Estamos namorando !

Eu nunca fui uma mulher apegada a homem nenhum, na verdade eu não lembro de ter me apaixonado de verdade alguma vez na vida. Mas o Joshua é diferente em tudo, eu nunca consegui abrir meu coração para um homem, e passar a noite ao lado dele foi diferente e especial,eu não queria que ele fosse embora, gostaria que ficasse comigo aqui para sempre.

Será possível se apaixonar em tão pouco tempo? Se é loucura eu não sei, só sei que eu estou me apaixonando por ele e isso me dá medo, porque eu não sei se realmente é paixão ou apenas uma forma do meu coração ser acalentado depois de tudo o que eu passei.

O fato é que eu me sinto bem ao lado dele e com cada vez menos vontade de voltar para Nova York enquanto eu arrumava a casa, eu pensava se não deveria deixar tudo isso para lá e ficar aqui de vez,vivendo em paz longe de toda aquela loucura, mas não... eu não posso deixar que os meus algozes continuem a rir em cima da minha humilhação!

Eu posso até voltar para cá ,mas antes eu tenho que fazer o que eu devo fazer. A Agatha que está aqui é muito diferente da Agatha de Nova York, não sei se Josh gostaria tanto de mim se me conhecesse no meu mundo. Recebo uma mensagem da Sandra.

📨Quando você volta?

📨Em alguns dias..

📨E o que você está fazendo no meio do nada? Só pensando mesmo?

📨Digamos que eu encontrei um motivo a mais para ficar...

Na parte da tarde, eu visto uma calça jeans, camiseta e coloco as minhas botas baixas ,já que eu vou parar numa fazenda. Entro no carro e sigo em direção à zona rural da cidade, seguindo pelo endereço que o Joshua me deu.

A propriedade é de um tamanho considerável ,observei os campos de cevada, milho e outros grãos,um enorme celeiro vermelho que estava meio caidinho e mais ao fundo, uma casa de madeira aonde deveria ser a sede.

O meu carro vai se aproximando e posso ver Joshua em cima de uma máquina colhedora. No mesmo no momento, pelo retrovisor, o vejo descer quando reconhece o meu automóvel. Ele vem correndo até a porteira, com um enorme sorriso para mim e abre para eu entrar.

—Pode estacionar ali do lado do meu carro.

De dentro da casa, sai uma velhinha simpática e nos observa.

Eu desço do carro ,Josh abre a porta e ficamos de frente um ao outro, não sabemos direito como nós cumprimentar ,se beijamos o rosto,se estendemos as mãos...ficamos enrolados e escutamos a senhora falar.

—Beijem logo! Se for por imagem causa não fiquem tímidos!

—Vovó...vai deixar a Agatha sem graça!

Eu dou um risada e beijo a bochecha do Josh.

—Desculpe,ela está empolgada com a sua presença na cidade,não sei o que deu nela. Vamos entrar!

Ele me conduz apoiando as minas costas.

—Vó ,essa é a Agatha! - ele se vira pra mim - Essa é a minha rainha, a vovó Mary!

—Muito prazer! - a estendo as mãos e ela me puxa em um abraço

—Ah !Como você parece com a Maya! O mesmo rosto, os mesmos olhos verdes tão brilhantes...sua mãe era uma mulher muito boa! O coração não cabia no peito de tão enorme!

Nunca ouvi ninguém falando da minha mãe assim, a tia Miranda pouco conviveu com ela e sempre diz que ela era boba demais e sem ambição. Talvez por isso ela se empenhou em me educar de modo diferente quando fiquei sob a sua guarda,porém,a minha essencia ainda se esconde. É por isso que gosto de vir para o Missouri, quando me sinto perdida, aqui me encontro.

Sentamos na sala de estar, que é bem rústica, típica de fazenda.O cheiro de couro, terra e naftalina dominam o ambiente, as vezes coço o nariz e dou uns espirros.

—Está tudo bem? - pergunta Josh

—É só alergia,não se preocupe.

Vovó Mary nos serve um chá gelado,com geleia,torradas e biscoitinhos,tudo feito por ela.

—A sua mãe mantinha um associação para ajudar as famílias da zona rural. Ela mesma ensinava os pessoal daqui a ler e escrever, ajudou as mulheres a encontrar outros modos de ganhar dinheiro sem ficar dependente dos maridos. Contava com a ajuda de outras pessoas, eu mesma dava aulas de culinária no espaço aonde esses encontros aconteciam. Qualquer um que saiba fazer geleia por essas bandas ,pode ter certeza que aprendeu comigo!

Joshua e eu damos uma risada.

—E essa associação ainda existe? - pergunto

—Durou só uns dois meses após a morte dos seus pais...a Maya era a alma de tudo aqui,mataram a alma...o corpo perece.

—Mataram?!

—É modo de dizer. - ela desconversa - E ocês dois? Tão de namorico?

Nos olhamos sem graça um para o outro.

—Estamos nos descobrindo bons amigos - digo fazendo os olhos de Josh me encararem

—Somente bons amigos,vó...

—Tá bom! Já que vocês estão se enganando e querem me enganar, vou fingir que acredito!

Após o chá,nós dois saímos pela pela propriedade, ele me mostra cada parte, visitamos o celeiro, os pomares,o curral e por fim os campos de cevada.

—A colheita está no fim,daqui a pouco vem o inverno e eu tenho que começar a pensar em outras produções para fazenda não parar.

— O que vocês produzem durante o inverno?

— Geralmente eu me volto mais para os animais e comercializo o estoque de grãos que sobrou do verão.

—Entendi...tá ficando tarde, melhor ir para não pegar estrada à noite, alguns trechos ainda estão sem luz .

—Fica aqui comigo!

—Eu acho melhor não, a sua avó...

—Por minha avó ela casava nós dois agora mesmo, você não percebeu?

Começamos a gargalhar

—É verdade, eu acho que ela gostou de mim !

—Gostou mesmo, e quando ela gosta de alguém, ela carrega no colo!

Ele me puxa pela cintura ,colando meu corpo ao seu.

—Dorme aqui - ele me beija o pescoço - Para eu sentir seu cheiro que é bom por demais,a noite toda!

Penso na minha rinite, mas a minha vontade de ficar com o Josh é maior do que o cheiro de naftalina.

—Tá bom,eu fico!

Ele coloca meus cabelos atrás da orelha, acaricia meu rosto, que pega fogo com seu toque, e me beija profundamente.A sua língua entra fundo buscando saciar-se de mim, sinto sua ereção no meu ventre e me esfrego mais. Ao final, ele ainda morde meu lábio inferior.

—Eu adoro beijar a sua boca,tão grande e macia!

—E a minha boca adora ser beijada pela sua!

Voltamos de mãos dadas para a casa aonde a vovó já nos esperava.

......................

Quando a Agatha disse que éramos apenas amigos, aquilo me incomodou. Amigos não fazem o que nós fazemos! Mas eu confesso que estou empolgado demais, mais até que poderia imaginar. Achei que fosse ficar mais na defensiva depois de tudo o que me aconteceu,mas eu estou completamente rendido à ela!

No meio da noite, há uma nova falta de energia.Agatha estava no quarto de hóspedes, já que a vovó havia arrumado para ela, de repente,a porta do meu quarto se abre e é iluminado por um candeeiro. Era ela...usando uma camisola da minha avó, eu dou uma gargalhada.

—Para de rir!

—Você está hilária! Está usando um calçolão também?

—Não,estou sem calcinha...

—Hum...já melhorou!

Eu abro os braços e ela vem em minha direção, coloca o candeeiro de lado e se inclina para me beijar.

—Ah...para ! Eu não consigo de te beijar usando a camisola da minha avó!

—Não seja por isso!

Ela tira a roupa e fica completamente nua, o seu corpo à meia luz era mais belo ainda,eu só a contemplo em silêncio.

—Vai ficar aí parado?

—Agatha,eu estou apaixonado pro você!

Ela parece se assustar,mas depois me dá um sorriso doce.

—Eu também estou apaixonada por você,Josh!

Eu a tomo nos braços, beijo todo o seu corpo,a viro para baixo de mim,entro com suavidade,entrelaço as minhas mãos nas dela, as estocadas começam a ficar aceleradas, a minha cama é barulhenta e bate na parede,sufocamos nossos gemidos através do beijo até que o nosso auge vem e eu ejaculo fora, cobrindo a sua barriga com meu líquido esbranquiçado.

No dia seguinte, desperto abraçado a ela de conchinha.A sensação que me dá é que Agatha já é a minha mulher, eu a abraço forte...não posso mais ficar sem ela,eu não vou deixá-la partir,eu farei de tudo para que ela fique, a ajudarei a se reerguer a se vingar...desde que fique aqui comigo....pra sempre!

Ela despertar suavemente e nos beijamos, fazemos amor mais uma vez, com o corpo naquela preguiça matinal.

Após nos arrumar, vamos até a cozinha que estava com a mesa posta e com mais guloseimas do que o normal.

—Pra que tudo isso, vó?!

—Vocês precisam repor as energias,depois dessa noite quente, né?

Agatha e eu nos olhamos e ficamos roxos.

—Ah...não fiquem assim! Eu já fui jovem, já fiz muita cama bater na parede com seu falecido avô, Josh! - ela suspira e Agatha não resiste dando uma risada sonora.

—Por Deus ,vovó! Não se fala isso para um neto!

Ela torce a cara e dá de ombros. Logo depois,quando Agatha estava saindo,Adam chega.

—Quem é aquele, Josh?

—É meu melhor amigo, meu irmão, Adam!

Ele sai da caminhote e olha intrigado para nós dois.

—Dia!

—Bom dia! - ela responde

—Adam,essa é a Agatha

—Ah...a moça do chalé! Muito prazer!

—O prazer é todo meu!

—Me desculpa perguntar,mas...ocês dois...

Eu iria responder,ela se adianta.