4. As Regras do Jogo ( Rickelmy )

( Rickelmy )

A manhã começa como qualquer outra na Dantas Company: todo mundo correndo como se o mundo fosse acabar, porque é exatamente assim que eu os faço trabalhar. Não há lugar pra distrações ou erros. Se você quer espaço para sonhar, certamente não é aqui.

Estou na sala de reuniões, diante da equipe de comunicação, discutindo o anúncio da vaga de assistente executivo. Um emprego que, honestamente, considero uma dor de cabeça a menos para mim se preenchido por alguém competente.

Rickelmy: Esse texto tá horrível. Quem escreveu essa besteira? — Pego a folha que um dos redatores me entregou e jogo de volta pra mesa.

Os olhos deles se abaixam. Nenhum corajoso se manifesta. Ótimo.

Rickelmy: Só pra esclarecer, eu não estou pagando vocês pra serem amadores. Quero algo que mostre excelência, uma vaga que qualquer profissional mataria pra ocupar. Refaz isso agora e me entregue em duas horas.

Ana: Sim, senhor Dantas, claro — responde uma mulher na ponta da mesa, nervosa, com o rosto vermelho.

Dou um passo na direção dela, inclino-me ligeiramente e sorrio de lado. Não porque eu sou simpático, mas porque sei o efeito que isso causa.

Rickelmy: Espero que "agora" seja um tempo suficiente pra você, Ana. Eu odeio atrasos.

Ela engole em seco, apenas acenando, sem coragem de argumentar. Eu me viro e deixo o silêncio na sala ser tão ensurdecedor quanto possível antes de sair.

Horas depois, com a equipe resolvendo as coisas, vou para meu verdadeiro compromisso do dia. No 34º andar, onde ninguém ousa entrar sem autorização.

Minha sala pessoal tem uma porta discreta que dá para outro escritório menor, o que muitos acham que é apenas para reuniões. Não é. E agora estou aqui, aguardando Sofia, a diretora de operações da empresa.

Ela chega pontual, como sempre, carregando aquele ar de autoridade que faz metade dos homens aqui tremer de medo. Estou de pé junto à janela, observando a cidade, e nem preciso me virar pra saber que é ela.

Rickelmy: Sempre tão tensa, Sofia. Alguém te estressou hoje? — pergunto, ainda olhando a vista.

Sofia: Talvez seja o fato de eu administrar os problemas que você insiste em criar, Rickelmy — ela responde, impassível.

Sorrio. Ela sabe me provocar. É um dos motivos de eu mantê-la por perto.

Rickelmy: Sem isso, Sofia, a vida seria tão... entediante, não acha? — finalmente me viro e vejo que ela já largou a bolsa em uma cadeira e está cruzando os braços.

Por fora, ela é gelo puro. Por dentro, sei que não é assim. E essa tensão entre nós tem uma energia difícil de ignorar.

Ela suspira.

Sofia: O que foi tão urgente pra me chamar aqui no meio de tudo?

Dou dois passos em sua direção.

Rickelmy: Não sabe? Achei que era mais esperta.

Sofia ergue uma sobrancelha, e em vez de responder, sorri de um jeito que só ela sabe, o tipo de sorriso que faz qualquer homem com bom senso recuar. Eu, claro, avanço.

Sofia: Rickelmy, a gente tem regras, lembra? — Ela tenta manter o tom profissional, mas há algo em sua voz que sugere fraqueza.

Rickelmy: Eu faço as regras. Sempre.

E com essa última frase, me aproximo o suficiente para tocar sua cintura, deslizando minha mão com calma, como quem sabe exatamente o que está fazendo. Sofia não recua, mas também não cede de imediato. Esse é o jogo.

Quando nossos lábios finalmente se encontram, o toque é calculado, controlado, mas cada segundo está carregado de algo mais profundo. É sempre assim: uma mistura de desejo e controle, uma batalha silenciosa pra ver quem cede primeiro.

Quando nos afastamos, seus olhos mostram que ela tenta recuperar o controle. Como sempre, finjo não perceber.

Sofia: Você é insuportável, Rickelmy — ela sussurra.

Rickelmy: E você nunca resiste.

Ela ri baixo, mas a risada é breve, quase amarga.

Sofia: Um dia, isso vai acabar — ela diz, ajustando sua postura.

Dou de ombros.

Rickelmy: Talvez. Mas, até lá, por que não aproveitar?

Ela não responde, apenas pega sua bolsa e volta ao corredor, deixando-me sozinho, ainda saboreando o gosto desse pequeno jogo.

Se Sofia representa perigo? Com certeza. Mas o perigo é exatamente o que me faz querer mantê-la por perto.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***