Roberth surgiu no topo de um prédio em ruínas, com uma vista desoladora do mundo abaixo. Carros abandonados, prédios colapsados e um mar de zumbis vagando pelas ruas pintavam um cenário de puro caos. Ele suspirou, com uma expressão de puro tédio.
_ "Preguiça… O mundo tá todo lascado. Será que tem algo que ainda vale a pena salvar?"
De repente, uma janela holográfica, como aquelas de jogos, surgiu à sua frente, com uma mensagem:
_"Deixa de graça, engraçadinho." Ele arqueou uma sobrancelha e murmurou, "Deusa?"
_"Sou eu sim," a janela respondeu, com um emoji sorridente logo em seguida.
Roberth bufou, mas estava curioso.
_ "Deusa, só uma pergunta: por que tem cidades flutuantes no céu?"
_"O mundo é bem avançado," ela respondeu, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
_"Quando a crise começou, eles foram rápidos em criar uma solução. Essas cidades flutuantes são uma tentativa de preservar o que restou."
Ele observou as cidades flutuantes por um momento, os olhos estreitando enquanto considerava tudo.
_"Hum, é típico dos humanos sobreviverem, mesmo em meio a tanta destruição. Mas não fique orgulhosa tão cedo, deusa. O inimigo provavelmente já sabia dessa parte."
A deusa riu, como se não se importasse.
_ "Você é tão pessimista," ela provocou.
Roberth desviou o olhar para a rua novamente.
_"Eu vou ficar na superfície, com as pessoas que foram deixadas pra trás. Quem sabe, talvez eu encontre algo interessante pra fazer por aqui. Alguém precisa enfrentar isso de frente, em vez de fugir pra um céu seguro."
_"Como quiser, Roberth. O palco é todo seu," a deusa respondeu, cheia de confiança. "Mas lembra, eu estarei observando."
Ele deu um leve sorriso, um brilho determinado nos olhos. Estava pronto para descobrir que tipo de caos o aguardava na superfície, e talvez, entre os destroços, ele encontrasse algo que valesse a pena salvar.
-_-
Roberth olhou para baixo, e seus olhos se encontraram com os de um zumbi. Porém, não era um zumbi qualquer; algo nele parecia diferente, mais consciente. Ele piscou, e o zumbi desapareceu.
_ "Puta merda... tive a sensação de que ele olhou pra mim," murmurou, um arrepio percorrendo sua espinha.
Com um gemido, a barriga de Roberth roncou, e ele sussurrou para si mesmo:
_"Mamãe dizia que saco vazio não para em pé." A cena era surreal, mas ele não tinha tempo para se perder em pensamentos. Ele se concentrou e manifestou a esfera azul, criando um anel a partir dela.
Do anel, ele fez surgir um guarda-sol grande, uma cadeira confortável e uma mesinha. Em um gesto casual, tirou de dentro três pizzas de calabresa, cobertas de queijo derretido, e uma garrafa de Coca-Cola, acompanhada de uma taça. Ele colocou tudo na mesa e sorriu, observando o cenário ao seu redor.
_"Olha só," ele disse, satisfeito. "As pessoas costumavam comer coisas gostosas assim, mas agora é minha vez de experimentar."
Ele cortou uma fatia de pizza, o queijo esticando-se a cada movimento.
_"Deve ser gostoso," a deusa comentou, observando-o com curiosidade. Ela enviou um emoji com água na boca, claramente empolgada com a visão.
Roberth deu a primeira mordida, os sabores explosivos inundando seu paladar. O sorriso no seu rosto se alargou.
_"Isso é realmente bom," ele disse, a voz cheia de satisfação. "Nesse mundo em ruínas, essa é uma pequena indulgência que eu definitivamente não esperava."
_"Você realmente sabe como aproveitar a vida, mesmo em um mundo tão caótico," a deusa elogiou, admirando sua atitude despreocupada.
Roberth riu, aproveitando o momento, ciente de que, enquanto houvesse pizza e uma boa bebida, ele poderia enfrentar qualquer coisa que viesse a seguir.
Ele olhou para o horizonte, onde as cidades flutuantes pareciam um sonho distante, enquanto os zumbis vagavam nas ruas abaixo.
_ "Vamos ver o que mais este mundo tem a oferecer," ele disse, determinado a aproveitar cada momento, mesmo que isso significasse enfrentar horrores a cada passo.
-_-
Roberth olhou ao seu redor, avaliando a situação.
"Bora! Vê Se tem alguém vivo por aqui, precisamos encontrá-los.."
disse ele, concentrando-se na sua habilidade de criação. Em questão de segundos, um drone equipado com uma câmera surgiu do anel, acompanhado por um par de óculos que proporcionava visão térmica e colorida.
Ele colocou os óculos e controlou o drone, que desceu rapidamente pelos andares inferiores do prédio. Enquanto a câmera transmitia as imagens para seus óculos, Roberth observou com crescente preocupação. O que antes parecia uma esperança se transformou em desespero quando ele viu o andar repleto de zumbis.
_"Misericórdia! Tá tão lotado de zumbis assim," ele murmurou, espantado com a cena diante de seus olhos. Mas logo o drone detectou algo mais.
_"Espera! O drone sentiu uma presença com batimentos cardíacos. Tem alguém vivo!" A imagem se aproximou e, com alívio, ele viu um garoto e uma garota, ambos visivelmente desnutridos.
_"Como eles não morreram ainda?" Roberth pensou, sentindo um aperto no coração ao perceber a gravidade da situação.
Sem hesitar, ele usou sua habilidade novamente para criar uma corda resistente. Com um martelo, ele afincou um pedaço de ferro na parede e amarrou a corda a ele, preparando-se para a descida.
_"São quatro andares pra baixo. Tomara que dê certo! O que vejo nos filmes de ação pode ser um desastre se eu não tomar cuidado," ele disse para si mesmo, engolindo a ansiedade.
Roberth respirou fundo, lembrando-se de que essa poderia ser a chance de salvar aqueles jovens. Ele olhou para a corda e, com um último pensamento de coragem, começou a descer lentamente, contanto com a força de sua criação para guiá-lo e protegê-lo enquanto se aventurava em meio àqueles que agora eram considerados a maior ameaça do mundo.
-_-
Chegando ao quarto onde os dois estavam, a cena era horrível: havia embalagens jogadas por toda parte e um forte odor de fezes e urina permeava o ar. Roberth franziu a testa, constatando: "A desnutrição tá na fase inicial. Fazem aproximadamente uns 20 dias sem comer. Não sei como ainda estavam vivos." A deusa, com uma expressão de compaixão, murmurou:
_ "Coitadinhos..."
Sem perder tempo, Roberth se aproximou dos jovens, rasgou suas roupas sujas e jogou tudo fora. Ele pegou lençóis do seu armazenamento e, cuidadosamente, embrulhou eles, tentando proporcionar um mínimo de conforto. Em seguida, amarrou os lençóis na corda, puxou a alavanca e subiu novamente para o andar de cima.
Ao chegarem ao topo, ele não hesitou em preparar um ambiente acolhedor. Roberth tirou do anel uma tenda e um banheiro com chuveiro, organizando tudo rapidamente. Depois de garantir que os jovens estivessem seguros, deu banho neles, limpando suas peles sujas e exaustas.
Assim que estavam lado a lado, cobertos com os lençóis, ele percebeu que não tinha roupas adequadas para crianças em seu anel. Isso o fez sentir uma pontada de frustração, mas ele sabia que o mais importante era alimentá-los.
Roberth, então, tirou uma placa solar e um fogão de indução, dizendo:
_"Esse sol tá pra fritar um ovo e vai servir pra aquecer a placa." Ele rapidamente fez com que a placa se carregasse.
Tirando leite e aveia do anel, ele decidiu preparar um mingau. Olhando para os jovens, notou que estavam tão fracos que mal conseguiam se mover.
_ "É melhor começar devagar," pensou, enquanto misturava os ingredientes.
_ "Eles precisam de algo leve, mas nutritivo."
Após alguns minutos, o mingau ficou pronto, emanando um aroma acolhedor que contrastava com o ambiente sombrio ao redor.
-_-
> continua...
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Atualizado até capítulo 21
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