...Capítulo 2...
Sua tia Carla ficou ali conversando com elas duas. E novamente teve que falar sobre o divorcio de seus pais e a morte de John. Quando é que eles parariam de falar sobre aquilo. Cansada daquilo, pediu para sua tia que precisava descansar por causa da viagem. Ela mostrou o quarto em que as duas ficariam e gostou de imediato, afinal era o quarto em que elas costumavam ficar quando viam nos verões. Era pequeno, mas aconchegante. Duas camas de solteiro muito bem arrumadas estavam no meio do quarto, e um pequeno guarda-roupa e um criado mudo apenas completava o quarto.
- O que você tem? – Caroline indagou assim que ficaram a sós no quarto.
- Não tenho nada. E pare de bancar a coitada aqui. – Ela respondeu. – Não estamos precisando de caridade.
- Você odeia sua família?
- Não. Mas também, não precisa ficar dando uma de coitada. Estamos aqui, porque a mamãe precisa de espaço. – Ela pausou. – E outra pare de ficar falando do divórcio e do John.
Caroline engoliu em seco.
- Sei que não é fácil. Mas sei que precisamos colocar a vida para frente.
- Sei disso. E por isso precisamos esquecer tudo o que deixamos em Nova York, menos a mamãe é claro. E não quero ficar igual a mamãe e a Raquel.
- Como assim?
- Olha, não quero ter que conhecer alguém e acabar ficando igual a Raquel... uma chata. E não quero ficar igual a mamãe uma depressiva. – Susan, sabia que não poderia ficar se comparando com sua irmã e mãe, pois poderia ser melhor.
- Sempre pensei que você fosse uma estranha..., mas agora não tenho dúvida nisso.
Susan riu.
- Como você é tonta.
Na manhã seguinte, Susan levantou-se cedo e ajudou sua tia com o café da manhã, depois foi chamar sua irmã que ainda dormia. Caroline sempre dormia bem, não importava aonde estavam, agora ela nem sempre conseguia dormir. Passara a maior parte da madrugada se revirando preocupada com o que poderia ser útil na empresa do sr. Walter. Não sabia sobre o que era a empresa e ficaria muito infeliz não poder ser o que ela sempre gostara de fazer.
Infelizmente não poderia se dar ao luxo de escolher. Aceitaria qualquer coisa que pudesse fazer para poder seguir em frente e reconstruir sua vida.
Sua irmã Raquel apareceu depois que já haviam tomado o café da manhã e ficou feliz ao saber que o sr. Walter iria recebê-las na casa dele depois do almoço para conversar com ela ou com Caroline.
- Ele tem que viajar a negócios e pediu para avisar que tem uma proposta para uma de vocês.
- Ah sim... e você sabe qual é a proposta? – Caroline indagou.
- Na verdade, não sei. Mas ouvi ele conversando com a filha dele ao telefone ontem de que precisava de uma babá urgente para o neto.
- Aff de babá não quero, não. Pode ficar para você, Susan. – Caroline falou. – Cuida de criança não é comigo não.
Raquel riu.
- O neto do sr. Walter é uma criança maravilhosa.
- Sei.
- Os filhos dele também são maravilhosos. – Raquel contou com um sorriso. – Vai adorar conhecê-los.
- Serio?
- Sim. Mas um deles está viajando a negócios, mas vai poder conhecê-lo, não fica sem passar o natal com a família. – Ela começou a contar. – Jonathan ficaria muito bem com a Susan.
Susan arregalou os olhos, surpresa. Não estava afim de conhecer homem nenhum e muito menos o filho de seu futuro patrão.
- Não, obrigada.
- Você diz isso agora. Wesley é bem mais legal, que o Jonathan, apesar de quase não poder vê-lo já que passa a maior parte do tempo trabalhando. – Ela continuou. – Já o Jonathan, é o filho mais velho, ele sempre está ao lado do pai, é mais sério e egocêntrico.
- Por que está nos contando sobre eles? – Susan perguntou.
- Quero deixar vocês informados sobre os dois. Não é fácil ter que chegar numa casa e não saber de nada sobre eles.
- É a sra. Walter?
- Bem, aí já é uma longa estória para contar. A segunda mulher do sr. Walter já é falecida... a outra do primeiro casamento continua infernizando a vida dele.
Susan assentiu e não disse nada. Não queria saber sobre eles, estava mais interessada em conseguir logo o emprego para fazer sua vida.
Pediu licença e foi para o quarto, deixando Raquel conversando com Caroline sobre a família rica. Não estava afim de ficar fofocando sobre ninguém e muito menos interessada em saber sobre os filhos do homem. Aposto que eram mimados e mulherengos.
Depois do almoço ela foi com Raquel para a casa dele, como combinado. O cara morava em Hampsted, sabia que lá era uma área tranquila e bem pouco explorada pelos turistas. Era um bairro que fica em torno de 6km ao norte do centro de Londres. E por conta desta distância, muita gente que passa pela cidade, sequer imagina o que encontra na área. Antigamente, o local era uma vila rural, que acabou atraindo muitos artistas para fugir da agitada Londres e se inspirar para suas obras. Atualmente, o bairro conta com diversas mansões e reúne a maior quantidade de milionários no Reino Unido. Para tanta gente endinheirada viver no bairro, algo ele deve ter de especial. Andar pelas ruas de Hampsted é como volta no tempo. Em alguns momentos nem parece que você está andando em Londres. Ruas tranquilas, crianças brincando nos parques, casarões antigos bem preservados, nada de prédios altos ou grandes concentrações de pessoas. Passar um dia em Hampsted é simplesmente adorável.
Susan ficou boba ao ver que pararam em frente há um casarão lindo. A entrada havia um enorme portão com um interfone ao lado que logo Raquel se identificou. O acesso á casa se da através de uma escada majestosa, que conduz o visitante ao terraço, situado no pavimento superior, que circunda toda a casa. O jardim de palmeiras, as pedras robustas, piscina e o piso de paralelepípedos, marcam a entrada principal, evidenciam o estilo mediterrâneo da edificação.
Foram recebidas por um mordomo chamado José que nos levou até a sala de estar. O pavimento superior abriga os espaços de convivência, tais como sala de estar, sala de jantar e cozinha. Portanto, ao chegar ao terraço e adentrar a casa, ela se deparou com um amplo living room, espaçoso e iluminado pela luz natural abundante que invade o ambiente através dos generosos painéis móveis de vidro. A sala de jantar está inserida no living room e é composta de uma mesa de jantar de madeira, e um conjunto de cadeiras feitas de madeira maciça e de um generoso tapete cinza. As cores do mobiliário em tons escuros servem para constatar com as paredes predominantes brancas. Ao fundo, uma estante com nichos vazados permite a integração entre a sala de jantar e sala de estar.
A sala de estar abriga uma antiga chaminé da construção dos anos 70, que parecia ter sido mantida em sua posição original, mas que foi completamente renovada e integrada ao painel de tv, feito em madeira na cor preta. As cores escuras não chegam escurecer o ambiente, devido à entrada de luz natural abundante. Um dos destaques do ambiente é a combinação de móveis de cores contrastantes e marcantes, como a mesa de centro laqueada em vermelho e o sofá com chaise, na cor prata, que realçam a elegância e dão um toque de luxo ao ambiente.
- O sr. Walter já vira recebê-la sra. Cooper. – O mordomo disse.
- Obrigada, José.
Ele simplesmente fez um aceno com a cabeça e saiu.
- É linda a casa!
- Você não viu o resto.
- O neto dele mora aqui?
- Não. Mas passa a maior parte do tempo no colégio. Mas agora está de férias e a mãe dele costuma viajar a negócios.
- Nossa, todos viajam a negócios.
Raquel sorriu e sussurrou.
- Eles são todos empresários. Jonathan trabalha com o pai, Jessica é uma construtora... ela que vem reformando essa casa. Wesley é corretor de valores.
Susan ficou surpresa por estar num ninho de empresários. Não era assim que gostaria de começar a vida, sendo uma babá de uma criança que com certeza tinha bem mais estudo do que ela.
O sr. Walter apareceu e ficou nervosa quando ele se aproximou e as cumprimentou. Ele era um homem magro, sobre seu terno Armani sob medida, um coroa bem bonito.
- Muito prazer em conhecê-la, srta. Martins.
- O prazer é todo meu.
- Sua outra irmã não veio? – ele perguntou para Raquel, assim que se sentou no sofá.
- Não. Ela preferiu cuidar do meu tio que está com problema de saúde.
- Ah sim, que bom que pelo menos uma veio. Eu tentei falar com o meu filho Wesley sobre suas irmãs..., mas ele não me atende. Na minha empresa no momento não tenho nenhuma vaga para elas e da Jessica também não.
- É uma pena.
- Mas estive conversando com minha filha, ela vai precisar viajar com o marido e precisa que alguém fique com Evan. – Ele contou. – Se não se importa em ficar com ele até eu falar com o meu filho.
- Por quanto tempo?
- Ela vai ficar viajando até o natal. Pois gosta de passar com a gente, então até ela voltar pode ficar com ele. – Ele disse. – Evan tem cinco anos, é uma criança que não dá trabalho nenhum, ele estará vindo amanhã cedo para cá. Se quiser estar vindo para conhecê-lo.
- Seria ótimo.
- Então vai querer ficar como babá?
- Claro. Não é o meu ramo, mas é melhor do que nada.
- Você fazia o que antes de vir para cá?
- Eu sou fisioterapeuta.
- É difícil arrumar algo para você... não tem nada com que meus filhos façam para ajudá-la. Mas já que aceitou ficar como babá até você arrumar algo na cidade... que seja no seu ramo. Ficarei feliz em tê-la aqui em casa. – Ele sorriu apenas.
Susan retribuiu o sorriso.
- Obrigada.
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Atualizado até capítulo 22
Comments
Zete Campos
tô amando essa história parabéns autora pelo seu trabalho.
2025-07-27
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