A Conquista

A Conquista

Voando para Londres

A Conquista

Capítulo 1

 

- Susan e Caroline façam uma boa viagem. E que de tudo certo na casa de seu tio, Richard.

Susan Martins achou estranho ouvir sua mãe dizer aquilo. Como se ela e sua irmã não soubessem se cuidarem sozinhas. Sabia que não estava sendo nada legal ter que deixar sua mãe com tantos problemas para resolver, enquanto ela e sua irmã mais nova estavam indo viajar para a casa de seu tio em Londres.

No começo achou a ideia de sua mãe meio que ridícula, mas não poderia recusar aquela oferta que seu tio estava lhe oferendo por lá.

Há uns seis meses atrás a situações começaram a aparecer quando seu irmão mais velho havia sofrido um acidente de carro e falecendo uns dias depois no hospital. Depois seus pais não conseguiam nem se olhar um para o outro como se um fosse culpado pela morte do único filho homem. Não os culpava por estarem naquela situação, mas também não estava feliz por saber que seus pais estavam se separando por causa do seu irmão. Ao pensar que pessoas ficariam mais felizes por passarem o sofrimento juntos, aquele negócio de na saúde e na doença era tudo mentira. Nem todos levavam os votos a sério num casamento. Tudo o que já vira era tudo bobagens e esperava não ter que passar por aquilo.

Esperava que não acontecesse nada com sua mãe na sua ausência. Não pretendia ficar muito tempo fora já que odiava ter que sair de sua cidade para apenas um pequeno trabalho que surgira para ela temporariamente, apenas para pôr em seu currículo. Já Caroline só estava indo para ficar com seu tio que estava doente, enquanto sua mãe ficava sozinha. Dizendo ela que não achava ruim ficar sozinha, já que estava querendo ficar sozinha e colocar a cabeça no lugar.

Ao abraçar sua mãe disse:

- Nós ficaremos bem. Não se preocupe. – Ela forçou um sorriso.

- Eu sei, querida. Estarei bem e podem me ligar o quanto quiser. – Sua mãe falou. – Deus acompanhe..

Se despediu de sua mãe com mais um abraço e só então seguiram em direção ao embarque. Sentiu uma lagrima escorrer pelo seu rosto e sentiu se uma idiota por estar deixando isso tudo para trás. Sua mãe não podia ficar sozinha naquela cidade. Nova York podia ser uma cidade maravilhosa, mas não garantia uma segurança para sua mãe, ainda mais sozinha.

Mas por outro lado ela sabia que sua mãe não faria nada de errado e que sabia muito bem se cuidar, enquanto elas ficavam ausentes.

A viagem lhe faria bem e precisava se afastar um pouco de tudo, até que tudo se resolvesse. Afinal tinha acabado de ser despedida do seu primeiro e melhor emprego. Ela sabia que a clínica não estava em crise a ponto de manda-la embora para corta gastos e pensar que ela era a única fisioterapeuta boa daquele lugar, ate um idiota roubar o seu lugar. Foi aí que ela descobriu que não estavam cortando gastos, estavam apenas trocando de funcionário.

Ao entrarem no avião sua irmã a cutucou para que ela acordasse. Estava parecendo um zumbi andado acordada sem rumo.

- O que foi?

- Será que da para ficar mais acordada.

- Mas eu estou acordada.

- Não parece. Sei que não e fácil deixar a mãe, mas o tio precisa da gente e a Raquel prometeu aquele trampo para você.

Raquel era sua irmã mais velha, que havia ido a Londres para fazer seu estagio numa empresa e por fim acabara ficando por lá, arrumara um marido e tido uma filha linda. A ultima vez que a vira fora no enterro de seu irmão, ela não costumava ir muito a Nova York depois que fizera a sua vida em Londres.

Londres a cidade era vibrante, moderna, elegante, movimentada, riquíssima em cultura e opções de entretenimento. Características como essas, entre tantas outras, deixam claro por que Londres é um dos destinos mais procurados do mundo. A capital da Inglaterra e do Reino Unido é, também, a sede da monarquia britânica, cidade que abriga o Big Ben e tantos outros cartões-postais famosos, como a ponte da Torre de Londres, que fica a margens do rio Tâmisa; o palácio de Buckingham; a Abadia de Westminster, além de vários museus interessantíssimos.

Sem dar muita atenção ao que Caroline disse, colocou seu fone de ouvido e preferiu que sua viagem fosse tranquila e não que sua irmã ficasse lhe enchendo o saco.

Depois de quase oito horas de viagem, chegaram finalmente em Londres. Estava exausta e não via a hora de tomar um banho e se deitar.

Susan ficou perdida quando percebeu que estavam no aeroporto de Heathrow, um dos mais movimentados do mundo e é lá que os voos diretos do Brasil aterrissam, assim como várias conexões vindas de outros locais da Europa.

Ficou feliz por Raquel conseguir encontra-las tão rápido, já que estavam duas tontas olhando para lá e para cá.

- Como foi a viagem? – Raquel perguntou assim que entraram no carro.

- Foi tranquila.

- Susan passou a parte toda da viagem com o fone de ouvido. Ela odeia minha presença. – Balbuciou Caroline.

Susan fez careta.

- Não odeio sua presença. Só acho que preciso de espaço.

- Que espaço? Você precisa mesmo é de um cara na sua vida.

Susan não disse nada, apenas observou do lado de fora. Era outono em Londres e a cidade costumava ainda estar coberta dos tons de vermelho, amarelo e marrom tão característicos da época. Lindo! As atrações não estão cheias como o verão, faz um friozinho gostoso para se usar casacos elegantes, sem bater queixo, e o clima do natal já começa a tomar conta da cidade. Apesar de ainda não oficialmente inverno, faz frio em novembro, e há probabilidade de nevar (embora isso aconteça raramente). Em média, em dez dias do mês chove mais de 1mm. Os dias são curtos, o sol nasce às sete e meia e se põe pouco depois das quatro da tarde.

Ela fingiu não escutar as coisas que suas irmãs discutiam, mas era impossível. Estavam falando novamente sobre o divorcio de seus pais e a morte de John. Era a coisa mais chata de se conversa depois de uma longa viagem, queria fechar os olhos e não ter que reviver toda essa estória chata novamente.

Seu tio morava em Notting Hill. Eternizado pelo clássico dos cinemas “Um lugar chamado Notting Hill”, essa landmark de Londres é uma graça. Pacata e agradável, o bairro, que nem é tão distante do burburinho londrino assim, parece ser capaz de tele transportar para um lugar longe, a par da correria da metrópole. São cafés, lojinhas e casas no estilo vitoriano. Porém, há dois acontecimentos que transformam a atmosfera tranquila do lugar. Um deles é a feira de antiquário da Portobello Road, que funciona em sua tonalidade. E o outro é Notting Hill Carnival, o carnaval que acontece em agosto. É surpreendente.

Raquel parou o carro em frente a casa de seu tio e ficou surpresa quando percebeu que seu tio havia reformado a casa, pois lembrava da casa de como ela era. Afinal passara muitos verões ali nos tempos do colégio.

Tio Richard as recebeu um belo abraço caloroso. Era grata por ele a recebe-las depois de adultas, ainda mais quando uma havia sido despedida do serviço e outra que nem havia trabalhado ainda.

Ela riu por dentro achando aquilo tudo uma tremenda bobagem. Ela merecia tirar umas férias e conhecer gente nova, afinal não seria sua única chance de estar ali.

- Então, como estão vocês duas?

- Estamos muito bem. – Susan respondeu.

- Não estamos, não. – Caroline contradizeu. – Como o senhor sabe, Susan foi despedida da clínica e eu nem pude termina a faculdade.

Tio Richard deu um suspiro, e só então sua tia Carla apareceu, saudou as com abraços e depois saiu dizendo que trazeria algo quente.

- Isso vai passar. – Ele disse, assim que sua mulher saiu do aposento.

- Se o senhor diz.

- Meninas, escutem. Não é o fim do mundo, vocês estão em Londres agora. – Ele disse. – Nós vamos ajudar vocês duas.

- Eu falei com o Sr. Walter e ele vai ver o que pode fazer por vocês. – Raquel interferiu. – Sam é o braço direito do Sr. Walter. Então será mais fácil conseguir alguma coisa na empresa dele.

Raquel havia conseguido um emprego na empresa daquele homem há uns dois anos e parecia feliz estando por lá. Esperava também conseguir alguma coisa, nem que não fosse na sua área de trabalho. O que não fazia por dinheiro, afinal.

- Ótimo, estou aceitando qualquer coisa que de para mim fazer minha vida. – Susan falou.

- Mas você é fisioterapeuta... formada.

- Não importa. Quando a situação aperta não posso fica escolhendo.

Caroline ficou boquiaberta.

- Isso não é justo.

- Bem, o emprego é para mim... e você fica com o tio Richard. – Susan já foi dizendo.

- Não briguem meninas. Não estou precisando de cuidados tanto assim.

- Mas é claro que precisa. Está ficando um velho chato e precisa sair um pouco da minha saia. – Tia Carla apareceu com a bandeja cheia de canecas fumegantes.

Ela adorava os chocolates quentes de sua tia, ela costumava colocar alguns pedacinhos de marshmello dentro.

Susan deu uma risadinha, ao pegar a sua caneca de chocolate quente.

- Como senti falta disso.

- Ah querida. Agora terá sempre que quiser. – Sua tia falou toda sorridente.

Ela agradeceu e ficou feliz por saber que era bem vinda ali e aliviada por saber que teria algo para fazer, estava disposta a enfrentar qualquer coisa que estivesse ao seu alcance.

O celular de sua irmã tocou, era o marido dela, provavelmente ligando para que ela fosse embora. E acertou na mosca quando ela anunciou a partida, dizendo que voltaria no dia seguinte.

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