Marina?

Assim que Mía chega em casa, ela simplesmente deita em sua cama, dormindo a tarde toda, só acorda à noite com inúmeras mensagens e ligações.

Mía: Caramba, vou ser demitida.

Lexy: Vizinha. (Grita da sua varanda)

Mía: Lexy, sua maluca. (Corre até lá)

Lexy: Está melhor?

Mía: Minha cabeça está girando. Por que falou para ele que eu estava lá? Meu Deus, vou ser demitida.

Lexy: Vai nada, rs

Mía: Eu vou te matar.

Mark: Oi, meninas. (Grita lá de baixo)

Lexy: Oi, vizinho, rs

Mía: Oi, Mark.

Mark: Amanhã você vai, Mía?

Mía:  Não, vou dormir até mais tarde.

Mark: Então, tá bom, vizinha. (Fala entrando)

Lexy: É um gostoso, mas seu chefe é mais.

Mía: Se eu tiver um chefe ainda, né? E a Dr.ᵃ?

Lexy: Passou o dia de mau-humor, tratando todo mundo mal.

Mía: Sua louca rs

Lexy: Ela estava feliz, ia jantar na casa dele, ia ser apresentada como namorada.

Mía: É, serei demitida rs

…

No apartamento de Willian, as coisas estavam complicadas, pois, Eloá não queria de jeito nenhum receber visitas.

Willian: A casa não é sua, e você vai se comportar e tratá-la bem.

Eloá: Não vou.

Willian: Ah, vai. Se não eu te mando para um internado. Abusada.

Eloá: Você não faria isso.

Willian: É, não faria. Mas te deixo o resto da vida sem celular e sem doces.

Eloá: Que injustiça.

A campainha toca e Olga vai abrir a porta, pedindo aos céus para que a menina se comportasse.

Olga: Sem bem-vinda.

Rebeca: Olá, obrigada.

Ela entra com cautela no apartamento e encontra Willian e Eloá na sala sentados.

Willian: Oi… (Beija na bochecha dela)

Rebeca: Oi, querido.

Willian: Essa é a Eloá, minha filha.

Rebeca: Oi, princesa. Como você é linda.

Eloá: Feia. (Fala em chinês)

Willian a encara, entendendo perfeitamente e fechando logo a cara.

Rebeca: O que ela disse, querido?

Willian:  É só que ela está aprendendo uma nova língua e às vezes ela se empolga. Né, Eloá?

Eloá: É.

Rebeca: Você é muito linda.

Eloá: E você é, feia. (Fala em chinês)

Willian: Chega, Eloá. Vá agora para seu quarto.

A mesma vai correndo chorando.

Willian: Ela está com ciúmes, desculpa esse comportamento.

Eles ficam na sala conversando e sempre que Rebeca tocava no assunto procurando saber quem era  a moça do hospital, Willian mudava de assunto.

Olga:  O jantar está pronto. Devo chamar a Eloá?

Willian: Sim, por favor.

A mesma vai indo até o quarto, encontrando Eloá de frente para sua penteadeira, montando algumas pulseirinhas.

Olga: Seu pai pediu para chamá-la para comer.

Eloá: Meu pai precisa de óculos, falou que a Mía era feia, sendo que ela é linda.  Ai, me traz essa feiosa.

Olga: Se comporta, menina.

Eloá: Hm.

Ela sai indo até a mesa, onde os dois já estavam sentados aguardando ela.

Eloá: Papai, posso ir trabalhar com você amanhã?

Willian: Não.

Eloá: Por favor, papai.

Willian: Já disse que não, amanhã você tem aula, o professor vem cedo. Não gosta de praticar novas línguas? Pensei que não gostasse de faltar aulas assim.

Eloá: É.

Rebeca: Quantos anos você tem, princesa?

Eloá: 6.

Rebeca: Você é bem esperta.

Eloá: Hm.

Rebeca: Ela estuda em qual horário?

Willian: Ela continua de férias, retorna em 1 mês ainda.

Rebeca: Nem parece que o natal foi em alguns dias.

Willian: É...

Rebeca: Então, quando vamos poder sair juntos? O que acha, princesa?

Eloá: Não sei.

Rebeca: Podemos se divertir juntas.

Eloá: Pode ser.

Olga de longe observa Eloá  mexendo com as mãos inquietamente por baixo da mesa, logo ela se aproxima da pequena fingindo ajudá-la com algo e toma a massinha de modelar das mãos da pequena arteira que a encara.

Olga: Bom apetite, Eloá.

Rebeca: Que comida, boa.

Olga: Obrigada.

Eles comem juntos, mas Eloá não estava gostando nadinha da aproximação de seu pai com aquela mulher.

Eloá: Pai, posso ir dormir?

Willian: Já?

Eloá: Sim, rs

Willian: Claro, pode ir, meu amor. (Beija a testa dela)

Eloá:Tchau, Marina.

Rebeca: É Rebeca, princesa.

Eloá: Ah, é, confundi com a outra. (Vai para o quarto correndo)

Olga: Minha nossa. (Cochicha)

Rebeca: Quem é Marina?

Willian: Não sei, ela está com ciúmes e está inventando as coisas.

Rebeca: Acho melhor eu ir embora.

Willian: Vamos tomar um vinho, Rebeca.

Rebeca: Sei lá, acho que não está tão entregue como eu, nessa relação.

Willian: Besteira sua.

Eles vão até a sala e ele abre um vinho para que eles pudessem tomar. Mas, seu celular começa a tocar e na tela aparece o nome Marina. Rebeca pega suas coisas e sai batendo a porta com raiva de Willian.

Olga: Filho, o que aconteceu?

Willian: Cadê seu celular?

Olga: No meu quarto, eu acho.

Willian: Esse número é seu? (Mostra na tela)

Olga: Sim…

Willian: Creio eu, que seu nome não é Marina e você não me ligou há uns minutos, certo?

Olga: Não. Eu estava na cozinha ajeitando as coisas.

Willian: Eloá passou de todos os limites.

Olga: O que ela fez, meu menino?

Willian: Primeiro ela deu tchau para Rebeca, a chamando de Marina, depois pegou meu celular, mudando o seu nome na agenda para Marina e me ligou enquanto eu estava com a Rebeca.

Olga: Oh, minha nossa.

Willian: Eloá passou de todos os limites.

Olga: Ela só quer sua atenção, com uma mulher aqui. Ela pensa que vai ter que dividir o pouco da sua atenção com ela. Tenta compreendê-la.

Willian: A senhora sempre a defendeu. Por isso, ela faz o que faz.

Olga: Você era igualzinho, se não pior.

Willian: Vou lá ter uma conversinha com ela.

Olga: Não pegue pesado, ela é apenas uma criança querendo atenção.

O mesmo sai em silêncio, indo até o quarto da pequena que dormiu com o celular de Olga na mão.

Willian: Ainda dorme com a prova do crime.

Ele a beija, cobrindo-a e saindo do quarto para a sala para terminar de tomar aquele vinho.

Willian: É, preciso dar mais atenção a ela. Mas se eu a levo para a empresa, bem capaz dela fazer com que todas as mulheres queiram demissão. Preciso arrumar uma babá urgente. Uma que não dá mole para ela.

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