nem todos entendem

Quando todos vão embora eu peço pra tomar banho, Henrique me leva, Heitor e Hugo foram acompanhar as meninas pra fazer uns exames, ele tava me ajudando quando escuto duas enfermeiras conversando no quarto.

Essa mulher não tem vergonha de ficar com três homens e o pior de tudo é a família que acha tudo normal, Henrique vai sair mais não deixo, quero ouvir tudo.

A outra continua, eu tenho dó dessas crianças, que vão crescer em uma casa onde a mãe é uma puta e os pais apesar de serem gostosos são promíscuos.

Henrique não aguenta mais e sai do banheiro,

Eu tenho dó de vocês , que nunca mais vai conseguir um emprego na vida, eu vou acabar com vocês, ele diz explodindo de raiva.

E eu comecei a chorar, eu nunca tinha pensado, em como as crianças iam lidar tendo três pais, as pessoas à nossa volta nos tratam tão bem e aceitam o nosso amor que eu tinha esquecido que o mundo é cheio de pessoas ruins, Henrique volta pro banheiro e me ajuda a voltar pra cama, eu me encolho e choro ainda mais, eu nunca pensei que minhas meninas pudessem sofrer pela forma que eu escolhi de amar e ser amada.

Amor, como se lesse meus pensamentos Henrique fala, vamos ensinar as meninas que todas as formas de amor são válidas, que graças ao amor que sentimos elas estão aqui, e vamos estar sempre lá por elas, não vamos deixar que a maldade das pessoas destrua nossa felicidade.

Eu quero ir pra casa, eu digo o abraçando, eu quero voltar pro nosso mundo onde as pessoas nos amam e nos aceitam.

Carlos entra no quarto bem na hora.

Eu quero aquelas duas na rua ainda hoje, Henrique fala pra ele assim que ele entra.

Já tá feito.

Ana eu sinto muito que você tenha que passar por isso, Carlos começa, eu preciso falar com você.

Tá tudo bem com as meninas, eu pergunto.

Sim, as meninas são fortes e saudáveis, você também tá muito bem, eu quero dizer a você que eu fui refazer sua laqueadura durante a cesária, mas não tinha nada de errado, sua trompas estavam cortadas e queimadas, Deus achou um jeito de manter vocês juntos, ele sabia que você não ia voltar a trás e então te mandou três milagres.

Eu fico em choque, eu choro e Henrique também, nossos milagres.

Depois que me recupero, digo a ele que quero ir pra casa.

Você acabou de fazer uma cirurgia Ana, não posso te mandar pra casa.

Eu não quero ficar aqui, eu vou de qualquer jeito.

Tá certo, eu vou ver o que faço.

Ele sai e peço a Henrique pra me ajudar a colocar uma roupa e juntar nossas coisas.

Hugo e Heitor chegam com as meninas, e digo que estamos de saída.

Eles colocam elas no bebê conforto, eu sentei na cadeira de rodas, Henrique me empurrava, Hugo tava com um bebê conforto e Heitor com dois.

Vamos pra casa.

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