o fim

Ana

Alan e Jeniffer chegam hoje, as crianças não estão se aguentando de saudades, elas falaram com eles todos os dias, mas ainda sim, não é a mesma coisa, eles nunca ficaram tanto tempo sem o pai, eu e os meninos não estamos tão bem, esse mês não dormimos juntos nem uma vez, fizemos sexo várias vezes, mas eles queriam mais eu sei disso, eles querem mais do que posso oferecer e eu não tô pronta pra isso, temo que nosso caso esteja chegando ao fim, eu os amo, amo muito mesmo, amo que chega a doer saber que não vamos ficar juntos, mas infelizmente eu sei que tá chegando ao fim.

As crianças foram pra casa de Alan e hoje é dia de pizza com os meninos.

Tomei um banho, coloquei meu pijama, já pedi a pizza e tô esperando os meninos chegarem, pedi a eles que pegassem a pizza na portaria,tô colocando os pratos e os refrigerantes na mesa de centro ,quando eles entram, vou até eles dou um selinho em cada e sento no chão.

Como foi seu dia, Henrique me pergunta.

Cansativo, não ter Alan e Jeniffer na empresa me sobrecarregou.

Imagino, bom segunda tudo volta ao normal, ele me diz.

Comemos conversando sobre bobagens, terminamos os meninos limpam a mesa e leva a bagunça pra cozinha.

Ana podemos conversar? Henrique pergunta.

Claro, eu sei que o momento chegou, eu vou partir e coração deles e meu.

Esse mês que passou me vez ver que quero mais, Henrique começa

Nós nunca nomeamos o que tínhamos, e você falou que não queria casar, mas acredito que podemos ter mais, podemos morar juntos se não quiser se casar agora, Hugo continua

Nós amamos você Ana, e queremos construir uma vida ao seu lado, Termina Heitor.

E nesse momento eu sei que acabou, eu balanço a cabeça e me levanto do chão, começo a andar de um lado pro outro.

Me desculpem, eu não posso, não posso, falo balanço a cabeça e abraçando meu corpo, eu amo vocês, mas eu não posso oferecer mas do que temos, falo com as lágrimas já escorrendo.

A gente pode esperar, podemos ir devagar, começamos a dormir aqui uma ou outra vez quando as crianças estiverem, assim elas se acostumam. Henrique vem me abraçar mais dou um passo pra trás.

Ana as crianças nos ama e nós amamos elas também, podemos ser uma família, Hugo fala.

Vamos no seu tempo amor, quando você estiver pronta nos mudamos ou compramos uma outra casa o que você preferir, Heitor continua.

Quando começamos eu falei pra vocês que não queria nada disso, eu não queria me casar, e vocês aceitaram, vocês são novos e eu já vivi uma vida, já tive filhos e vocês merecem mais do que posso oferecer a vocês, eu acho melhor terminarmos por aqui.

Amor, Henrique tenta se aproximar de novo mais não deixo.

Eu gostaria que vocês fossem embora, por favor.

Ana vamos conversar, eu sei que podemos entrar em um acordo, não podemos acabar assim, são 2 anos, nós nos amamos, Henrique fala.

Eu amo vocês, mas eu não quero mais continuar.

Os três me olham incrédulos, eles viram as costas e saem.

Vou pro meu quarto me jogou na cama e choro, choro tanto que minha garganta dói, nem sei quando parei de chorar e acabei pegando no sono, acordo com meu telefone tocando.

Bom dia Ana, tudo bem, queria te chamar pra almoçar, estamos com saudades.

Oi Alan, bom dia, hoje não posso, peguei um resfriado que me derrubou, não quero passar pra vocês e nem pras crianças.Sua voz tá péssima mesmo, melhor descansar, posso ficar com as crianças essa semana, não consegui matar nem um pouco da saudade que tô sentindo.

Claro, pode sim, acho que não vou trabalhar amanhã, você e Jeniffer tomam conta de tudo lá pra mim por favor, e desmarca as minhas reuniões dessa semana por favor.

Ana tem alguma coisa errada, você nunca deixou de trabalhar, ainda mais uma semana inteira, você precisa de alguma coisa, quer que eu vá pra sua casa?

Eu tô bem Alan, o médico me pediu pra ficar repouso.

Qualquer coisa me liga, que vou correndo.

Pode deixar, dá um beijo nas crianças e na Jeniffer por mim, tchau.

Tchau, melhoras.

Eu fecho as cortinas que esqueci de fechar ontem a noite e volto pra cama, choro até dormir novamente, nem sei quantas vezes acordei, chorei e dormi de novo, só sei que é o dia seguinte porque Lurdes entra no meu quarto.

Bom dia senhora.

Bom dia Lurdes.

O senhor Alan ligou perguntando se você melhorou.

Tô bem Lurdes obrigado.

Eu vou fazer uma canja pra você.

Eu não quero nada Lurdes, obrigado.

Se precisar é só chamar, ela sai fechando a porta.

Me levanto, olho as horas e já são 11 horas.

Vou pro banheiro, tomo um banho, escovo os dentes, coloco outro pijama e deito de novo, e mais uma vez choro até dormir.

Acordo, com alguém batendo na porta.

Ana, Alan me chama abrindo a porta, o quarto tá todo escuro, eu não consigo vê-lo.

Oi Alan.

Posso entrar?

Quero ficar sozinha, não quero conversar agora.

Você precisa comer, Lurdes me disse que você não comeu nada hoje e nem saiu da cama.

Tô sem fome.

Ele entra acende a luz e senta ao meu lado com uma bandeja na mão, tem um prato de sopa e pães, minha barriga protesta de fome com o cheiro.

Me sento e ele coloca a bandeja no meu colo.

Quer conversar? Eu sei que não tá doente, você não ia deixar de trabalhar por estar doente, nunca deixou.

Por enquanto não, quando tiver preparada eu te conto.

Certo, só promete pra mim que não vai ficar sem comer?

Prometo, ele espera eu comer, pega a bandeja, me dá um beijo na testa .

Qualquer coisa me liga, que venho correndo.

Pode deixar, obrigado.

Ele sai apaga a luz e me deito novamente, mas uma vez choro até dormir.

Minha semana passou toda assim, não sai do quarto nem uma vez, tomava banho, comia, chorava e dormia.

Olho no relógio e são 20 horas de sexta feira.

Alan bate na porta e entra com a bandeja, ele coloca no meu colo e senta ao meu lado, ele fez isso a semana inteira.

Ana, eu sei que você me disse que falaria quando estivesse pronta, mas as crianças estão perguntando por você, eu não sei mais o que falar pra elas, você não tá bem, converaa comigo.

Eu terminei com os meninos.

Mas porque, você tava tão feliz e eles também, eles fizeram alguma coisa, te machucam?

Não, na verdade eu machuquei a mim e a eles.

Eles querem casar, querem formar uma família.

Isso é maravilhoso Ana.

Não, não é, eu amo eles, foi por amar eles que terminei, eles tem 35 anos, ainda podem encontrar alguém e ser feliz.

Alan eles querem filhos, a mãe deles quer netos e eu não posso mais engravidar.

Mas se você conversar com eles, eles vão entender.

Eu sei, foi por isso que não disse, eles iam querer ficar comigo mesmo assim, eles iam aceitar e se contentar com o que eu poderia dar a eles, e eu não queria isso, se ficarmos juntos lá na frente eles vão me odiar, eles vão olhar pra trás e ver que não construíram nada ao meu lado, que deixam de lado o sonho de ser pais por nada, eu posso viver sabendo que os magoei, mais jamais poderia viver sabendo que eles me odeiam.

Eu sinto muito, ele diz me abraçando, e eu não paro de chorar, ele não fala nada, ele sabe que tô certa, prometo ligar pra crianças amanhã, e na segunda já vou estar bem quando elas voltarem pra casa.

Alan

Chego em casa e Jeniffer já colocou as crianças na cama, ela tá sentada no sofá me esperando.

Como ela tá?

Na mesma, falo me sentando ao seu lado, e dando um beijo em seus lábios, pelo menos hoje ela conversou.

Ela te falou o que aconteceu?

Eu conto a ela tudo quando termino ela tá chorando no meu peito.

O pior de tudo é que ela tá certa, os rapazes podem até não odiala, mas minha mãe vai, ela jamais perdoaria, sabendo que os três filhos casaram com uma mulher que não pode ter filhos, por mais que minha mãe adora ela, ela ia fazer da vida deles um inferno, ela fala chorando.

É por isso que ela tá tão mal, ela sempre diz, pras crianças, só choramos se o problema não tiver solução.

As vezes eles ainda podem se acertar, minha mãe pode entender.

A Ana não vai voltar atrás, ela jamais colocaria a felicidade dela acima da felicidade de alguém, ela tá sofrendo porque os ama, mas sabe que é o melhor a ser feito.

Amanhã vou falar com ela, dar uma força, você pediu pra eu esperar, ela falar, agora que ela falou, ela precisa de um ombro amigo.

Vamos pra cama?

Vamos, tô exausta.

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