Nos dias seguintes, Enzo não conseguia se livrar da imagem de Lívia. Ele tentava se concentrar no trabalho, mas sua mente sempre o levava de volta àquela cafeteria, ao olhar hesitante dela, à maneira como ela se retraía diante dele. Algo estava acontecendo, mas ele não sabia explicar o que era. Ele sempre foi direto em tudo o que fazia: se queria algo, ia lá e pegava. Mas com Lívia, ele sentia uma espécie de resistência em si mesmo, como se algo o impedisse de tomar a ação que seu ego normalmente tomaria.
Era frustrante. Ele não era um homem que tinha medo de nada. Mas, com ela, sentia-se vulnerável de um jeito estranho. O que ele via nela não era só a timidez ou a insegurança. Havia algo mais, algo que ele não conseguia decifrar, algo que o atraía.
Naquele dia, ele estava em uma reunião importante, mas suas palavras estavam vazias, sua mente vagando. No fundo, ele sentia uma vontade crescente de voltar aquela cafeteria. Mas ele sabia que, se fosse lá, algo iria mudar. Algo dentro dele. Ele não poderia continuar se distraindo com ela. Ele precisava de respostas.
Lívia e a Dúvida
Lívia estava começando a entender que algo havia mudado, mas ela ainda não sabia exatamente o que. Enzo começara a vir com mais frequência à cafeteria, e cada vez que ele entrava, seu coração batia mais rápido. Ele sempre a cumprimentava com um sorriso que, embora curto, parecia genuíno. Para Lívia, isso significava mais do que qualquer elogio. Ela sabia que ele não estava ali por pena — algo no jeito dele lhe dizia isso.
Ainda assim, havia uma parte de ela que se perguntava se ele realmente a via. Ela sabia o que ele pensava sobre mulheres como ela. No fundo, ela acreditava que ele jamais se apaixonaria por alguém como ela. Então, por que ele voltava? E por que, a cada encontro, parecia que algo estava crescendo entre eles?
Ela se via refletindo sobre a mesma pergunta. Seu mundo sempre foi pequeno. Ela nunca sonhou em conquistar alguém como Enzo, um homem que parecia intocável. Era um enigma para ela, mas ao mesmo tempo, algo em seu coração dizia que ele não era como os outros homens que ela conhecia. Havia algo mais nele, algo que ela queria descobrir, mas ao mesmo tempo, sentia medo de se iludir.
O Encontro Decisivo
Na tarde de um sábado, enquanto Lívia organizava algumas mesas vazias, viu Enzo entrando mais uma vez. Mas dessa vez, ele não se dirigiu diretamente ao balcão. Em vez disso, ele foi até a mesa no canto e ficou observando a cafeteria, como se estivesse em um tipo de reflexão profunda. Ela hesitou. Havia algo no ar, algo diferente.
Ela se aproximou com um sorriso nervoso, tentando manter a compostura, mas não conseguiu evitar o tremor em suas mãos.
— Posso lhe servir algo hoje? — perguntou, sua voz mais suave do que ela queria.
Enzo a olhou com seus olhos penetrantes, e por um momento, parecia que ele estava pensando em suas palavras. Ele fez um gesto com a mão, pedindo para que ela se sentasse. Lívia ficou surpreso, mas, sem saber o que fazer, puxou uma cadeira.
— Eu não sei por que venho aqui, Lívia — ele começou, sem rodeios, quebrando o silêncio entre eles. A sinceridade em sua voz a fez sentir um frio na espinha. — Não sou o tipo de homem que costuma se envolver com mulheres como você. Você sabe disso. E eu sempre fui claro sobre isso.
Lívia ficou tensa. As palavras dele a atingiram como uma flecha, mas ela não queria parecer frágil. Não queria que ele visse o quanto aquelas palavras a machucavam.
— Eu sei, Enzo. Não sou… o tipo de mulher que você costuma gostar. Eu entendo isso. — Ela tentou esconder o olhar que agora estava carregado de dor.
Mas Enzo a interrompeu, levantando a mão.
— Não, você não entende. — Ele olhou nos olhos dela, com um olhar que parecia querer pedir desculpas. — Eu… eu não deveria estar dizendo isso, mas não posso evitar. Eu… sinto algo por você. E não sei o que isso significa, mas não consigo mais ignorar.
Lívia ficou sem palavras. O ar parecia ter saído de seus pulmões. Ela olhou para ele, sem saber se acreditava no que ele acabara de dizer. Enzo, o homem poderoso e imbatível, estava falando aquelas palavras para ela. E, mais do que isso, parecia genuíno.
— Mas por que? — Ela finalmente perguntou, sua voz rouca. — Você disse que nunca se envolveria com uma mulher como eu…
Enzo baixou a cabeça, parecendo realmente perdido.
— Eu sei o que disse. E, até agora, eu acreditava nisso. Mas, quando vejo você, quando falo com você, sinto que tudo que eu acreditava está sendo questionado. Não sei o que estou fazendo, Lívia. Eu nunca fui bom com isso, com sentimentos. Mas você… você não é como as outras mulheres.
Lívia sentiu as palavras dele ecoarem em sua mente. Ele estava dizendo que a via, que a respeitava, de uma maneira que ela nunca imaginou. Mas ela ainda não sabia se podia acreditar em suas palavras. Ele poderia estar dizendo aquilo por impulso, por pena, ou até por algum outro motivo que ela não compreendia.
Ela respirou fundo e, com um leve sorriso, respondeu:
— Eu não sou como as outras mulheres, Enzo. Mas você também não é o que eu imaginava.
Aquelas palavras foram como uma chave, abrindo uma porta que os dois estavam temerosos de atravessar. Algo estava começando a mudar entre eles, e nem Enzo nem Lívia sabiam onde isso os levaria. Mas, pela primeira vez, eles estavam dispostos a descobrir.
-Fim do Capítulo 3
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Atualizado até capítulo 36
Comments
Carla Santos
Só espero que ele proteja ame e não machucar ela não brinque com os sentimentos dela e ela tem quer ficar com o pé atrás com ele quem não ficaria até eu que sou gordelicia fico kkkkkkk
2025-01-15
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Elenilda Soares
tomara que ele não machuque ela
2025-01-12
1
Auxiliadora Silva
será que daria certo os dois juntos ❣️?
2025-01-13
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