Linhas que não Deveriam ser Cruzadas

O sol da manhã atravessava as cortinas do apartamento de Isabella quando seu celular vibrou na mesa de cabeceira. Ainda sonolenta, ela estendeu a mão, pegou o aparelho e olhou a tela.

Número desconhecido.

Seu corpo enrijeceu. Não era Enzo—ele já tinha deixado claro que não ligaria duas vezes. Com o coração acelerado, atendeu.

— Isabella Ferraz. — A voz masculina do outro lado era fria, carregada de ironia. — Um prazer finalmente conversar com você.

Ela congelou.

Salvatore.

— O que você quer? — perguntou, tentando soar firme.

— Apenas entender por que Moretti está tão… protetor. — O tom dele era quase divertido, como se estivesse se divertindo com a situação. — O que você fez para atrair a atenção dele?

— Nada — respondeu de imediato.

— Hum… estranho. Enzo não é do tipo que se preocupa com mulheres. A menos que elas sejam dele.

— Eu não sou dele.

— Então isso significa que você está disponível para negociar.

Isabella sentiu um arrepio percorrer sua espinha.

— Não tenho nada para negociar com você.

O riso baixo de Salvatore do outro lado da linha a deixou ainda mais desconfortável.

— Não agora. Mas, cedo ou tarde, você terá.

A ligação caiu. Isabella sentiu o estômago revirar.

Ela sabia que se envolver com Enzo Moretti era perigoso. Mas agora… não era mais uma questão de escolha.

O Aviso de Enzo

Menos de uma hora depois, Isabella ouviu batidas firmes na porta do apartamento. Seu coração disparou.

Ela não precisava abrir para saber quem era.

Com um suspiro pesado, destrancou a porta e deu de cara com Enzo Moretti.

Ele não disse nada de imediato, apenas a analisou com aqueles olhos escuros, atentos a cada detalhe. Vestia um terno preto impecável, exalando poder e controle absoluto.

— Ele ligou para você.

Não foi uma pergunta. Foi uma afirmação.

— Como você sabe?

— Porque Salvatore sempre faz isso. Ele gosta de testar limites.

Isabella cruzou os braços.

— Bom, então diga a ele que não há nada aqui para ele.

— Você acha que ele vai aceitar um "não" como resposta?

Ela não respondeu.

Enzo suspirou, entrando no apartamento sem pedir permissão. Isabella fechou a porta e virou-se, irritada com a forma como ele simplesmente assumia o controle.

— Eu já disse que não preciso da sua proteção.

Ele se aproximou, seu olhar sombrio.

— E eu já disse que você não tem escolha.

A tensão entre eles era quase sufocante. Isabella queria gritar, queria mandá-lo embora—mas, ao mesmo tempo, uma parte dela sentia-se perigosamente segura com ele por perto.

— O que eu faço agora? — perguntou, a voz mais baixa do que pretendia.

Enzo a encarou por um longo momento antes de responder.

— Você fica perto de mim.

O coração dela deu um salto.

— O quê?

— Se Salvatore acha que você é vulnerável, ele não vai parar até usar isso contra mim. Se você estiver sob minha proteção de forma definitiva, ele não terá chance.

Ela piscou, tentando processar aquilo.

— Você quer que eu… fique com você?

O olhar de Enzo permaneceu intenso.

— Quero que você venha para minha casa. Até que eu resolva isso.

O ar pareceu sumir dos pulmões de Isabella.

Morar com Enzo Moretti?

Se aquilo já era perigoso, agora se tornava ainda mais letal.

Mas, no fundo, ela sabia.

Recusar não era uma opção.

Ai pessoal vocês estão gostando da história?

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