Me chamo Sofia Ribeiro, tenho 27 anos, sou formada em desing de moda, e atualmente sou dona de uma loja de roupas que administro no centro da cidade. Moro no Condomínio " Novo Amanhecer", onde participo de um clube de mulheres traídas.
Sofia:
E eu ainda posso me lembrar de cada segundo daquela manhã, cada detalhe, como se fosse um pesadelo repetido em minha mente todas as noites. Quando eu me olhei no espelho, a noiva deslumbrante com vestido branco e sorriso radiante, parecia que minha vida estava prestes a dar um grande passo. Eu estava prestes a viver o conto de fadas. "Este será o melhor dia da minha vida," eu dizia para mim mesma.
Mas o que eu não sabia era que, naquele exato momento, o pesadelo estava prestes a começar. A história que me fizeram acreditar estava prestes a ser desfeita, como um castelo de cartas que cai com um simples sopro de vento.
O casamento estava marcado para às 16h, a grande cerimônia com todos os detalhes que eu sempre sonhei. O salão estava impecável, meus amigos e familiares em seus melhores trajes. A felicidade estava no ar. Mas onde estava Felipe? Onde estava o homem com quem eu planejava passar o resto da minha vida? Ele deveria ter chegado horas antes, conforme combinado, para que nós passássemos aquele momento juntos antes de eu entrar na igreja.
Eu estava inquieta. A cada minuto que passava, a ansiedade aumentava, até que, finalmente, uma mensagem dele chegou:
"Sofia, não vai acontecer. Eu não posso me casar com você. Eu não te amo mais."
Era tudo o que meu coração não queria ouvir. Felipe me deixou naquele instante, me jogando em um abismo de vergonha e dor. Mas, como se não bastasse a humilhação da mensagem fria, ele apareceu depois na cerimônia, com uma desculpa esfarrapada, tentando justificar sua escolha na frente de todos. Um homem sem caráter, sem honra. Não bastava não me amar mais, ele fez questão de me destruir ali, bem na minha frente. Exibindo sua nova namorada, dizendo aos convidados que ele não mais queria estar preso ao meu lado.
"Eu não consigo entender... Como você fez isso comigo?" eu sussurrei, tremendo de ódio e tristeza, e o fitei nos olhos com toda a intensidade do meu sofrimento. Não sabia se devia gritar ou apenas me calar.
O vestido branco pesava um caminhão naquele momento. A dor transbordava. Mas, o pior de tudo, foi a certeza de que todos os meus amigos, as pessoas presentes ali, as famílias… tudo o que eles veriam seria uma mulher humilhada. Não apenas no amor, mas na frente de todos que eu conhecia.
Nos dias seguintes, fui alvo de fofocas, de piadas. Como alguém pode ser cruel o suficiente para fazer isso com outra pessoa, especialmente quando essa pessoa só teve amor a oferecer? Meus amigos queriam me consolar, mas se alguém falava comigo em público, outros se afastavam. "Pobre Sofia, você merece mais. Vai superar," me diziam. Mas como superar quando o mundo inteiro parece se virar contra você? Quando as pessoas, no fundo, te olham com piedade?
Foi nesse momento de desespero, depois de semanas tentando fingir que estava tudo bem, que um pequeno raio de luz entrou na minha vida: o Clube das Solteiras e Traídas.
Eu não estava sozinha. Nem a dor nem as humilhações seriam enfrentadas mais em silêncio.
Eu soube do clube através de um comentário casual da minha melhor amiga. Ela sabia o que tinha acontecido, mas ainda não compreendia totalmente a dimensão da minha dor. E, sem hesitar, ela disse: "Sofia, você precisa se juntar ao Clube das Solteiras e Traídas. Elas vão te entender."
Curiosa e, talvez, um pouco desesperada, decidi dar uma chance a esse clube secreto de mulheres. Mudei-me para o condomínio, e me reuni com aquele grupo de mulheres traídas, fui sem expectativas, mas fui muito bem recebida no clube. O que parecia uma brincadeira em um momento de desconforto logo se transformou em uma espécie de refúgio. Cada mulher ali tinha uma história para contar, e todas estavam ali, não para se lamentar, mas para dar risada de nossas desventuras amorosas. Não estávamos mais sozinhas. O clube não era apenas sobre as feridas que carregávamos, mas sobre como, juntas, podíamos nos curar.
No Clube, aprendi que a dor não define quem somos, que é possível rir das situações mais cruéis e transformar aquilo em algo bom. Eu me lembro do dia em que, na reunião, consegui rir com todas as meninas do desespero em que eu estava quando fui deixada no altar. Mas, mais importante que as risadas, foram os conselhos, os abraços, as noites em que conversávamos até altas horas sobre como reagir a um passado que não podia mais voltar.
Eu não sou mais a mesma mulher que um dia quase se afundou na dor por causa de alguém que não me merecia. O Clube não fez com que eu fosse mais forte apenas emocionalmente, mas também emocionalmente liberada de tudo o que um dia me fizera insegura. Eu voltei a me sentir livre, com a autossuficiência e confiança em si mesma.
E, se ele me deixou no altar, talvez tenha sido para que eu me encontrasse novamente. Porque agora sei que nunca mais vou aceitar nada menos do que o melhor. Afinal, nenhuma de nós precisa de alguém que nos faça sentir pequenas quando, no fundo, somos grandes e poderosas.
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Atualizado até capítulo 90
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