Esses Malditos Olhos Castanhos
Festa/Implicações
Baji Keisuke é um pecado completo.
O odeio com cada fibra do meu ser, mas é inútil lutar contra o que me consome. A sua beleza é um pecado que me condena, um veneno que corre nas minhas veias e, mesmo assim, eu desejo-o mais que o próprio ar. Queria poder apagá-lo a minha mente, arrancar esse sentimento à força..., mas cada vez que tento, acabo-me afogando ainda mais. Odeio o poder que ele tem sobre mim, mas amo cada detalhe que me faz prisioneiro. É meu tormento... e a minha salvação.
Nesse exato momento, são dez horas da manhã, e estou a sair da minha escola enquanto escuto Nervous de The Neighbourhood nos meus fones de ouvido.
Hoje foi um dia completamente cansativo, digo isso pelos trabalhos que os professores deram hoje, sinceramente, ainda é cedo para se afogar?
Não demora muito para eu chegar na minha moradia, destranco a porta e entro, sentindo um certo vento gelado bater contra o meu rosto. Tiro os meus sapatos, e coloco as minhas pantufas de gato, subo para meu quarto, largando a minha mochila pesada no chão, enquanto me jogo na minha cama, sentindo os meus músculos relaxarem rapidamente.
Keisuke
Ricky! Está em casa? *grita de fora da casa*
Ricky
*suspira* Que inferno...
Desço as escadas com uma certa rapidez, abro a porta, vendo aquele maldito garoto que atormenta a minha vida, e os meus sonhos…
Ricky
O'que houve para chamar-me?
Keisuke
Não quer ir para a festa do Kazutora nessa madrugada? Começa meia noite *sorri*
Ricky
Sério que me chamou para uma festa?
Keisuke
Ah qual é, não é tão ruim assim, gatinho
Ricky
Tem razão, isso é péssimo.
Keisuke
Rabugento… *murmura*
Ricky
Quer repetir para mim escutar também, Keisuke?
Keisuke
Já falei o quão sexy é ouvir você me chamar assim? *morde os lábios*
Ricky
*revira os olhos* Apenas cale a boca, eu vou nessa maldita festa, satisfeito?
Keisuke
Muito *sorri, mostrando as pequenas presas*
Ricky
vai ficar que nem uma planta ai, ou vai ficar?
Ricky
Tem outra coisa grossa, e ela está no meio das minhas pernas
Keisuke
*sorri malicioso* Bom saber disso
Ricky
*revira os olhos* Tarado…
Dou espaço para o moreno entrar na minha casa, ele senta-se no sofá enquanto vou para a cozinha preparar algo para mim e Keisuke comemos.
Keisuke
O'que está a fazer? *abraça a cintura do mesmo por trás*
Ricky
Yakisoba, está carente?
Keisuke
Porque essa pergunta do nada?
Ricky
Está-me abraçando, e daqui a pouco ganhará um soco no meio da sua cara
Keisuke
Desse jeito você me mágoa, docinho
Ricky
Cale a boca, imbecil! *da, uma cutuvelada em Keisuke*
Por mais que as provocações sejam constantes e as brigas pareçam intermináveis, no fundo, ele sabe que o sentimento vai muito além do orgulho ferido. A verdade é que, mesmo se odiando em palavras, o coração dele insiste em amar em silêncio. Ele reclama, provoca, implica..., mas nunca vai embora.
É um amor escondido entre ironias, protegido por piadas ácidas e olhares cruzados. Porque, por mais que tentem se afastar, algo sempre puxa de volta. No fundo, ele ama cada detalhe — até os defeitos que jura odiar. É aquele tipo de amor que sobrevive ao caos, que encontra carinho até nas discussões mais bobas.
Ele pode não admitir, mas acostumou-se com o jeito dele de bagunçar a paz dele... e, mesmo que não diga em voz alta, já não sabe mais como seria a vida sem essa confusão toda.
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