O silêncio entre Isabella e Enzo era denso, carregado de tensão.
Morar com ele? Essa não era uma opção viável. Mas a sombra do perigo que Salvatore representava era real demais para ignorar.
Ela cruzou os braços, forçando-se a parecer mais firme do que sentia.
— Você acha mesmo que me esconder na sua casa vai resolver alguma coisa?
Enzo deu um passo à frente, a presença dominante.
— Eu não me escondo, Isabella. E enquanto estiver comigo, você também não precisará.
As palavras dele eram um aviso e uma promessa ao mesmo tempo. O problema era que Isabella não sabia se queria depender de Enzo Moretti.
Antes que pudesse protestar novamente, o interfone tocou. O som ecoou pelo apartamento, fazendo sua respiração acelerar.
Enzo estreitou os olhos.
— Atenda.
Ela pegou o telefone com as mãos trêmulas.
— Senhora Ferraz, um homem chamado Salvatore DeLuca está aqui.
Seu sangue gelou.
Enzo pegou o telefone de sua mão e levou ao ouvido. Sua voz saiu baixa, perigosa.
— Diga que se ele não sair em cinco segundos, iram atira.
— Senhor…
— Cinco.
O silêncio do outro lado da linha foi sufocante.
— Quatro.
Isabella sentiu a tensão crescendo no ar.
— Três.
O porteiro pigarreou.
— Ele já está indo, senhor Moretti.
A linha ficou muda. Isabella sentiu um arrepio percorrer sua espinha ao encarar Enzo.
— Você ia mandar matar um homem aqui, no meu prédio?
Ele a observou, a expressão impassível.
— Você ainda não entendeu, não é? Esse não é um jogo. Salvatore só para quando alguém o força a parar.
Isabella respirou fundo, tentando conter o caos em sua mente.
— Então eu realmente não tenho escolha.
O olhar de Enzo suavizou por um breve momento.
— Não se trata de escolha, Isabella. Trata-se de sobrevivência.
Ela sabia que ele estava certo.
— Quando partimos? — sua voz saiu mais firme do que se sentia por dentro.
— Agora.
No Covil do Lobo
A mansão Moretti se erguia como uma fortaleza de pedra e vidro. Cercada por muros altos e homens armados, exalava poder e controle absoluto.
Isabella desceu do carro, observando os detalhes. Enzo não brincava quando se tratava de segurança.
— Impressionada? — a voz dele veio ao seu lado.
Ela lançou um olhar rápido.
— Eu chamaria de paranoia.
Ele sorriu de lado.
— Eu chamo de precaução.
Sem esperar resposta, ele caminhou para dentro, e Isabella o seguiu.
O interior da casa refletia a personalidade de Enzo: sofisticado, minimalista e intimidador. Tudo em tons escuros, móveis de design moderno e um aroma amadeirado no ar.
— Vou te mostrar seu quarto — ele anunciou, subindo as escadas.
Isabella o seguiu, ainda tentando processar o que significava estar ali.
— Não vai me trancar nele, vai?
Ele parou no meio do caminho, inclinando levemente a cabeça.
— Isso depende do quanto pretende me desafiar.
O coração dela disparou.
O quarto que ele indicou era grande, com uma vista para o jardim dos fundos.
— Se precisar de algo, me avise. Meus homens estão sempre por perto.
— Que conforto — Isabella ironizou.
Enzo ignorou o sarcasmo e a encarou por um longo momento antes de dar um último aviso:
— Não tente fugir.
Ela ergueu o queixo.
— Eu não sou uma prisioneira.
— Não. Mas se tentar sair, Salvatore vai te encontrar e desejará ser!
O significado oculto das palavras dele fez um arrepio percorrer sua espinha.
E pela primeira vez, Isabella entendeu o real perigo em que estava.
Desejo Proibido
A noite caiu sobre a mansão, mas Isabella não conseguia dormir. Cada som no corredor a deixava alerta.
Depois de muito rolar na cama, decidiu buscar um copo d’água.
Descendo até a cozinha, encontrou o ambiente iluminado apenas pela luz fraca da geladeira. Pegou uma garrafa e bebeu direto do gargalo.
— Gosta de vagar pela casa à noite? E não sabe que é falta de educação bebe no gargalovpara isso se tem copo, provocou.
A voz rouca e carregada de ironia a fez engasgar.
Virando-se rapidamente, Isabella encontrou Enzo Moretti, sem camisa, encostado casualmente na bancada com um copo de uísque na mão.
Ela não queria notar. Não queria reparar nos músculos esculpidos, na cicatriz discreta no peitoral, na forma como seus olhos escuros analisavam cada movimento dela.
Mas foi impossível ignorar.
— Preciso de permissão para beber água?
— e desculpe me, não acontecerá novamente. tentou desviar o foco.
Ele ergueu um canto dos lábios, levando o uísque à boca.
— Não. Mas precisa entender que, nesta casa, eu vejo tudo.
O aviso estava ali, nas entrelinhas.
Ela desviou o olhar e colocou a garrafa de volta.
— Vou voltar para o meu quarto.
Quando tentou passar por ele, sentiu sua mão envolver seu pulso.
O toque foi quente, firme, enviando uma descarga elétrica pelo corpo dela.
— Uma coisa — ele murmurou, puxando-a ligeiramente para perto.
Isabella prendeu a respiração. Ele estava muito perto.
Seu perfume amadeirado a envolvia, e seu olhar parecia ler cada um de seus pensamentos proibidos.
— Boa noite, Isabella — ele disse, soltando-a lentamente.
Ela saiu dali sem olhar para trás, mas seu coração batia desenfreado.
Porque, pela primeira vez, percebeu que o verdadeiro perigo não era Salvatore.
O verdadeiro perigo…
Era Enzo Moretti.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 59
Comments
Carla Santos
Não perigo com Enzo Moretti e sim o perigo está no pensamento de ambos kkkkkkk
2025-02-06
0