Carla olhou para Valentina e fez um leve aceno com a cabeça.
— Valentina, vá buscar Bruno Ferrette, quero que ele e Ana se conheçam e comecem a se acostumar um com o outro.
Ana engoliu em seco sabia que esse momento chegaria, mas, agora que estava tão perto, um pequeno nervosismo tomou conta dela respirou fundo e manteve a postura.
— Fique tranquila Ana — Carla disse, como se lesse seus pensamentos. — Apenas seja profissional e direta não deixe que o gênio dele te intimide pois é assim que ele consegue o que quer.
Ana assentiu e esperou alguns minutos depois, passos firmes ecoaram no corredor, e a porta do escritório se abriu, Bruno Ferretti entrou com sua presença marcante, ele era ainda mais impressionante pessoalmente do que nas fotos, alto, de cabelos escuros bem alinhados, olhos intensos e expressão séria, vestia um terno impecável, mas carregava uma aura de desinteresse evidente.
Ele parou no meio da sala, cruzou os braços e lançou um olhar direto para Ana.
— Só pode ser brincadeira — ele resmungou.
Ana arqueou uma sobrancelha.
— Algum problema?
Bruno riu pelo nariz, sem humor.
— Isso não vai dar certo, os sites de fofoca vão enlouquecer quando souberem que estou morando com uma menina vai ser um escândalo vocês vão acabar com minha carreira.
Ana bufou, já sentindo o temperamento difícil dele mas, em vez de recuar, se adiantou um passo e cruzou os braços, espelhando a postura dele.
— Se esse for o problema, pode ficar tranquilo — disse, com firmeza. — Sei lidar com esse tipo de situação estou aqui para trabalhar, e só isso não importa o que falem.
Bruno estreitou os olhos, como se tentasse avaliá-la.
— Você parece muito confiante para uma menina recém chegada.
— Porque sou profissional.
O clima no escritório ficou tenso, e Carla percebeu que precisava intervir antes que a conversa tomasse um rumo pior, levantou-se de sua cadeira e caminhou até os dois.
— Bruno, quero que você releve um pouco, Ana é muito aplicada e profissional, você precisa de alguém que te ajude a manter tudo em ordem, e ela é perfeita para isso e além do mais ela vai saber lidar com os escândalos.
Bruno respirou fundo, claramente irritado, mas não disse nada seu olhar se voltou para Ana, como se tentasse decifrá-la.
— Então você acha que pode lidar comigo?
Ana deu um pequeno sorriso desafiador.
— Tenho certeza.
Bruno soltou um suspiro pesado e passou a mão pelos cabelos.
— Isso vai ser interessante... Mas qualquer dano a minha imagem vocês serão os culpados.
Carla sorriu, satisfeita.
— Ótimo, agora que vocês já se conheceram, sugiro que comecem a se organizar, Ana, Bruno já tem uma chave do apartamento vocês vão precisar encontrar uma forma de dividir o espaço e o trabalho e Ana mais tarde a Valentina irá te passar por e-mail toda a agenda do Bruno para essa semana.
Bruno revirou os olhos.
— Ótimo — murmurou, sem entusiasmo.
Ana apenas ergueu o queixo, decidida esse seria o maior desafio de sua carreira, mas ela não fugiria.
A batalha entre os dois acabava de começar.
O clima entre Ana e Bruno permaneceu tenso durante todo o caminho até o apartamento, no carro, ele sequer olhou para ela, apenas manteve os olhos fixos na janela, enquanto Ana tentava se manter calma sabia que a convivência com ele não seria fácil, mas não esperava que a resistência começasse tão cedo.
Assim que chegaram ao prédio luxuoso, Bruno desceu do carro primeiro, sem nem ao menos esperar ou ajudar Ana.
— Educado, como um cavalo — ela murmurou para si mesma antes de pegar suas malas e seguir atrás dele.
Ao entrarem no apartamento, Ana ficou surpresa o lugar era espaçoso e elegantemente decorado, com uma vista incrível da cidade mas antes que pudesse se encantar com os detalhes, Bruno jogou as chaves sobre a mesa e se virou para encará-la com os braços cruzados.
— Vamos deixar uma coisa bem clara — ele disse, sem rodeios. — Não quero bagunça, não quero conversa fiada e, principalmente, não quero que fique no meu caminho.
Ana ergueu uma sobrancelha.
— Eu deveria dizer o mesmo.
Bruno riu, mas sem humor.
— Isso aqui é meu espaço, e exijo regras.
Ela cruzou os braços, desafiadora.
— Bom, agora também é meu espaço, e eu também tenho regras.
Bruno apertou a mandíbula, claramente impaciente.
— Olha, eu não pedi por isso, então só faça seu trabalho e fique fora da minha vida.
Ana suspirou.
— Eu só quero fazer meu trabalho direito, Bruno não estou aqui para te atrapalhar e sim para te ajudar.
Ele bufou e pegou uma garrafa de água na cozinha, bebendo um gole antes de encará-la novamente.
— Ótimo, então fique no seu canto e eu fico no meu.
Ana olhou ao redor.
— Falando nisso… onde é meu canto?
Bruno apontou para uma porta no final do corredor.
— Aquele quarto ali.
Ana pegou suas malas e foi até o cômodo indicado assim que abriu a porta, percebeu que o quarto era menor do que esperava, mas ainda assim confortável deixou suas malas no chão e respirou fundo.
A convivência com Bruno seria um verdadeiro desafio, mas ela não iria desistir se ele achava que poderia intimidá-la com sua arrogância, estava muito enganado.
O jogo estava apenas começando.
Ana passou a primeira meia hora no quarto, organizando suas coisas e tentando absorver a nova realidade mas, assim que saiu para beber um copo d’água na cozinha, percebeu que a convivência com Bruno seria ainda mais complicada do que imaginava.
Ele estava espalhado no sofá, de fones de ouvido, com o notebook no colo e um prato sujo na mesa de centro ao vê-la, ergueu os olhos apenas por um instante e voltou a ignorá-la.
Ana suspirou, pegou um copo no armário e encheu com água, mas, ao se virar, reparou na bagunça na pia pratos sujos, restos de comida, xícaras largadas de qualquer jeito,ela sabia que ele tinha feito de propósito.
— Isso aqui não é um hotel, Bruno, para quem não queria bagunça isso aqui é o que pra você?— ela disse, apontando para a bagunça.
Ele tirou um fone e arqueou uma sobrancelha.
— Como é?
— Eu disse que você poderia pelo menos lavar o que suja.
Bruno bufou e fechou o notebook.
— Você quer me dar ordens agora?
Ana cruzou os braços.
— Quero apenas o mínimo de convivência civilizada.
Ele riu pelo nariz.
— Se não gostou, pode ir embora.
Ana estreitou os olhos.
— Eu não vou embora, isso aqui é tão meu quanto seu agora e já que vamos morar juntos, temos que estabelecer algumas regras.
Bruno levantou-se, claramente impaciente.
— Eu não funciono com regras.
— Então aprenda — Ana rebateu. — Porque eu não sou sua empregada.
Os dois se encararam, o clima tenso, Bruno parecia prestes a soltar mais uma de suas respostas afiadas, mas algo na expressão determinada de Ana o fez hesitar.
— Tanto faz — ele disse, pegando o prato sujo da mesa. — Eu lavo essa droga.
Ana sorriu satisfeita.
— Viu? Já está aprendendo.
Bruno revirou os olhos e seguiu para a pia, murmurando algo inaudível, Ana sabia que essa era apenas a primeira de muitas discussões, mas, no fundo, sentia que tinha acabado de marcar um ponto.
A guerra da convivência estava apenas começando.
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Atualizado até capítulo 61
Comments
Lilly
Mas ela já não havia ido para o apartamento???
2025-04-18
1
Valeria Grossi de Almeida
Estou gostando, Ana e decidida.
2025-02-24
4
Antonia Rodrigues Nunes cruzeiro Cruzeiro
estou gostando muito,👏👏👏
2025-02-17
3