem se afastar, eram feitos para se encontrar de novo. Como duas forças opostas que, no fim, pertenciam uma à outra. O amor deles era intenso, sufocante, quase cruel. Era o tipo de amor que machucava antes de curar, que testava limites antes de oferecer consolo. Mas, ao mesmo tempo, era o tipo de amor que não deixava dúvidas. Não importava quantas vezes se afastassem, quantas discussões tivessem ou quantas noites passassem fingindo que não precisavam um do outro—porque, no final, os braços dele ainda eram o único lugar onde ele queria estar. E aqueles malditos olhos castanhos, que um dia foram sua maior irritação, agora eram a coisa mais bonita que ele já viu.

A chuva caía forte lá fora, mas dentro do pequeno apartamento, a tempestade era outra. Eles estavam ali, frente a frente, corações disparados, palavras presas na garganta. A discussão tinha começado por algo idiota—como sempre—mas agora era diferente. Agora, tudo o que eles tentavam esconder estava ali, escancarado. Ele apertou os punhos, o peito subindo e descendo em um ritmo descompassado. Ele a olhava como sempre olhava—com aquele maldito olhar intenso, como se enxergasse tudo o que ele tentava esconder.

Ricky

Eu odeio amar você.

As palavras escaparam antes que pudesse segurá-las. A confissão veio carregada de frustração, de entrega, de medo.

Mas ele não recuou. Pelo contrário. Um pequeno sorriso puxou o canto dos seus lábios, como se ele sempre soubesse que aquele momento chegaria.

Keisuke

Eu sei. E é por esse motivo que eu amo você cada dia mais.

Ele respondeu, a voz baixa, mas firme. Deu um passo à frente, encurtando a distância entre eles.

Ele prendeu a respiração. Quis responder, quis lutar contra aquilo—mas, no fim, o calor das mãos dele no seu rosto fez qualquer resistência desmoronar. Porque a verdade era que ele poderia odiar amar aquele homem, mas não havia um único dia em que não escolhesse fazer isso mesmo assim.

Ricky

Porque os seus malditos olhos tem que serem tão... Apaixonantes *sussurra, enquanto descansa sua cabeça no ombro do moreno*

Ele sorriu fino, enquanto abraça o mesmo, sentindo seu coração ficar quente e aconchegante, enquanto as borboletas passeavam pelo seu estômago, fazendo a festa.

Keisuke

E... *sussurra no ouvido do menor* Porque seus lábios tem que ser tão beijavéis? Tenho vontade de gruda-los nos meus todos os dias.

Ricky

Se ficasse quieto, eu conseguiria aproveitar o meu tempo bem melhor *irritado*

Keisuke

*dá uma risada áspera* Continua o mesmo nervosinho de sempre *morde a bochecha do branquelo*

Ricky

Argh... Imbecil do caralho.

Ficou meio merda esse primeiro capítulo, mas espero que gostem dos próximos.

Não prometo que irei postar diariamente, nas outras fanfic's que tenho eu ainda preciso organizá-las para poder postar mais capítulos.

E, também por conta de eu estar sumida é pela escola, acordo muito cedo para ir e acabo me rendendo ao sono pelo cansaço.

Mas, na próxima segunda e terça feira, vou ter feriado de carnaval e vou tentar postar em pelo menos na fanfic da Senju e nessa.

Espero que gostem e que apoiem a minha nova fanfic ♡