...ROGER:...
No dia seguinte, acordo ainda de madrugada; o céu lá fora ainda escuro.
ROGER: —Luana, tô indo, tá?
LUANA: —Tá.
Dou um beijo rápido nela, visto minha camisa e botas e passo no quarto da Laura. Ela dorme tranquila, abraçada ao ursinho. Dou um beijo suave em sua testa e ajeito a coberta antes de sair.
Na cozinha, tomo um café bem apressado e pego a estrada rumo à fazenda. Ao chegar, vou direto para o curral. Pego a pá e começo a limpeza, enquanto o cheiro forte de terra molhada e esterco se mistura ao vento da manhã.
...HELENA:...
Acabei de chegar da cidade. Fui até a casa de ração comprar o que faltava e os rapazes já descarregam a caminhonete. Aproveito e sigo até o estábulo para ordenhar as vacas. Coloco a máquina de ordenha com cuidado, acariciando os animais enquanto trabalho.
SENHOR AFONSO: —Filha, tudo certo? Conseguiu comprar tudo?
HELENA: —Consegui sim, pai! Tudinho.
SENHOR AFONSO: —Então tá bom. Não precisa se cansar com a ordenha, deixa pros rapazes.
HELENA: —Deixa comigo, pai. Eu faço.
SENHOR AFONSO: —Tá certo… mas se precisar, chama eles.
HELENA: —Pode deixar.
Depois da ordenha, lavo cada equipamento, limpo o piso e deixo tudo em ordem. O leite é levado para o resfriador na sala de leite. Quando termino, escuto a voz do meu pai me chamando.
SENHOR AFONSO: —Filha, dá uma pausa. Vem almoçar, meu amor!
HELENA: —Já vou, pai!
Corro lavar as mãos e sigo para a cozinha. A fome aperta.
SENHOR AFONSO: —Filha, você precisa descansar. Tirou férias, mas continua se matando de trabalhar!
HELENA: —Ah, pai… mas isso não é trabalho. Eu amo fazer isso, você sabe.
SENHOR AFONSO: —Eu sei. Mas tire uns dias pra passear, sair um pouco.
HELENA: —Sozinha? Prefiro ficar aqui.
SENHOR AFONSO: —E a sua amiga?
HELENA: —A Lorena? Já avisei a ela que estou aqui. Tô morrendo de saudade!
SENHOR AFONSO: —Então combine com ela. Vai se divertir um pouco. Não quero que suas férias sejam só trabalho.
HELENA: —Sim, a gente já tá combinando de se ver. Talvez no próximo fim de semana.
SENHOR AFONSO: —Ótimo. Faz isso.
MAIS TARDE…
Um dos bois arrebenta a cerca e a boiada começa a escapar do pasto. Subo depressa em um cavalo e sigo com os vaqueiros para contê-los. A poeira sobe junto com a gritaria e o barulho dos cascos.
ROGER: —Caramba! Estão saindo todos!
HELENA: —Pois é! Ele já fez isso antes?
ROGER: —Já! Reforçamos a cerca, mas não foi o suficiente. Vamos ter que deixá-la ainda mais forte.
HELENA: —Então vamos levar todos de volta e arrumar logo.
Conseguimos conduzir o gado novamente para dentro. Enquanto os vaqueiros consertam o estrago, me aproximo.
HELENA: —Querem ajuda?
VAQUEIRO ALEXANDRE: —Não precisa, Helena. A gente dá conta. Vou até a cidade buscar material.
HELENA: —Deixa que eu vou, então!
VAQUEIRO ALEXANDRE: —Tem certeza?
HELENA: —Tenho. O que precisa comprar?
VAQUEIRO ALEXANDRE: —É melhor alguém ir junto. Roger, pode ir?
ROGER: —Posso sim.
HELENA: —Ótimo. Vamos antes que caia a chuva.
Pegamos a caminhonete da fazenda e seguimos até a cidade. Na volta, descarregamos os materiais e os rapazes começam a reforçar a cerca.
HELENA: —Se eu estiver mais atrapalhando do que ajudando, me avisem, hein!
VAQUEIRO LUIZ: —Que nada! Tá ajudando bastante. Onde aprendeu isso?
HELENA: —Não aprendi, só tô imitando vocês.
VAQUEIRO LUIZ: —Então cuidado com as mãos.
HELENA: —Pode deixar.
...ROGER:...
É incrível como Helena se envolve em tudo. Não há trabalho que ela não tente fazer. Agora mesmo, está lado a lado conosco reforçando a cerca, observando cada detalhe e repetindo nossos movimentos com determinação.
O céu escurece e logo as primeiras gotas caem.
VAQUEIRO ALEXANDRE: —Helena, deixa isso com a gente! Vai se molhar!
HELENA: —Não tem problema. Tá calor!
ROGER: —Só espero que o senhor Afonso não desconte do nosso salário… porque ela tá trabalhando mais do que todos nós juntos.
VAQUEIRO ALEXANDRE: —É verdade!
HELENA: —Exagerados!
VAQUEIRO LUIZ: —Você acostuma, Roger. Sempre que ela vem, é assim mesmo.
HELENA: —Vocês não gostam da minha ajuda, é isso?
VAQUEIRO LUIZ: —A gente adora! Menos trabalho pra nós.
HELENA: —Hum!
VAQUEIRO ALEXANDRE: —Acho que já deu uma boa reforçada. A chuva apertou. Quando parar, a gente continua.
VAQUEIRO LUIZ: —Vamos, Helena. Antes que acabe pegando um resfriado.
HELENA: — Ah, que nada.
Saímos do pasto apressados. Eu e os rapazes corremos pra trocar de roupa. Helena segue para dentro de casa, ainda rindo, mesmo encharcada pela chuva.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 86
Comments
Giseuda suassuna Lacerda
amando a Helena mulher de fibra, tomará quê ela se acerte com o ela vaqueiro charmoso 😜😂
2025-09-03
0
Márcia
Estou gostando da humildade da Helena 😁😁, isso é bacana
2025-09-16
0
Amélia Rabelo
Helena é rica e não tem frescura
2025-10-13
0