O sentimento vasto e o inesperado

Com a impaciência borbulhando em suas veias enquanto seus olhos fixavam a porta fechada, aguardando o momento em que o taciturno espadachim a atravessaria, Sanji acendeu um cigarro. A fumaça dançava no ar, assim como as lembranças que o assaltavam. Um sorriso nostálgico curvou seus lábios ao ser invadido pelas doces recordações de um passado feliz ao lado de Roronoa Zoro. Uma onda de ternura o envolveu ao reviver em sua mente a vez em que uma forte indisposição o abateu, e para sua surpresa, foi o próprio Zoro quem cuidou dele com uma inesperada e dedicada gentileza. Aquele cuidado desajeitado despertou em Sanji memórias da sua infância, da época em que, ainda menino, cozinhava com todo o seu amor para sua mãe. Naquele instante, a figura do espadachim, tão distante da culinária, sobreponha-se à imagem materna, aquecendo seu coração com uma gratidão silenciosa. No entanto, mesmo sem saber cozinhar direito, Roronoa se esforçou e preparou algo para que Sanji pudesse comer. A aparência do prato talvez não fosse das melhores, mas o sabor e o aroma carregavam consigo o esforço e a preocupação do espadachim. Vinsmoke comeu, e um sorriso brotou em seus lábios, um sorriso nostálgico que o remeteu aos tempos em que cozinhava para sua mãe. Com o mesmo carinho daquela época, ele sorriu para Zoro, um gesto silencioso de gratidão e afeto que transcendia as palavras e a estranheza daquela refeição improvisada. Aquele momento, por mais simples que fosse, havia se gravado em sua memória como um testemunho do laço inesperado que os unia. Uma lágrima solitária riscava o rosto de Sanji. A memória o arrastou por sua infeliz vida. Rejeição familiar, perdas no mar... cada lembrança, uma punhalada. O sofrimento o envolvia, um ciclo doloroso sem fim à vista. O passado o prendia, a dor era presente. Aquela lágrima silenciosa contava a história de uma alma marcada. Um suspiro pesado escapou de seus lábios. A escuridão das lembranças o consumia. Com o rangido característico de uma porta se abrindo, Roronoa Zoro fitou o semblante abatido, porém sereno, do cozinheiro pervertido. Sanji estava sentado em frente à porta, aguardando em um silêncio carregado de expectativa. Lentamente, o espadachim se aproximou, curvando-se até alcançar a altura do Vinsmoke.
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Roronoa Zoro
Roronoa Zoro
Ei, cozinheiro pervertido, por que está chorando? (Perguntou Zoro, uma sombra de preocupação toldando seu olhar habitualmente severo, direcionado ao loiro.)
Vinsmoke Sanji
Vinsmoke Sanji
(Em uma mudança abrupta de humor, Sanji exclamou com um brilho nos olhos, desfazendo a atmosfera tensa.) Ah, Marimo, como você consegue ser tão adorável? ( E, sem aviso, atirou-se nos braços de Roronoa, quebrando o clima pesado que pairava no ar.)
Roronoa Zoro
Roronoa Zoro
...
Roronoa Zoro
Roronoa Zoro
Tsc, idiota tarado! Você estava fingindo? (Resmungou Zoro, visivelmente irritado com a súbita mudança de comportamento do cozinheiro e tentando se desvencilhar daquele abraço inesperado. Aproveitando a proximidade, Sanji depositou um beijo rápido e carinhoso na bochecha do ex-caçador de piratas, deixando-o momentaneamente constrangido e sem palavras diante daquele gesto afetuoso.)
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Com a voz rouca, quase um sussurro carregado de um pedido silencioso, Roronoa murmurou algumas palavras que encontraram os ouvidos atentos de Vinsmoke Sanji. Ao processar a súplica implícita naquelas sílabas hesitantes, um sorriso sereno e suave floresceu nos lábios do cozinheiro. Com um último aperto afetuoso, o pervertido gentilmente desfez o abraço que unia os dois, libertando o espadachim de seu caloroso envolvimento. Ambos se levantaram, caminhando lentamente em direção ao corredor que se ligava à escada. O nosso cozinheiro observava atentamente cada músculo dos ombros e costas do espadachim, que vestia uma regata preta que ressaltava a beleza daquele homem. Um suspiro hesitante escapou dos lábios do loiro.
Vinsmoke Sanji
Vinsmoke Sanji
Zoro... você ainda nutre algum sentimento por mim?
Roronoa Zoro
Roronoa Zoro
...
Enquanto desciam as escadas, o ex-caçador de piratas parou abruptamente ao ouvir aquela pergunta que o atingiu como um golpe inesperado. Uma sombra de desagrado cruzou seu rosto. Ele não gostava de sequer pensar em responder àquilo. Com um suspiro pesado, quase resignado, ele finalmente soltou as palavras:
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Roronoa Zoro
Roronoa Zoro
Não vou mentir, eu ainda tenho sentimentos por você. (Aquelas palavras, carregadas de uma honestidade que Sanji testemunhava em Zoro, aceleraram seu coração com uma esperança quase dolorosa. Um brilho surgiu em seus olhos azuis.)
Vinsmoke Sanji
Vinsmoke Sanji
!!!
Roronoa Zoro
Roronoa Zoro
Mas... que fique claro (A voz de Zoro, embora firme, carregava uma sutil hesitação.) não vou deixar seu sentimento tomar conta de mim... E então não se iluda. (Havia um quê de aviso em seu tom, como se tentasse erguer uma barreira intransponível entre eles.)
Mesmo com aquelas palavras soando como um balde de água fria jogado em seu rosto, e a tentativa clara de Zoro de afastá-lo, Vinsmoke Sanji não permitiu que suas esperanças se esvaíssem por completo. Um sorriso teimoso brotou em seus lábios, talvez nutrido por uma leitura diferente nas entrelinhas das palavras do espadachim, enquanto seus olhos, fixos na nuca de Zoro que se afastava, carregavam uma persistência inabalável.
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Após descer todos os degraus, o espadachim andou em direção à cozinha. Lá, ele se deparou com uma mesa de madeira maciça, repleta de comida que parecia um banquete deslumbrante. Zoro se aproximou da mesa, arrastando uma cadeira e sentando-se. Não demorou muito para que o ex-caçador de piratas começasse a devorar tudo com voracidade. Sanji, postado estrategicamente em um canto da cozinha, observava cada garfada de Zoro com uma atenção quase obsessiva. Lentamente, como se movido por uma mola silenciosa, aproximou-se da mesa, arrastando uma cadeira quebrando o silêncio com um ruído breve e sentou-se diretamente à frente do ex-caçador de piratas. Um sorriso genuíno iluminou o rosto de Vinsmoke ao ver a maneira como Zoro devorava a comida, um contentamento visível em seus traços.
Vinsmoke Sanji
Vinsmoke Sanji
Parece que está apreciando, Marimo. (Comentou Sanji, o apelido carregado de uma familiaridade irritante para o espadachim. Seu sorriso se alargou, um convite silencioso pairando no ar.) Quer mais? Já faz um tempo que você não come a minha comida, não é? Lembro que, no bando, mesmo com aquela marra toda, você sempre dizia que a minha comida “dava para comer”. E o engraçado é que era você o primeiro a repetir.
Vinsmoke Sanji
Vinsmoke Sanji
(Vinsmoke suspirou levemente, um toque de nostalgia em sua voz.) Sentiu saudades daquela época? E você, Zoro, sentiu saudades também?
Roronoa Zoro
Roronoa Zoro
...
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Zoro, com sua percepção aguçada, já havia registrado que o banquete à sua frente parecia ter sido cuidadosamente elaborado para agradar seu paladar. Ele reconhecia os pratos que apreciava, uma consideração que, em outras circunstâncias, talvez até o tivesse surpreendido. No entanto, a satisfação da fome era mais urgente do que qualquer questionamento. Ele simplesmente ignorou a pergunta, concentrando-se em terminar o que estava em seu prato. O que realmente o incomodava era a sensação de estar sendo observado tão intensamente. O cozinheiro pervertido parecia hipnotizado, fitando-o comer com uma expressão quase infantil de admiração, enquanto divagava sobre memórias passadas, presumivelmente ligadas a momentos em que havia cozinhado para ele antes. Roronoa não pensou muito. Ele não gostava de lembrar coisas do passado, principalmente aqueles momentos, sejam felizes ou tristes. Continuou a comer até ficar satisfeito, levantou-se da mesa e se dirigiu para fora da cozinha. Mas antes que pudesse chegar à sala, uma pergunta do cozinheiro pervertido pairou no ar:
Vinsmoke Sanji
Vinsmoke Sanji
Aonde você vai, Marimo? (Sem nem se importar, o espadachim saiu de casa, deixando Vinsmoke Sanji sozinho e irritado por ter sido ignorado, justamente quando ele pensava que ambos estavam se dando bem.)
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O espadachim de cabelos esverdeados, com as mãos casualmente enfiadas nos bolsos, percorria as calçadas movimentadas com uma tranquilidade enganosa. Embora seus passos fossem firmes e sua postura relaxada, sua mente era um turbilhão de pensamentos, um emaranhado de reflexões sobre os caminhos já trilhados e os desafios que ainda o aguardavam. Essa imersão profunda em seus próprios devaneios o impediu de notar a aproximação silenciosa de um carro preto de aparência luxuosa e imponente. Foi apenas quando uma sutil mudança na luz ao seu redor chamou sua atenção que o ex-caçador de recompensas virou a cabeça instintivamente. Nesse momento, os vidros escuros do veículo desceram lentamente, revelando uma figura de semblante austero e presença marcante. Era o homem lendário conhecido por seus olhos penetrantes, uma lenda viva no universo da espada, aclamado por muitos como o maior mestre que já existiu: Dracule Mihawk, o lendário “Olhos de Falcão”. Contudo, a visão do lendário espadachim não causou surpresa no ex-caçador de piratas. Pelo contrário, uma expressão de tédio mal disfarçado cruzou seu rosto. Ele não desejava, nem esperava, um reencontro tão breve. A rivalidade que os unia era peculiar, forjada em respeito mútuo, mas a natureza exata de sua relação e a própria figura do mestre da espada eram envoltas em mistério, um enigma que ambos pareciam preferir manter. Para a surpresa ainda maior do espadachim de cabelos esverdeados, o homem dos olhos penetrantes desceu do carro, com uma postura que emanava uma autoridade silenciosa. Ele se aproximou calmamente, e essa ação inesperada e sem qualquer preâmbulo, deixou Roronoa Zoro visivelmente intrigado. Qual seria o motivo para aquela aparição tão repentina e incomum? O que o maior espadachim do mundo queria dele, ali, naquele momento fortuito? O ar, já carregado com a tensão não dita do encontro inesperado, tornou-se ainda mais denso quando a figura de semblante austero proferiu suas primeiras palavras.
Dracule Mihawk
Dracule Mihawk
Há quanto tempo, Roronoa. (Cumprimentou o homem de olhos penetrantes, sua voz profunda e calma ecoando no espaço, quase um lamento, quase um desafio.) Diga-me, como tem passado a sua vida, Roronoa Zoro? (Perguntou ele diretamente, os olhos fixos no espadachim de cabelos esverdeados, uma curiosidade silenciosa, quase predadora, velada em seu olhar.)
Roronoa Zoro
Roronoa Zoro
... (Zoro, por sua vez, não se deu ao trabalho de disfarçar o tédio que lhe corroía a paciência. Sua expressão, já naturalmente séria, endureceu ainda mais. Cruzou os braços sobre o peito, um gesto que denotava impaciência e uma frieza calculada.) Corte esse papo furado, “Olhos de Falcão ou melhor espadachim do mundo” (Respondeu Zoro, sua voz áspera e desprovida de qualquer cordialidade.) O que você realmente quer? Não é nada normal que você apareça assim, do nada, e muito menos à minha procura. Não perca meu tempo com formalidades vazias. (Sua última frase foi um ultimato, um claro aviso de que ele não estava ali para amenidades, mas sim para ir direto ao ponto daquele encontro tão enigmático.)
Dracule Mihawk
Dracule Mihawk
Vejo que você não mudou nada (Disse Mihawk, observando o desconforto do ex-caçador de piratas em sua presença. É normal, não acha? Depois de vários acontecimentos, de episódio em diante, na própria história original do mangá...)
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Vinsmoke Sanji, por sua vez, criou coragem para retornar àquele lar onde morava. Ao chegar, bateu suavemente à porta: toc, toc, toc... Não demorou muito para que fosse aberta por Charlotte Pudding. Ela estava sozinha na sala daquela imensa casa, absorta em pensamentos tristes sobre a crueldade da vida consigo mesma. Por tantos anos, ninguém havia sequer demonstrado apreço ou aceitação por sua aparência, não por ser feia, jamais, mas sim por causa de seu terceiro olho, que sempre escondera por medo dos julgamentos e da rejeição. Contudo, finalmente, alguém a aceitou por completo, sem julgamentos, achando inclusive belo aquilo que tanto a atormentava. Isso foi imensamente importante para ela, mesmo tendo manipulado Vinsmoke para o bem de sua própria família, algo de que se arrependeu profundamente. Mas algo diferente estava prestes a acontecer em sua vida, até então tão miserável. O leve barulho, quase um sussurro, quebrou o silêncio daquela imensa sala, outrora vibrante e agora mergulhada em quietude. Charlotte Pudding, absorta em seus pensamentos, estava sentada no macio sofá de veludo, revisitando os turbulentos acontecimentos que haviam marcado sua vida até aquele instante. Uma sensação de calma hesitante a invadiu, impulsionando-a a se levantar com uma lentidão quase etérea. Seus pés deslizaram pelo tapete aveludado enquanto ela se movia em direção à porta, o olhar fixo no chão, carregado de uma mistura de expectativa e apreensão. Com um movimento suave e cuidadoso, Pudding girou a maçaneta e abriu a porta. Seus olhos, ainda marejados pelas lembranças, encontraram os de um indivíduo parado ali, na soleira. A surpresa estampada no rosto dela era palpável, os olhos arregalados em choque misturado com uma crescente emoção. Lágrimas de pura felicidade começaram a escorrer por suas bochechas, traindo a intensidade do momento. Era ele. Vinsmoke Sanji, o cozinheiro de coração gentil, apesar de suas peculiaridades. No peito de Charlotte Pudding, o coração disparou em um ritmo frenético, um “tum-tum-tum” que ecoava em seus ouvidos. Uma onda avassaladora de sentimentos a invadiu, um turbilhão de alegria e alívio que ela não conseguia, nem desejava, controlar. Em um impulso irrefreável, ela se lançou nos braços de Sanji, agarrando-o com força, como se temesse que ele pudesse desaparecer a qualquer instante. Lágrimas quentes brotavam de seus olhos e molhavam a camisa dele, um rio de emoções finalmente encontrando vazão. Vinsmoke Sanji, pego de surpresa pela intensidade daquele abraço, encontrou-se em uma situação um tanto delicada e inesperada. Seus braços hesitaram por um breve momento no ar, sem saber como reagir àquele turbilhão de emoção. Pudding estava ali, em seus braços, soluçando incontrolavelmente, e ele sentia o peso de suas lágrimas e a fragilidade de seu corpo. Uma onda de ternura e confusão o invadiu, enquanto ele tentava processar o significado daquele reencontro tão carregado de sentimento.
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Bônus art twt:“nori31291404”
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Comments

🌸🌸esquisita ʕ ˵·ᴥ·ʔ🌸🌸

🌸🌸esquisita ʕ ˵·ᴥ·ʔ🌸🌸

pôr favor continuaaaaaaaaa

2025-05-26

0

Elísia>:3

Elísia>:3

Eitaaa

2025-05-17

0

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