A brisa morna da noite tocava suavemente a pele de Ana enquanto ela dançava na areia, os pés descalços sentindo a textura fria sob eles. Seu vestido branco balançava com os movimentos fluídos, e sua risada se misturava com a música que ecoava ao fundo, criando uma atmosfera de liberdade. O vinho ainda circulava em suas veias, fazendo-a se soltar mais do que nunca, esquecendo das tensões que marcaram sua noite até ali. Ela sentia-se viva, como se o mundo todo estivesse ao seu redor, esperando para ser conquistado.
Porém, havia algo no olhar de Gustavo que quebrava a sua paz. Ele estava ali, como uma sombra que não se afastava. Ana sabia que ele não desistiria tão facilmente, sabia que ele queria algo mais, e talvez fosse isso o que a fazia hesitar. Mas naquele momento, com a música tocando e o corpo em movimento, ela não queria pensar. Queria apenas sentir.
Gustavo não era de deixar as coisas para depois. Aproximou-se de Ana com um sorriso insistente, aquele que ela conhecia tão bem. A tensão entre os dois estava prestes a explodir, ele podia sentir, e estava decidido a quebrar as barreiras que ela ainda tentava erguer.
— Ana, você não pode continuar assim — ele disse, seu tom urgente, quase implorante. — Eu não vou embora até saber o que você realmente quer.
Ela parou de dançar, o sorriso no rosto desaparecendo lentamente, substituído por uma expressão mais séria. Ana o encarou, tentando encontrar as palavras certas para afastá-lo sem machucá-lo, mas a pressão era imensa.
— Gustavo, não é tão simples... — começou a dizer, a voz trêmula, mas firme. — Eu já te falei. Não é agora que eu vou tomar essa decisão.
Mas ele não a deixou terminar. Com um movimento rápido, pegou seu rosto entre as mãos e a puxou para si. O beijo dele foi forte, impetuoso, como se tudo o que ele quisesse fosse marcar território. Mas Ana, confusa, afastou-se com um empurrão, e antes que pudesse dizer algo mais, uma figura surgiu, interrompendo o momento.
Gabriel. Sempre ele.
Com uma rapidez que ninguém esperava, Gabriel apareceu ao lado deles. Sem hesitar, pegou Ana nos ombros, carregando-a como se fosse leve como uma pena. Ele ignorou o olhar furioso de Gustavo e, com passos firmes, começou a se afastar, levando-a para longe da cena.
— O que você está fazendo?! — gritou Gustavo, indignado e sem controle. — Coloca ela no chão!
Gabriel olhou para ele com um olhar calmo, mas cheio de uma firmeza que não deixava margem para discussão.
— Ela não está mais sozinha, Gustavo — respondeu Gabriel, sua voz grave e cheia de segurança. — Vou levar ela para casa.
Ana, ainda atônita com a atitude de Gabriel, tentou se soltar. A raiva que estava começando a tomar conta dela se misturava com a confusão.
— Me põe no chão, Gabriel! — gritou, mas ele não cedeu. — Você não tem esse direito!
Gabriel a colocou no banco de trás de seu carro com delicadeza, mas o olhar dele era intransigente. Quando entrou ao seu lado, fechou a porta com força, claramente querendo colocar um fim naquela situação.
— Não tem direito?! — Ana não se conteve, a tensão estourando dentro dela. — O que você pensa que está fazendo?
Gabriel virou-se para ela, a respiração ainda pesada da ação anterior, mas os olhos dele estavam firmes, decididos.
— Eu sou o único que sabe o que você precisa, Ana. Não estou aqui para machucar você. Não vou permitir que ele faça isso — disse, a voz embargada pelo sentimento que ele claramente tentava esconder.
Ana ficou em silêncio por um momento, olhando para Gabriel, sentindo algo novo se formar dentro dela. Algo que ela não queria admitir, mas não conseguia negar. Ele estava ali, ao seu lado, demonstrando uma força que ela não sabia se conseguiria entender.
— Você não pode decidir por mim, Gabriel. Não tem o direito — ela respondeu, mas sua voz soava fraca, cheia de dúvidas.
Gabriel, ao ouvir isso, deu um sorriso suave, quase como se soubesse o que estava por vir. Ele se inclinou em direção a ela, sua mão tocando levemente o rosto dela, fazendo com que seus corações batessem mais rápido.
— Eu posso e vou, Ana — disse, com um tom cheio de carinho, mas também de uma atração que era impossível de ignorar. — Porque te quero, e vou cuidar de você do jeito que você merece.
Ele não esperou resposta. Em vez disso, se aproximou e a beijou, dessa vez com a suavidade de quem tem certeza de que é o momento certo. O beijo de Gabriel foi diferente. Não era impetuoso, mas tinha a força do desejo contido, do carinho e do amor. E Ana, perdida naquele toque, fechou os olhos, sentindo tudo o que ela havia tentado esconder.
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Atualizado até capítulo 28
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