O coração de Isabella ainda batia acelerado enquanto ela absorvia as palavras de Enzo.
— Sua proteção? — repetiu, cruzando os braços. — Eu não pedi isso.
Ele soltou um suspiro, como se já esperasse essa reação.
— Não é uma questão de escolha. Você se meteu onde não devia, e agora Salvatore sabe quem você é. Ele não perdoa quem atrapalha seus negócios.
— Eu não atrapalhei nada! — Isabella rebateu, indignada. — Eu só estava no lugar errado na hora errada.
Enzo deu um passo à frente, sua presença esmagadora.
— E, ainda assim, você se tornou um alvo.
Ela engoliu em seco. O ar entre eles estava carregado de tensão, mas não apenas por causa do perigo. O olhar de Enzo parecia estudá-la, analisá-la com um interesse que ia além do necessário.
— Eu posso cuidar de mim mesma — ela murmurou, tentando soar firme.
Ele soltou um riso baixo, sem humor.
— Duvido.
Isabella sentiu o sangue ferver.
— Você pode ser um homem poderoso, senhor Moretti, mas isso não significa que pode simplesmente decidir o que acontece na minha vida.
— Acredite, Isabella… — Enzo inclinou-se ligeiramente para mais perto, sua voz baixa e letal. — Você prefere estar sob minha proteção a descobrir do que Salvatore é capaz.
Ela sustentou seu olhar, recusando-se a recuar. Mas, por dentro, sentia-se vulnerável. Algo em Enzo a deixava inquieta — não apenas sua presença dominadora, mas o modo como ele parecia enxergá-la além da fachada que todos viam.
— E o que exatamente significa essa "proteção"? — perguntou, cruzando os braços.
— Significa que, a partir de agora, meus homens vão vigiar você. Significa que, se Salvatore tentar se aproximar, ele terá que lidar comigo.
A forma como ele disse aquelas palavras fez um arrepio percorrer sua espinha.
— Isso soa como uma prisão — murmurou.
— Chame como quiser. É a única forma de mantê-la viva.
Os olhos de Isabella se estreitaram.
— E o que você ganha com isso?
Enzo ficou em silêncio por um instante, como se ponderasse a resposta. Então, um meio sorriso surgiu em seus lábios.
— Eu ainda não decidi.
Ela sentiu o estômago revirar. O aviso estava claro: não havia escapatória.
Entre a Razão e o Perigo
A noite avançou sem que Isabella conseguisse relaxar. Mesmo depois de Enzo ter se afastado, sua presença permanecia como uma sombra ao redor dela.
Ao fim do evento, quando pegou um carro para casa, notou algo estranho: um SUV preto seguia seu veículo a uma distância discreta. Seu coração acelerou.
Seriam homens de Salvatore?
Pegou o celular para ligar para Sofia, mas, antes que pudesse discar, a tela acendeu com um número desconhecido. Hesitante, atendeu.
— Diga-me que chegou bem — a voz rouca de Enzo preencheu a linha.
Ela fechou os olhos por um instante, sentindo a frustração crescer.
— Você está me vigiando?
— Eu estou garantindo que não matem você esta noite. Diga-me onde está.
— No carro. Indo para casa. Sozinha — enfatizou a última palavra.
— Não está sozinha. Meus homens estão te seguindo.
Ela sentiu um misto de alívio e irritação.
— Isso não faz de mim sua prisioneira, Moretti.
— Isso faz de você alguém que ainda está respirando. E eu pretendo manter assim.
A ligação caiu antes que ela pudesse responder.
Com um suspiro frustrado, Isabella encostou a cabeça no banco.
O que, diabos, havia acabado de acontecer com sua vida?
A Primeira Noite Sob Proteção
Ao chegar ao seu apartamento, Isabella não se surpreendeu ao notar um carro parado do outro lado da rua. Dois homens de terno estavam ali, discretos, mas atentos.
O toque do interfone a fez pular.
— Isabella? — A voz de Sofia soou do outro lado.
Ela correu para abrir. Sua melhor amiga entrou, analisando-a de cima a baixo.
— Que cara é essa?
— Você não vai acreditar no que aconteceu esta noite — Isabella soltou, jogando-se no sofá.
Em poucos minutos, despejou tudo sobre Enzo Moretti, Salvatore DeLuca e o perigo em que se metera. Quando terminou, Sofia estava boquiaberta.
— Você está brincando, certo? Enzo Moretti? O mafioso?
— O próprio. E, aparentemente, agora ele acha que sou responsabilidade dele.
Sofia passou a mão pelos cabelos.
— Isabella, isso é perigoso! Você precisa sair dessa.
— Acredite, eu também queria. Mas Moretti foi bem claro. Salvatore não é o tipo de homem que esquece.
Sofia mordeu o lábio, pensativa.
— E o que você vai fazer?
— Nada. Vou continuar minha vida. Seguir com os trabalhos, fingir que isso não me afeta.
Sofia a olhou com descrença.
— Você realmente acha que pode fingir que um homem como Enzo Moretti não afeta você?
Isabella abriu a boca para responder, mas nada saiu. Porque, no fundo, sabia a verdade.
Ela já estava sendo afetada.
E isso era ainda mais perigoso do que a própria máfia.
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Atualizado até capítulo 59
Comments
Carla Santos
Enzo queria juntar a útil ao agradável mas Dlucca não ia deixar ela impune por ela ter ouvido a conversa deles
2025-02-05
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