Abri a porta do quarto da minha mãe, de leve, e entrei, vendo o lugar
em total penumbra, exceto pela luz do banheiro acesa, que ela sempre deixava.
Andando até a cama dela, estiquei o pescoço, tentando vislumbrar seu rosto
virado para as janelas.
O cabelo loiro estava esparramado sobre o travesseiro, e estendi a mão
para afastar uma mecha de seu rosto.
O movimento de seu peito, subindo e descendo, mostrava claramente
que ela estava adormecida. Um olhar para sua mesinha e vi meia-dúzia de
frascos de comprimidos, me perguntando qual deles e quantos ela havia ingerido.
Olhei de volta para ela, com o cenho franzido.
Médicos, reabilitação domiciliar, terapia... Por anos, desde a morte do
meu pai, nada funcionou. Minha mãe queria se autodestruir em um processo de
luto e depressão.
Ainda bem que tivemos a ajuda dos Crist, e era por isso que eu tinha
meu próprio quarto na casa deles. Não somente o Sr. Crist, sendo o administrador do fundo fiduciário de todos os bens do meu pai, até que eu me
formasse na universidade, mas também a Sra. Crist, que agiu como uma espécie
de segunda mãe para mim.
Eu era muito grata por todo o cuidado e ajuda deles por anos...
mas
agora...
estava pronta para assumir tudo.
Estava pronta para cuidar da minha
própria vida, sem a ajuda dos outros.
Comments
Anonymous
Ele é uma delícia 🤒
2025-03-27
3
Lourival Reis Vilar
adadorei /Kiss/
2025-03-10
2
REIN
Mal posso esperar pelo próximo!
2025-02-06
2