Talvez

Que loucura maravilhosa,que f*da maravilhosa!

Joshua me levou ao céu dos prazeres e agora estou aqui, deitada em seu peito, sendo acariciada por suas mãos fortes e calejadas.

—Acho que a sopa esfriou...

—Eu gostaria de lhe acompanhar na refeição, mas ficou tarde demais a minha avó esta sozinha,depois dessa chuva...

Me sinto frustrada,mas eu entendo. Logo depois o telefone dele toca, ele se levanta para atender completamente nu e pude contemplá-lo mais uma vez. Joshua tem um corpo escultural, a bunda redonda e firme, as costas definidas e largas,as coxas são torneadas e cobertas com um pouco de pelos tão claros quanto os seus cabelos.

📲Alô vó! Tá tudo bem com a senhora? É o quê ? Que droga...não ,eu ainda estou aqui no chalé... está tudo bem sim.Certo...eu vou tentar voltar para casa... não tem como? Mas a senhora está bem mesmo ?Tudo bem, amanhã cedo antes do sol raiar já estarei aí ,não se preocupe, me ligue a hora que for ou para o Adam. Eu amo a senhora!

— Aconteceu alguma coisa com a sua avó?

— Não, é que parte da cidade ficou sem luz e da zona rural também. Mas a nossa fazenda tá com luz, ela está bem, disse que já vai se deitar. Mas não tem como voltar para casa, caiu uma árvore que liga o campo a cidade,então... vou ter que pernoitar aqui .Claro, se você permitir.

Eu levanto séria e o encaro, eu não sei que tipo de resposta ele já aguardava de mim.

— Eu acho que não será nenhum problema você dormir comigo essa noite.

Ele sorri ,puxa o meu rosto pelo queixo e me beija novamente ,e ali completamente nus, abraçando o corpo um do outro, voltamos para cama e recomeçamos tudo de novo.

Logo depois do ato, nós dois tomamos um banho juntos, descobri que Joshua gosta de falar sem parar. Ele fica tão à vontade na minha presença, que resolve vestir apenas a sua box enquanto eu coloquei novamente o meu vestido leve de verão. Ele me ajuda a colocar os pratos na mesa, e vai esquentar sopa enquanto eu corta os pães.

Nos sentamos para comer um de frente para o outro.

— Bom ,eu acho que nós dois já partilhamos de intimidade demais para apenas alguns dias que nos conhecemos ,acho que podemos falar mais sobre nossas vida - ele diz

— Acho que sim, começa você!

 — Não ,eu falo depois ,a forasteira aqui é você, eu quero te ouvir primeiro. - ele dá uma risada charmosa

— Bem,como você sabe, eu sou filha Oliver e Maya Sanderson,os perdi num acidente de carro quando tinha 12 anos e fui levada para ser criada por minha tia Miranda em Nova York .Como era uma mulher solteira sem filhos, sem marido, ela era acostumada com uma rotina sem uma criança, me enviou para o internato na Suíça aonde eu fui educada até concluir o ensino médio. Voltei para os Estados Unidos e fiz minha faculdade de design de moda, eu sou estilista

—Estilista?- ele levanta uma sobrancelha e deixa a outra abaixada, naquele típico trejeito de um cowboy interiorano

— Eu desenho e faço roupas ,bolsas...

— Ah ! Você é uma costureira a minha avó também costura nossas roupas.

Começo e rir.

—É quase isso, na verdade as roupas que eu faço elas são muito, muito ,muito caras! E eu não costuro ,embora eu saiba utilizar uma máquina de costura, eu cheguei no patamar que só desenho e os outros fazem por mim. Eu tinha uma empresa muito grande que estava sendo reconhecida internacionalmente. Há pouco tempo voltei de Paris, aonde meu nome entrou para o estrelato da moda.

—Mas isso não parece uma coisa boa ,você fala disso com tanta tristeza!

 Pela primeira vez eu vou falar com outra pessoa sobre o que aconteceu comigo.

— É que ainda me dói ,eu tinha um amigo, não ....aquilo era uma víbora que estava do meu lado! Durante todos esses anos, ele era meu sócio e acabou me passando para trás, jogou meu nome na lama inventou tantas mentiras e roubou tudo que eu tinha, eu não tenho mais nada Josh! Nem a minha reputação e o meu bom nome... me tiraram tudo que eu tinha!

As lágrimas começam a correr no meu rosto, ele desliza a mão para recolhê-las.

— Essas lágrimas não são de tristeza e sim de ódio, é por isso que eu vim para cá ,eu precisava me encontrar ,buscar força para lutar pelo que é meu de direito, eu não vou ficar parada chorando num canto e sendo humilhada! Eu vou recuperar os meus bens, fazer justiça com as minhas próprias mãos! - ele se assusta com a minha última frase - Calma! não penso em matar ninguém, mas quando digo, fazer justiça com as minhas próprias mãos ,é porque eu me senti desamparada até mesmo pelas leis.

—Entendi...

—Mas me fale sobre você - digo acabando de secar as lágrimas dos meus olhos - como é a sua vida aqui? É um fazendeiro e um caminhoneiro,é um faz tudo na sua própria propriedade.

—Acabei tendo que ser ,como já te falei ,não tenho pai nem mãe, mas eu tenho a minha avó que é tudo para mim. Também tenho um irmão mais velho que eu não vejo há muitos anos. Ele nem dá sinal de vida ,nem quando a nossa mãe morreu ele apareceu e olha que eu enviei uma carta para o último endereço que ele tinha nos dado, não sei se ele está vivo. Eu cuido da nossa fazenda praticamente sozinho, as coisas não estão boas, eu tive que mandar alguns funcionários embora ,fiquei só com dois, mas estava dando para sobreviver.

— Evocê virou caminhoneiro porque quer gosta de aventura?

—Não ,eu era noivo até alguns meses atrás ....

Essa informação me pegou desprevenida, me deu uma dorzinha do coração e uma pontinha de ciúme. Já estou tomando posse desse homem para mim !

—A família dela possuía uma fazenda do lado da minha,que também estava muito mal das pernas ,o pai dela que me viu crescer, me pediu para fazer empréstimo e como eu não tinha também ,acabei hipotecando a minha fazenda para pagar as dívidas dele.

—O quê?! Você é mais louco do que eu, Josh ! Como você empresta um dinheiro que nem você tinha ?!

—Pois é, mas eu confiei na palavra dele, porque quando eu me casasse com a Grace - Então esse é o nome da b*ndid* - Como nós seríamos uma única família, eu juntaria as duas fazendas e com o lucro delas eu conseguiria pagar a hipoteca e as faria prosperar .

Mas o olhar de Joshua também se perde, eu o vejo marejar, mas não era de tristeza. Também havia raiva.

— Ela me abandonou no altar, não entrou na cerimônia, saiu correndo vestida de noiva e entrou no carro de um forasteiro e foi-se embora . Ninguém sabe o paradeiro dela até hoje, nem os pais.

—Mas pelo menos devolveram o seu dinheiro!

Ele dá uma risada sarcástica.

—O pai dela vendeu a fazenda sumiu, e eu fiquei com a dívida, por isso que estou trabalhando como caminhoneiro para conseguir pagar a hipoteca e não perder minha fazenda.

Depois de conversarmos sobre os nossos problemas e de conhecer mais um pouco a dor um do outro, voltamos a comer em completo silêncio, pensando em nossas vidas.

Após comermos, ele me ajuda a retirar a mesa ,a lavar a louça e passamos o resto da noite conversando na sala sobre infância, casos engraçados das nossas vidas e depois nos deitamos. Quero dizer... nós deitamos para ter uma noite completamente intensa, tão intensa ,que não teve jeito ,ele voltou para o carro e buscou mais camisinhas.

......................

O dia nem amanheceu, pequenos raios de sol estão no horizonte, Agatha dormia completamente nua do meu lado, coberta apenas por um fino lençol que tampava parte do seu dorso. Eu olho seus longos cabelos derramados sobre o travesseiro, e penso aonde nós dois iremos parar!

Eu não estava pronto para isso, para amar de novo,.mas que se f*d@, eu quero tentar e se ela me quiser, eu faria a mulher mais feliz desse mundo!

Temos uma história de vida completamente diferente, mas que se cruzam em algumas partes, como a orfandade de pais e a dor de termos sido enganados e usurpados . Talvez esse seja essa dor que irá nos unir em busca de algo muito maior.

Me levanto bem devagar para não acordá-la, faço a minha higiene no banheiro e começo a me vestir, quando estou saindo do banheiro, ela já estava de pé usando uma camisola preta de renda,a vontade era de a empurrar de volta para o quarto e fazer o que nós fizemos a noite toda, mais uma vez...

—Já vai tão cedo?

— Eu tenho muitas coisas para resolver na fazenda ,e eu me preocupo com a minha avó, não tem jeito!

— É claro, talvez eu possa fazer uma visita a ela essa tarde e agradecer pelos pães que ela me enviou.

— Ela vai gostar, eu vou te dar meu telefone e o endereço da fazenda.

Trocamos contato e mais um beijo quente e molhado, por mim, eu ficava aqui o dia inteiro,mas a realidade que me aguarda é outra.

Entro no meu carro e vou para a fazenda,olha pelo retrovisor e reparo o meu rosto, percebo que eu estou sorrindo feito um bobo à toa ,só por lembrar da noite que eu tive.

A estrada já estava liberada,chego em casa,a vovó Mary já estava na varanda com aquele olhar tenso.

—Como você está meu filho?

—Eu estou bem e a senhora? Ficou tudo certo por aqui? Não teve nada?

— Não, fiquei ótima e você parece que ficou ótimo ,também ,tá com uma cara boa ,né?!

— Eu tive uma noite agradável

— É...tô percebendo!

Ela dá um sorrisinho sarcástico e bate no meu ombro me conduzindo até a cozinha aonde me serve o café .Sem perder tempo, volto para minha lida.

—Agatha vem aqui essa tarde para agradecer a senhora pelos pães.

— Ah! Eu vou adorar a receber aqui, já sei até que vou preparar aquela geleia de amora com mirtilo, os biscoitos e aquelas torradas feitas com pão de cevada que ficaram maravilhosas !

Ela me dá um sorriso e beijo a testa dela,tomara que dê tudo certo. Mas a minha felicidade é interrompida por um pensamento... e se a Agatha voltar para Nova York, o que será de nós dois?

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