Meu Chefe Cafajeste
Eu me chamo Elizabeth Miranda, tenho 28 anos e trabalho em um restaurante como "faz-tudo."
E estou atrasada. De novo.
Aperto o passo enquanto luto para equilibrar minha bolsa, meu café já morno e o celular, que insiste em vibrar como se estivesse possuído. Mensagens do meu amigo Filipe pipocam na tela. Algo sobre um cliente irritado no restaurante onde trabalho. Não tenho tempo para ler.
“Com licença! Desculpa!” – meu mantra enquanto vou esbarrando em desconhecidos apressados na plataforma de trem.
O relógio da estação avisa: 8:59. Meu trem chega às 9:00. Meu cérebro grita: Corre, Elizabeth!
Pego o celular para verificar o itinerário, mas... pluft! O café derrama no meu tênis. Ótimo. Mais uma coisa para arruinar meu dia. Enquanto tento limpar o desastre, ouço o apito do trem ao longe.
"Merda!"
Corro. Mesmo desajeitada, tiro forças sabe-se lá de onde para chegar na borda da plataforma antes que o trem vá embora. Mas é então que acontece: meu pé engancha em uma rachadura no chão.
Tudo vira uma espécie de câmera lenta estranha. Meu corpo inclina-se para a frente, o celular voa da minha mão e, de repente, sinto o abismo entre a borda da plataforma e os trilhos se aproximando.
O barulho do trem se aproxima, alto e cada vez mais desesperador. E eu prestes a cair nos trilhos. É o fim. Vou virar estatística de acidente ferroviário.
Por um segundo, minha única reação é fechar os olhos e pensar: Pelo menos morro antes de pagar as contas do mês.
E então, mãos firmes agarram minha cintura. Firmes, mas sem machucar. Sou puxada para trás com força, e meu corpo gira tão rápido que minha visão embaralha. Quando finalmente me estabilizo, percebo que estou colada contra o peito de alguém.
Voz misteriosa: Você tá bem? — pergunta uma voz grave.
Levanto o olhar e, bom, o cara parece saído de uma propaganda de perfume. Um rosto simétrico e barba por fazer. Ele está impecável, mesmo debaixo da luz fluorescente horrível da estação.
Eu sou obrigada a olhar pra ele duas vezes porque, né, quem parece assim salvando pessoas comuns na estação de trem?
Elizabeth: Eu... tô, acho.
Minha voz sai meio esganiçada.
Desconhecido: “Acho” não é uma resposta muito confiável.
Ele arqueia uma sobrancelha, e é aí que eu reparo que ele também tem esse jeitão de “sou o dono do lugar”.
Elizabeth: Olha, valeu por me salvar, mas não precisa bancar o herói perfeito, tá? A próxima vez que eu quase for atropelada, vou melhorar meu discurso.— resmungo, afastando-me dele. Já senti vergonha o suficiente por um dia, obrigada.
Ele faz uma coisa que eu detesto: sorri. Não um sorriso simpático, mas aquele meio torto que é ao mesmo tempo provocador e charmoso.
Desconhecido: Quem disse que eu sou herói? Na próxima, tenta olhar pra onde anda. Não vou estar por perto toda vez. — Ele responde com um tom seco.
Elizabeth: E quem disse que eu preciso de você? Eu tava controlando tudo. — Minha tentativa patética de soar confiante só o faz rir.
Sem responder, ele pega a minha mochila do chão, onde ela caiu no caos, e me entrega. O trem começa a sair, o ar frio deslocado pela máquina bate no meu rosto, mas eu não consigo desviar os olhos do estranho. Ele vira e começa a caminhar em direção da saída, como se nada tivesse acontecido.
Elizabeth: Ei! Você nem disse seu nome! — grito, mesmo sabendo que não faz sentido.
Ele apenas levanta a mão numa despedida casual, sem olhar para trás.
É isso. Agora, além de quase ser atropelada, fui ignorada por um modelo ambulante com problemas de atitude. Perfeito.
Quando finalmente subo no próximo trem e me sento, fico remoendo o que acabou de acontecer. Metade de mim quer esquecer e seguir com a vida. Mas a outra metade? Bom, essa insiste que tem algo nele, uma mistura de arrogância e mistério, que não sai da minha cabeça.
Mal sabia eu que aquele momento desastroso seria apenas o começo.
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Personagens:
Elizabeth:
Rickelmy:
Eduardo:
Filipe:
Gabriela:
Sofia:
Renata:
Mateus:
Ângela:
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Atualizado até capítulo 93
Comments
Vilma Teixeira Roquete
Começando em 01-02-25 bora pra mais uma aventura...
2025-02-02
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Lucelia Nascimento Dos Santos
comecei lê agora mas está sendo interessante o livro
2025-02-01
1
Reni Evaristo
tbm comecei agora já tô gostando
2025-02-01
1