Linda Romano
— Mamãe, acorda, você pode me ajudar com o café da manhã?
escuto a voz de Bia, minha cabeça dói, mas não mais que meu corpo
— Já estou indo, querida, termine de se arrumar, a van logo vem buscar você
ouço seus passos para fora do meu quarto, e me forço a levantar, vou direto para o espelho, minha bochecha está roxa, e meu lábio cortado, mas o estrago no meu corpo é maior, todo dolorido, sento para fazer xixi, e arde
tomo uma ducha rápida, e vou de cabelo solto, tentando esconder meu rosto e ainda de roupão preparar o lanche de Bia, ela vem até a cozinha, se senta na bancada de mármore
— Mamãe, o que houve com seu rosto?
ela pergunta tocando meu rosto, seus olhinhos ficam vermelhos, e cheios de lágrimas
— Não foi nada querida, eu cai, no banheiro, escorreguei no sabão
suas lágrimas escorrem de imediato.
sirvo seu cereal com leite, e um copo de suco de morango para mim, me sento devagar, para não mostrar a Bia que tem mais alguma coisa de errado, assisto minha tentando filha comer, limpando as lágrimas que escorriam silenciosas.
Ela nem terminou e saiu da mesa, para escovar os dentes e pegar seu material, e se senta no sofá, ouço a buzina da van, ela se levanta, me deu um beijo e saiu, sem dizer nada, nenhuma palavra.
— Deus, me ajuda!
assim que ela saiu, eu soltei tudo que estava preso, e desabei no chão, em posição fetal, não aguentando mais.
Depois de chorar mais uma vez, me levantei e fiz meus afazeres, a casa é grande, e preciso me apressar, ele vem para o almoço, e não tolera atrasos, ele é engenheiro chefe em uma empresa renomada aqui no Rio, e vem almoçar todos os dias, bom quase, já que esporadicamente, tem algum almoço de negócios
a casa é localizada em um condomínio de luxo, e eu trocaria tudo por uma vida de paz para minha filha.
Assim que termino o almoço a tempo, a casa está toda organizada, a tarde só preciso engomar suas camisas
— Olá querida, que cheiro maravilhoso
ele beijou minha bochecha, esquerda, em cima da marca roxa
— Hoje temos um jantar de negócios para ir, por favor, tampe isso, e não se atrase
assenti eu já estava terminando de colocar a mesa, quando ouvi a van de Bia estacionar, ela entrou e tirou os calçados e ia deixando na porta
— É aí que deixa Bia?
Luiz disse em seu tom ríspido, e ela pega seu tênis e guardou no armário ao lado da porta
— Desculpe, papai
ela disse assim em seu tom apático, assim que passou para ir ao seu quarto para guardar seu material
ele se sentou e esperou nós nos sentarmos, eu servi ele e Bia, e me servi depois, e comemos juntos, como diariamente tem sido
foi um alívio vê-lo sair, ele tem piorado seu comportamento explosivo, tenho medo de um dia ele machucar Bia, uma vez tentei deixá-lo apanhei tanto que fiquei quase uma semana com febre;
além dele me ameaçar com sua arma, que fica no cofre em seu escritório
ontem foi um deslize, que costumo não cometer, ele é bruto, mas quando é contrariado é muito pior
chegando a noite, a ansiedade me consumia, pois, qualquer palavra ou olhar que ele não goste, minha noite pode não terminar bem
— Está belíssima, amor, espero não ter que bater em nenhum macho que ouse olhar para você
ele abraçou minha cintura, onde ainda está dolorido pela noite de ontem, eu gemi pela dor
— Assim terei que te foder antes mesmo de sair
rezei para que ele comesse e bebesse tanto, para que não se sentisse inclinado a nada
saímos e deixamos Bia com a babá, uma jovem que é filha de uma das vizinhas, que não conheço, na realidade não cheguei a conhecer nenhum de nossos vizinhos, não me dou ao luxo de socializar com ninguém, tenho pavor de que ele pense que estou dando trela para alguém, o ciúmes dele é exacerbado
no restaurante, entro olhando pra meus pés, em meus saltos pretos, meu vestido é longo e bem fechado na pare superior, não sobra muito para se ver, pois, além de me precaver de olhares masculinos, tem as marcas que se exposta, posso ganhar mais algumas para acompanhar
ele me guiava para a mesa, com alguns casais, dois casais conheço, os homens trabalham junto no escritório com Luiz, cumprimento a todos, com um menear de cabeça e uma sombra de um sorriso.
E ele puxa a cadeira para que eu me sente, um perfeito cavalheiro
— Como consegue manter esse corpo mesmo após ter tido filho?
uma das companheiras de um homem indaga, eu finjo um sorriso
e não respondo, falo apenas o necessário, evito beber muito líquido, para não ir ao banheiro, mas dessa vez, eu realmente preciso
— Com licença
me levanto e caminho até o banheiro, entrei em uma cabine e me aliviei saí, lavei minhas mãos e saí em direção a mesa.
— Linda, você trabalha?
Amina, esposa de Ricardo, que trabalha com Luiz, me perguntou. Já havia visto ela em outras ocasiões.
— Não, o trabalho dela é ser mãe, e isso, ela faz muito bem, além de cuidar de mim
Luiz não me dá a chance de responder, como sempre
— Eu fiz faculdade de pedagogia, mas não cheguei a exercer a profissão. Nada além dos estágios.
completo, ela sorriu, e encarou Luiz
— Luiz, você é um homem de sorte!
Assim que o jantar terminou, Luiz e eu fomos para o carro, num silêncio nada confortável, a meu ver, tudo havia ocorrido bem, o que será que fiz de errado?
Chegamos em casa, fui direto para o quarto, tirei meu vestido e coloquei a camisola, tirei toda a camada grossa de maquiagem, e me deitei.
Luiz permaneceu na sala com seu copo de whisky, como fazia todas as noites
Me levantei pela manhã, num silêncio nada comum, estou só, Bia e Luiz não estão, procurei por toda a casa. Onde será que estão? Num sábado de manhã, é raro isso acontecer, me sentei no sofá a espera deles, mas as horas foram passando e nada, resolvi ligar.
Preocupada, Bia com ele sozinho.
o telefone tocou até cair a primeira vez, mas ele atendeu na segunda
— Querido, onde estão? Preparei o almoço, Bia deve estar com fome
Ouvi risadas e barulho de água
— Não vou agora para casa, nem me espere, Bia está com minha mãe, depois ela deixa ela em casa
ele desligou o telefone antes que eu possa dizer mais alguma coisa, me deixando aliviada por Bia estar com a avó.
E não demorou muito para que Ellen levasse Bia, a mulher cheia de olheiras, magra e triste, como não percebi isso antes, agora estou me tornando ela, minha filha está triste, e apática também.
Essa vida que eu levo tem mexido muito com ela, antes eu até conseguia deixá-la de fora, mas tudo tem piorado demais, não vou conseguir por mais tempo.
— Ellen, não vá embora, preciso conversar com você
ela se assustou e olhava em volta, como se procurasse algo
— Ele não está, e vai demorar, não se preocupe
ela se sentia envergonhada, via isso em seus olhos, mas depois que conheci meu finado sogro eu entendo meu marido e o medo dela
— Eu vou pedir o divórcio, e preciso de sua ajuda
ela se sentou no sofá, e me encarou assustada
— Não, não pode fazer isso, ele vai te machucar de novo!
me sentei ao seu lado, ela segurando minha mão
— Eu não posso viver assim, Bia não pode viver com o pai, eu vou prestar queixa e pedir o divórcio, você ama sua neta?
ela assentiu vigorosamente, e colocou suas mãos sobre a boca
— Então me ajude, eu vou sair de casa na segunda-feira, quando ele for trabalhar depois do almoço
ela se levantou e inspirou profundamente
— Tudo bem, eu venho te buscar, e te levo até a delegacia
eu a abracei, e apertei, sinto ser minha última chance, nas mãos dele eu vou morrer, não posso deixar Bia nas mãos dele
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Atualizado até capítulo 51
Comments
Dulce Gama
será que a sogra não vai dedurar a Nora pro Carrasco a homem nojento 👍👍👍👍👍🌹🌹🌹🌹🌹❤️❤️❤️❤️❤️
2025-02-09
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