Noite da pizza parte 2

Heitor

Quando Ana não apareceu no clube eu fiquei preocupado, ela nunca se atrasa, ela é sempre pontual e muito organizada com tudo, quando chegamos em casa e vimos as luzes da casa dela acesa não pensei duas vezes antes de tocar a campainha.

Ela tava com os cabelos molhados, uma camisola branca que não escondia absolutamente nada e um cheiro de flores, ela tinha cheiro de casa, de frescor.

Quando entramos na sua casa fiquei admirado com a beleza do lugar, a sala era muito ampla, com sofás e poltronas claras, era aconchegante dava uma sensação de lar, sentamos no sofá e logo ela sentou em uma das poltronas, ela sentou em posição de lótus, acho que ela nem percebeu a calcinha também era branca e Porra meu pau deu sinal na mesma hora, olhei entre meus irmãos e eles estavam do mesmo jeito.

Sua casa é muito bonita, digo a ela, a verdade é que eu queria conversar e esquecer a calcinha branca dela, obrigado, ela diz.

Eu achava que nossa casa era grande com 5 suítes, mas a sua parece que tem 10. Hugo fala olhando pros lados.

Obrigado, realmente tenho 10 suítes, meus meninos são autista, e eles não gostam muito de sair, o máximo que conseguimos sair com eles sem ser os compromissos que eles tem é aqui no parquinho do condomínio, então eu queria uma casa que eles pudessem ter tudo que gostam. Diz ela com o sorriso no rosto.

Você não fala muito dos seus filhos, falo olhando pra ela.

Vocês são meus patrões, não teria muito pra dizer sobre os meus filhos com vocês, quando fui contratada eu avisei no RH que uma vez por mês eu preciso faltar na parte da manhã, para acompanhar nas consultas, esse mês como era o primeiro e eu tinha que aproveitar a dona Dulce pra aprender, Alan os levou sozinho, mas sempre vamos juntos nas consultas, as babas acompanham eles nos tratamentos, escola e tudo mais, mas nas consultas eu e Alan sempre estamos presentes.

Cada dia que passa eu admiro mais você, agora eu sei porque você é tão determinada, nossa mãe sempre nos disse que quando tivermos filhos iríamos entender todos os sacrifícios que ela já fez por nós, e vendo você trabalhando, estudando e se desdobrando pra dar conta de tudo eu imagino o que minha mãe passou.

Ela tem lágrimas nos olhos, mas não as deixa cair, o interfone da portaria toca e ela levanta pra atender, deixa que eu pego lá na portaria, Hugo diz levantando pra sair, obrigado vou pegar os pratos, vocês tomam refrigerante?

Sim, por favor, você precisa de ajuda, sigo ela até a cozinha para pegar as coisas, ela abre a geladeira e pega algumas latas de refrigerante, a cozinha segue o mesmo modelo de decoração da sala, clara e muito ampla, tem uma ilha no meio com alguns bancos.

Voltamos pra sala e nos sentamos no chão, ela coloca tudo sobre a mesa de centro, Hugo entra com a pizza e senta ao nosso lado, comemos damos risadas, eu poderia viver assim pelo resto da minha vida, eu nunca quis me casar, ter filhos, mas eu me vejo fazendo isso com ela.

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